Capítulo◇102

141 13 1
                                    

- Sabe que não posso descansar até que encontre Bastida. E ainda que roubar ouro aos espanhóis é muito proveitoso, faz que passe demasiado tempo no mar. Se tenho de descobrir a esse assassino, tenho que dedicar todo meu tempo a persegui-lo, e isso é o que decidi fazer.

- Por que não abandona a idéia, Christopher? Provavelmente nunca encontrará Bastida.

- Nossos caminhos se cruzarão um dia, disso estou seguro - disse Christopher com a voz cheia de amargo ódio.

- Então lhe direi. Bastida esteve aqui faz dois meses.

- Demônios! - explodiu Christopher, dando-se um murro na coxa -. Por que não vim antes aqui? Já poderia tê-lo encontrado duas vezes, mas minha mente estava em outra parte!

- Duvido que o tivesse encontrado aqui, Christopher. Só esteve algumas horas. Parece que ele também procura a alguém ou a algo.

- Que pode dizer-me?

- Não muito, creio. Bastida perguntava por um barco mercante, e só ficou até assegurar-se de que não estava no porto.

- Por que um barco mercante?

- Não tenho nem idéia. Mas se procura em cada ilha como você, e só se detém um dia em cada uma, é improvável que o encontre até que um de vocês se dirija casualmente ao mesmo lugar que o outro - replicou Marian.

- Talvez tenha razão.

- Então ficará aqui um tempo? - perguntou ela, acariciando-lhe o peito.

- Não - respondeu ele, e se pôs de pé com rapidez -. Devo ir-me.

- Há outra mulher, não é verdade? - perguntou ela, fazendo um esforço para sorrir.

Christopher decidiu dizer-lhe a verdade.

- Sim, suponho que você poderia dizer isso.

- É bonita? Claro que sim - disse Marian -. Quando disse que sua mente tinha estado em outra parte, referia-se a essa mulher. Deve amá-la muito.

- Não a amo, mas a desejo. Obseda-me -replicou ele com irritação.

- E o que sente ela por você?

Christopher riu brevemente.

- Me detesta, e no entanto não posso culpá-la. Talvez porque me odeia a desejo ainda mais. É um desafio.

- Me resulta difícil crer que alguma mulher possa odia-lo, Christopher. - Se pôs de pé e o beijou ligeiramente na face -. Mas se está seguro de que não a ama, eu posso esperar até que a afaste de sua vida.

- Bem, não abandone aos seus inúmeros amantes enquanto espera - caçoou ele.

- Sabe que jamais poderia fazê-lo - riu ela -. Ao menos que deseje casar-se comigo, é claro. Renunciaria a qualquer homem se o tivesse, Christopher. Seguramente valeria a pena.

Christopher saiu da casa da viúva com um melhor ânimo. Tinha pensado passar a noite com Marian, mas por algum motivo não podia. O velho desejo por ela tinha desaparecido. Não sabia o que lhe acontecia, e não queria preocupar-se com isso nesse momento.

Não fazia sentido continuar a busca por Bastida agora. Esperaria até que Bastida encontrasse à pessoa que ele estava procurando e voltasse a Espanha. Mas por agora... por agora Christopher voltaria a sua casa.

Depois de dois meses e meio de ausência, Christopher mal podia conter sua excitação ao avistar a ilha. Que tonto tinha sido ao deixar Dulce depois de inteirar-se de que teria a seu filho. Tinha sentido falta dela continuamente. Agora já estaria com quatro meses e meio de gravidez, mas ele rogava que não estivesse demasiado gorda para fazer amor com ele.

💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora