Capítulo◇92

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- Estou seguro de que não pintou um quadro muito bonito - Interrompeu Christian com uma risadinha.

- Não tem nada que fazer, Christian ? - Lhe xingou Christopher.

- Neste momento,nada - replicou Christian. Foi para a mesa e se sentou.

- Dulce me contou tudo - Disse Blanca com um pouco mais de coragem.

- Tudo - perguntou Christopher, com uma expressão divertida em seu rosto.

- Sim.

- Bem,posso assegurar-lhe, madame Saviñón, que não sou um pirata monstruoso que ela quer pintar.

- Então, Se você é um homem honrado, nos deixará ir. Também libertará a Madeleine Dauvet.

- Madame, disse que não sou um monstro, não que era um homem honrado - Disse Christopher -. Dulce me pertence. Disse-lhe que não tratasse de escapar, e como não prestou atenção a minhas palavras, a tratarei como merece.

- Monsieur..

- Não terminei - Interrompeu-a Christian -. Não tolerarei interferência alguma de você. Se deseja permanecer com sua filha, sugiro-lhe que cuide de suas palavras. O que faço com Dulce é assunto meu, está claro.  

- Muito claro - Sussurrou Blanca.

- Bem. Pode dormir no camarote de Christian. Ele o disporá para você, estou seguro, há que não lhe agradará que sua esposa se inteire de que está com outra mulher. 

- Bem - replicou Christian de pouca vontade.

Christopher foi até a porta com eles e depois sussurrou a Blanca sem que Dulce o ouvisse.

- Não lhe farei mau,madame, de maneira que não tema por ela.

Blanca ficou tão assombrada pelas palavras suaves de Christopher, que lhe sorriu esperançosamente antes que Christian a empurrasse para sua cabine.

Dulce olhou para Christopher quando este fechou a porta, apoiou-se nela, e lhe sorriu, seus cabelos estavam ensopados, e tinha as roupas coladas ao corpo, de maneira que se percebiam seus músculos nos braços e o peito. Seguia totalmente barbeado, mas a cicatriz mal se via, porque seu rosto estava completamente  bronzeado pelo sol.

Sua mãe e uma mulher notável, muito formosa, é verdade. Nota-se que você é sua filha - Disse Christopher. Afostou-se da porta e se acercou ao lavabo junto à cama. Tirou a camisa e a jogou sobre os dois cobertores úmidos empilhados no solo. Depois pegou uma toalha do lavabo e começou a esfregar o cabelo energeticamente. Maldição, quando a desataria?

- Ah,Dulce, que posso fazer contigo? - ele estava de frente a ela, secando o peito com a toalha -. Admito que me enfureci quando descobri que você tinha saído de casa. Tem sorte de que não a tenha encontrado nessa manhã, porque provavelmente teria lhe dado uma boa surra como Christian acredita que precisa mas tive tempo de acalmar-me.

Quando Christopher caminhou até a mesa e se serviu de um copo de rum, Dulce começou a temer que a deixaria ali jogada no solo. Tinha dito a sua mãe que a trataria como lhe parecesse melhor. Que pensaria fazer? 

Ele a olhou com seus olhos de jade.

- Que castigo merece seu crime, Dulce? Disse-lhe que seria minha prisioneira se tratasse de escapar, e isso farei.

- Então qual será seu castigo, pequena? - Foi para ela novamente e se agachou a seu lado, levantando-lhe a cara com um dedo -, Sempre poderia dar-lhe uma surra. Christian pensa que essa seria a solução.

Ela afastou a cabeça. Mas depois sentiu a mão dele sobre seu peito, e foi como um fogo, ainda através de sua anágua.

- Por que escapou de mim? - perguntou com voz profunda e zombadora.

Baixou a mão. Ela tratava de afastar-se dele, mas já estava apoiada sobre contra a cama e não podia mover-se mais. Agora tinha medo. Como ele a castigaria?

desati-me,queria gritar. E depois seus olhos se arregalaram de terror quando ele sacou sua faca. Tratou de gritar, mas sua voz não passou através da mordaça. Ele sorriu, ainda que em seus olhos não havia calor.


- Aceita seu destino, Dulce, porque decide qual é o seu melhor castigo para você.

Ela olhou com terror como Christopher sacava a faca de sua bainha. Ele cortou obtecido da anágua nos ombros e o afastou de seu corpo. Pôs-se de pé, deixou a um lado a anágua e a faca, e olhou sua nudez, seus olhos examinaram cada centímetro de seu corpo, e Dulce sentiu subir o rubor ao seu rosto.

Ele puxou uma cadeira, sentou-se em frente a ela, e seguiu olhando-a em silêncio. Dulce não via emoção em seu rosto, nem sequer luxúria. Queria morrer... não, Não queria morrer. Queria que ele morresse! Se ao menos pudesse gritar seu ódio por ele! Lhe arrancaria os olhos quando a desatasse.

Fechou os olhos, não podia mais suportar que ele observasse seu corpo nu. Mas depois de uns minutos, Christopher se acercou dela silencioso como um gato. Levantou-a e a colocou suavemente na cama, e depois se sentou na borda junto a ela. Ela o olhou, e os olhos dele se amaciaram novamente. Já não estava furioso, mas ela sabia o que ele pensava fazer.

- Por uma vez vou fazer o que quer, sem ter que me sujeitar ou escutar teus insultos - murmurou, começou a acariciar sua pele com as duas mãos, fazendo-a arder com o contato -. Disto você escapava, Dulce. Luta por negar-lhe isto.



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💛𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚💛𝐓𝐞𝐦𝐚-𝐕𝐨𝐧𝐝𝐲    Onde histórias criam vida. Descubra agora