Vinte e Dois🌹

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— VICTOR.

Acabou mais um episódio daquela série que eu nem sabia o nome e a Natasha se espreguiçou no sofá.

- Vou ir tomar um banho, pode tirar, se tu quiser - ela largou o celular no sofá, foi levar a vasilha que antes tinha pipoca pra cozinha e foi pro quarto dela.

Nunca nem tinha assistido a uma série, não tenho paciência pra coisas que demoram a chegar no fim, mas aquela parecia ser até legalzinha.

 A Natasha tinha deixado a conta dela da Netflix logada na televisão então eu fiquei por ali mesmo, procurando por um filme.

O celular dela começou a vibrar no outro sofá, ao constatar o barulho do chuveiro vindo do quarto dela eu me estiquei pra ver quem era, sou mó curioso memo. 

No contato estava "Lolis" e depois que a ligação terminou algumas notificações apareceram na tela ainda bloqueada.

"Lolis: Atende, sua vagabunda!!!!"

"Lolis: Eu, Mia, Thi, Moá e Ju estamos marcando bonde pro 40 graus mais tarde. Vamoxxxx"
Foi só o tempo de eu deixar o celular dela de lado que a campainha começou a tocar e eu tive que ir abrir.

- E ae meu parceiro - Kauã disse já entrando.

- Qual foi? - perguntei sem entender a visita.

- Vim trazer umas cervas - ergou as duas sacolas que trazia nas mãos - pra gente estrear o apêzão do meu brother - deixou as sacolas sobre o balcão e foi tirando as latas de Skol do fardo.

- Beleza, Kauã - ri - vou fingir que tu veio porque se importa comigo e não pra ver a "morena".

- Ih, Natasha tá aí, é?

- Ata.

Ele riu enquanto guardava as latas no freezer.

- Moleque, tu não sabe quem foi lá em casa hoje - começou a falar pra caralho.

 O Kauã é um dos meus melhores amigos, o cara é gente fina pra caralho, muito parceiro, mas às vezes o cara fala demais e me tira a paciência - (...) e porra, já falei que não tô a fim de me amarrar em ninguém, tá ligado? Mas a mina não se toca.

- É foda - concordei sem nem ouvir o que ele tinha dito, mas provavelmente era sobre buceta.

- Opa - ouvi a voz da Natasha e virei pra olhá-la saindo do quarto - temos visita, é?

Kauã calou a boca na hora só pra admirar as pernas da guria, e eu também. Na moral que ela precisava mesmo usar uns shorts pra dormir tão curtos?

- E aí, morena - Kauã se aproximou dela pra cumprimentar.

Tive a ligeira impressão de que ela foi pra beijar ela e ela desviou o beijo pra bochechar.

- Oi, bebê! - ela falou e foi se jogar no outro sofá - O que devo a honra de sua visita?
Kauã ficou mó com cara de paspalho na cozinha, vai ver tava achando que ela fosse dar condição e eles fossem ficar de novo.

- Vim trazer umas brejas pro meu mano Vitin - ele explicou - e tu? Tá em casa por quê?

Ela demorou a responder porque estava provavelmente lendo as mensagens do celular.

- Tô cansada do dia de ontem ainda. - respondeu a ele - Mas e essas brejas? São só pro seu mano Vitin?

- Fica a vontade. Tudo nosso. - ele sentou no braço do sofá.

- Que tudo nosso? - me meti. - E aquela história de "cada um com a sua comida"?

- Pelo o que eu me lembre você amou almoçar as minhas almôndegas, né Vitin? - ela disse "Vitin" em tom irônico.

- Tu que me ofereceu, ow.

- Ofereci nada. Perguntei se tu gostava e você já foi comendo, não falei nada porque sou uma lady de tão educada.

- Uhum, tô sabendo da sua educação - falei.

- Deixa a mina, rapaz - Kauã disse sendo o escravoceta que é.

- Por mim.

Observei de rabo de olho o sorrisinho dela. Sou egoísta mesmo quando o negócio é cachaça.

- Que que vocês acham da gente pedir uma pizza?

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora