O primeiro episódio passava dos 30 minutos quando ouvimos um estouro e tudo ficou preto.
E quando eu falo tudo, é tudo mesmo, a televisão e a luz.
- Ai! - gritei pelo susto.
- Será que a energia caiu? - ele perguntou e foi até onde estava o interruptor pra tentar acender a luz - Ih moleque, caiu mesmo.
Meu coração batia rapidamente, quase que saindo pela minha boca.
Senti uma dor de barriga muito forte e me encolhi no canto do sofá.
Um dos meus maiores medos é de escuro, eu sei, meio infantil, mas não saber o que está a minha volta me apavora.
- Porra... - a luz do celular do Victor acendeu quando ele olhou a hora - Vai dar nove horas ainda. Se eu soubesse tinha saído.
Peguei meu celular pra acender a lanterna e vi que tinha só 10% de bateria. Karma filha da puta.
- Que cara é essa? - vi que o Victor me olhava.
- Nada, ué - falei firme e ele deu de ombros.
- Vou pro quarto deitar então, falou?
- Não, Victor! - me apressei em falar - Quer dizer... Fica aqui comigo, ué.
- Fazendo o que nesse escuro?
- Sei lá... Só fica.
Ele riu. - Peraí, cê tá com medo, Natasha?
- Não ri! - falei sério e foi aí que ele rachou o bico mesmo - Não ri, isso é sério.- Como assim, mano? Quem tem medo de escuro? - ele disse entre risadas - Tu dorme com a luz acesa?
- Não né - me ajeitei no canto do sofá - é diferente. Eu sei que se eu sentir medo é só levantar e acender a luz, e agora não posso.
- falei e ele continuou rindo da minha cara - Será que dá pra você parar de rir, Victor? Não tô brincando com você.
- Ok, foi mal - segurou a risada.
Bufei. - Aff!- Tá, eu fico - ele falou e eu respirei aliviada - mas só se você pedir com jeitinho - completou.
- Victor, vai pro seu quarto então. Não precisa ficar mais. - me estressei e ele riu ainda mais.
- Relaxa, eu fico ô coisa estressada - ele sentou no mesmo sofá que eu.
Meu celular vibrou na minha mão e desligou.- Tá de brincadeira, né? - tentei ligar meu celular inúmeras vezes, mas tava total sem bateria.
- Toma - ele me deu o celular dele, totalmente carregado. Liguei a lanterna e iluminei a porta da sala, respirando fundo em seguida.
O olhei de relance e ele tava encarando o teto, com uma puta cara de tédio.
- Obrigada por ficar - falei baixinho e ele me olhou.
Não disse nada, e nem eu disse. Só ficamos nos encarando.
Os minutos que ficamos nos encarando pareciam décadas, foi o suficiente para que eu pudesse observar melhor cada detalhe de seu rosto.
Seus olhos eram tão escuros, que eu podia mergulhar neles, e contrastavam perfeitamente com a sua pele branquinha e seus lábios bem rosados.
Não podia negar que agora eu entendia todo o mimimi das garotas da faculdade, ele era lindo.
Seus olhos iniciaram uma trocar de olhares entre os meus e a minha boca, enquanto um sorriso meio torto surgia em seus lábios.
- Que foi? - perguntei ainda falando baixo.
- Nada. - sua voz também saiu mais baixa, e seu olhar não fugiu do meu.
- E você tá me olhando assim por quê?
- Não sei...
Ele continuou me olhando e então, do nada, eu me senti extremamente sem jeito e acabei desviando o olhar, soltando uma risadinha sem graça.
Qual é, homem nenhum me deixa sem jeito igual uma garotinha.
Ele bocejou e eu o olhei novamente. - Tá com sono? Vai dormir.
- E tu vai ficar aqui sozinha igual um zumbi? - perguntou e eu dei de ombros - Relaxa aí.
Ele fechou os olhos e eu fiquei o observando mais um pouco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...