Oitenta e Sete🌹

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- NATASHA.

- Meu Deus - afundei na cadeira - comi demais.

O Raphael cozinhava extremamente bem, quase um cozinheiro profissional, eu não ia reclamar de comer a comida dele todos os dias da minha vida.

- Curtiu? - ele perguntou.

- Demais. Você é demais, sério.
Ele riu. - Que isso, Nat...

Tomei um gole da coca e o observei, o pegando também me olhar.

- Já te falaram que tu é linda demais? - ele perguntou.

- Algumas vezes... - me fiz, mas acabei rindo - Brincadeira.

- Brincadeira nada. Aposto que já te falaram algumas muitas vezes.

- É... Pode ser que sim... Mas nunca um homão da porra como você - falei - sério Rapha, eu fico de bobeira em como tu é um homão da porra. Tu é bem resolvido, é um amor, cavalheiro, cozinha bem, é uma delícia - o último adjetivo escapou dentre os meus lábios. Olha que eu nem tinha bebido.
Ele riu ao ver que eu tinha ficado sem graça.

- Ah, eu sou uma delícia?
- É!

- E como tu sabe? Já provou? - ele bebeu um pouco da coca dele.

- Não... - confesso que ainda estava sem graça - Mas adoraria provar - minha cara de pau falou mais alto.

Ele riu. - Ah, Natasha... Tu brinca demais.

- Quem disse que eu tô brincando, Rapha? - apoiei meus cotovelos na mesa. - Tô falando muito sério.

- Aham... - ele riu e balançou a cabeça negativamente.

Diante de todas aquelas qualidades, o maior defeito do Raphael com certeza é a lerdeza.

Já dei umas quinhentas deixas pra ele desde a primeira vez em que saímos e o boy nunca que me lasca um beijo daqueles.

Ele tinha aquela neura de me respeita, mas uma falta de respeito vez ou outra me agrada e muito.

Mas é aquele ditado, né? Se Maomé não vai à montanha, Natasha agarra o macho de uma vez.

Nós ficamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios enquanto dávamos uma descansada da comida, e aí decidimos ir dar uma caminhada na orla da praia para tomarmos o açaí que eu estava devendo pra ele.

Compramos o açaí na açaíteria perto do calçadão e então fomos dar uma volta pela praia.

- O que você pensa em fazer depois da faculdade? - o Rapha perguntou enquanto íamos em direção à umas pedras mais pro fim da praia.

- Tenho muita vontade de trabalhar no Conselho Tutelar, sabe? Acho muito incrível o trabalho das assistentes sociais que trabalham nessa área - eu falei.

- Sabe que tu doidinha desse jeito é difícil de imaginar como assistente social? - ele riu.

- Aff, todo mundo fala isso. Mas eu vou botar o pau pra quebrar, cara. Lá no banco eu já coloco, gosto de resolver as coisas no pá pum, as pessoas de lá são muito lerdas.

- Precisa ter paciência, não?

- Paciência eu tenho de sobra - falei meio que já lançando uma indireta pra ele, mas o sonso não pegou.

Realmente, haja paciência!

Depois de terminarmos o açaí, jogamos o copo no lixo e sentamos em uma das pedras pra observar as ondas quebrarem.

A brisa do mar tava geladinha num grau tão bom, que eu poderia ficar ali curtindo a maresia pra sempre.

Já tava começando a me irritar com o Raphael puxando uns papos nada a ver, tudo bem que eu adorava os papos dele, mas tava afim de beijar umas bocas.

Sabia que se não tivesse saído com ele, a Laís iria agitar algum rolê pra gente e boca não ia me faltar, ou até mesmo eu poderia ter ficado em casa abusando do Victor e deixando ele achar que ele quem estava abusando de mim.

Aquele não seria um rolê perdido ou senão eu não me chamo Natasha.

- Sei fazer umas massagens ótimas, sabia? - cortei o assunto chato que ele falava.

- É? Tô feito então. Pode mandar ver.
Foi a deixa perfeita para que eu fosse, com toda a cara de pau do meu ser, para o colo dele, o vendo dar uma risada gostosa.

- Tua massagem é assim? - ele perguntou ainda rindo.

- Relaxa, você vai adorar - levei as mãos pros ombros dele e comecei a massageá-los usando todo o talento que eu carrego nas costas. Senti os músculos dele irem relaxando aos poucos, e me senti vitoriosa por isso - Rapha, você pode tocar em mim, tá? Prometo que não mordo - falei ao ver o desconcerto dele sem saber o que fazer com as mãos - a não ser que você peça. - completei e ele riu.

Suas mãos envolveram o meu corpo, me tocando finalmente como eu queria.

- Você é rápida no gatilho, né? - ele perguntou. Olhando em seus olhos eu soube que ele olhava pra mim boca. Aê, porra!
Eu ri. - E você é bem lerdo pra
pensar, né? - agarrei a camisa dele e puxei ele pro abate.

Beijei mesmo, agarrei mesmo.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora