Sessenta e Quatro🌹

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Enquanto descia as escadas que davam para o primeiro andar eu já pude perceber que a casa começava a encher, mas apesar da pouca luz a primeira coisa que eu percebi enquanto descia as escadas foi o Victor.

Óbvio que o diferentão não usaria branco, estava com uma camisa preta que deixava suas tatuagens à mostra, uma calça caqui e um tênis preto, lindo de morrer.

Seu olhar encontrou o meu e ele me observou fixamente descer as escadas enquanto ele mordia o próprio lábio.

- Acho que já começou a funcionar - a Nicole sussurrou no meu ouvido.

- Vai lá falar com ele, amiga - a Laís sussurrou também.

- Não vou tão cedo - falei para que ambas ouvissem - meu primeiro alvo certo é o freezer que deve estar no grau.

Acabou que nós três nos dispersamos rapidamente, eu fui em busca do freezer e o achei um tempo depois.

Estava debruçada sobre ele tentando pegar a long neck de Skol Beats mais gelada quando eu senti uma encoxada forte atrás de mim, mal ergui meu tronco com a cerveja na mão e eu já senti aquele perfume conhecido.

- Tu vai mesmo descer aquelas escadas toda gostosa e não vai vim falar comigo? - ele sussurrou no meu ouvido.

Confesso que fiquei meio balançada só de ouvir aquela voz gostosa no pé do meu ouvido, mas me recompus e me virei pra ele.

- Boa noite, Victor. - sorri sarcasticamente pra ele, entreguei minha garrafa fazendo menção para que ele a abrisse e ele a abriu com maestria, voltando a me entregar e me prendendo contra o freezer e entre o corpo dele - já tá grudando em mim por quê?
Ele me olhou nos olhos por mais alguns segundos, então se olhar foi descendo pelo meu rosto e se perdeu no decote do meu vestido.

- Porra, cê tá demais hoje - ele falou ainda perdido no vale dos meus seios.
Segurei o queixo dele e guiei seu rosto para que ele me olhasse nos olhos.

- Então você só vai me notar quando eu estiver "demais"? - perguntei.
Ele riu. - Talvez. - ele respondeu me lançando um sorriso cafajeste. Babaca!

- É? - aproximei meu rosto do dele - Pois me assista então, e aproveita bastante porque hoje você só vai mirar de longe. - empurrei o corpo dele com o meu e me livrei daquela situação.

Tomei um gole da minha skol beats e me afastei dele fazendo questão de rebolar bastante enquanto andava, o olhei por cima do ombro no meio do caminho e vi que ele realmente observava cada passo meu com uma puta cara de babaca.

1x0 pra mim.

Quando encontrei a Nicole de novo ela estava com a Victória, ambas rindo de alguma coisa.

- Vocês tão rindo de que? - perguntei.

- Tcharam! - a Victória ergueu uma garrafa na frente do meu rosto e eu não reconheci o rótulo.

- Que isso? - perguntei.

- Experimenta só um pouquinho que você vai ver estrelas - a Victória me encorajou a beber.

Fiquei meio receosa, porque elas pareciam duas retardadas rindo, mas acabei tomando um gole longo.

À princípio, achei que fosse só mais uma dessas cachaças fortes pra caralho e baratas, porque rasgou minha garganta por inteiro, mas depois que eu engoli comecei a sentir uma formigação muito forte na boca e ela começou a adormecer.

- Que porra é essa? - perguntei pra Victória. - Tu tá tomando isso, Nicole?
- Cachaça de jambu, bebê - a Victória explicou.

- Tô, isso é maravilhoso - a Nic falou antes de tomar mais um gole gigante da cachaça.
A dormência demorou um pouquinho pra passar, mas a sensação era muito gostosa, isso rendeu mais alguns goles.

- Pode ficar com essa pra você - a Victória me deu a garrafa que estava quase pela metade. - eu tenho outra nas minhas coisas. Vem, Nic, tenho uma coisa mara pra mostrar pra você - ela saiu puxando a Nicole pela mão.

- Cuidado hein, Nic! - gritei pra ela, mas ela nem ouviu. Fiquei por ali sem ter o que fazer, com aquela garrafa de cachaça na mão, e o que me restou foi beber alguns goles dela.

Nunca fui muito da cachaça, mas aquela era tão diferente que eu tava até curtindo.

Fiquei alguns minutos perambulando pela casa, dando uma conferida nas pessoas que chegavam e eu tava passando pelo meio das pessoas que dançavam próximas da piscina quando a Laís entrou na minha frente, rindo e dançando de olhos fechados.

- O que você tem? - perguntei rindo dela.

- O Kauã me deu uma coisa muito boa, você precisa pegar com ele - ela disse sem parar de dançar.

- Garota não são nem onze da noite ainda, tu se liga nessas coisas que o Kauã tá te dando hein - falei.

- Cala a boca e dança comigo.

Conhecendo a Laís como eu conheço, ela preferia ficar bêbada horrores só pra esquecer de todo o resto, e esse todo resto era a Mia.

- Experimenta isso - dei a garrafa a ela e ela virou nem perguntar o que era.

- Caralho - ela riu depois do primeiro gole e balançou a cabeça.

O dj aumentou ainda mais a música e logo o pequeno aglomerado de pessoas se tornou uma pista de dança, não conseguia imaginar que tanta gente caberia ali no sítio, mas realmente o lugar estava abarrotado de pessoas.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora