Oitenta e Cinco🌹

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- NATASHA.

Fiz com o Victor o que achei que devia ser feito, as coisas não podiam acontecer do jeito que tava rolando.

Por mais que eu ame foder, eu não sou lanchinho pra macho nenhum.

E é fato de que o Victor me tem sempre que quer, talvez porque eu seja trouxa demais em não conseguir resistir, mas isso teria de mudar.

Desci quando o Raphael me mandou mensagem que estava me esperando em frente ao prédio dele.

Reconheci o carro facilmente, até porque ele estava recostado sobre a lataria do carro de braços cruzados.

Olha, Raphael é outro gostoso, minha vontade era de conhecer tudo o que ele tinha por baixo das roupas.

Mas se controla, Natasha.

- Oi, bebê - o chamei pelo nosso apelido e lhe dei um beijo na bochecha.

- Oi morena - ele devolveu o beijo, abraçando-me pela cintura - desculpa o vacilo da demora. Hoje aconteceu umas mil coisas lá no trabalho.

- Relaxa, tá tudo bem.

- Bora então? - ele abriu a porta do passageiro para que eu entrasse.

O Rapha faz o tipo gentleman, todas as vezes em que saímos ele abriu a porta do carro pra mim, puxou a cadeira pra eu sentar, fez questão de pagar a conta.

Literalmente um cavalheiro.

O carro do Raphael era extremamente limpo e tinha um cheirinho muito bom, que misturado ao perfume dele, ficava perfeito.

Fomos o caminho todo até o prédio onde ele morava conversando sobre nossos dias.

Óbvio que ocultei a parte com o Victor.

O ouvi reclamar um pouco do trabalho e rapidamente estávamos no elevador do prédio dele.

- Tem falado com a Fefa? - ele perguntou enquanto apertava o botão do andar em que ele morava.

- Falei com ela por mensagem essa semana. Ela falou que tá toda enrolada com um bazar que ela tá organizando.

- Sim... Ela tá com isso na cabeça agora, de fazer um bazar das roupas dela pra arrecadar dinheiro pra algum projeto dela aí.

- Isso é muito bonito da parte dela. A Felipa é um amor.

O elevador abriu no décimo segundo andar. Ele foi na frente abrir a porta pra mim entrar.

- Fica a vontade, tá?

Assim como tudo em relação ao Raphael, a casa dele era extremamente organizada. Tudo em seu devido lugar.

E ainda tinha um cheiro de casa limpa, e era enorme.

- Nossa... Que apê gigante. - eu falei já deixando minha bolsa sobre o sofá.

- Também acho grande demais só pra mim, mas fazer o que né? - ele riu enquanto fechava a porta - Vamos lá na cozinha pra eu colocar logo nossa lasanha no forno? Quer beber alguma coisa?

- Uma água - falei enquanto o seguia até a cozinha gigante dele.


O Raphael me serviu um copo de água e foi iniciar os preparos da lasanha.

Ele se movimentava com maestria pela cozinha, ele parecia saber muito bem cada coisa que estava fazendo.

- Há quanto tempo você mora aqui, Rapha?

- perguntei ainda deslumbrada com o tamanho do apartamento.

- Desde que eu saí da casa dos meus pais no interior - ele falou enquanto cortava os ingredientes do molho - deve fazer uns 5 anos já - ele riu - meus pais me ajudavam a bancar no começo, mas depois que arrumei o trabalho comecei a pagar sozinho.

- Ai que lindo isso. Eu sou apaixonada por independência, liberdade. Sempre quis sair da aba dos meus pais.

- E agora tá morando com um cara? - ele me zoou. Já tinha explicado a ele todo o drama do apartamento, óbvio que ele estranhou, mas depois começou a me zoar por aquilo.

- Ah, para. Minha liberdade e independência permanecem intactas, inclusive minha privacidade, tá?
Ele riu. - Beleza, morena. Mas e aí, você continua dando uma olhada nos apartamentos?

- Sim - suspirei - mas só tem apê caro, não cabe no meu bolso. Meu salário não é lá essas coisas, eu tenho que me manter e ainda tenho que pagar a faculdade.

- É foda mesmo - ele me olhou - já pensou em pedir ajuda aos seus pais?

- Nunca! Eu vou me virar sem precisar da ajuda deles, é só uma questão de tempo. Além do mais, dá pra suportar morar com o Victor mais um pouquinho.

- Vocês se dão bem? - ele pegou uma travessa em dos armários e colocou na mesa.

- Na medida do possível.

- Por que "na medida do possível"? Tu não gosta dele?

Eu ri. - Não é isso. É que nós dois temos um gênio um pouquinho difícil de lidar, aí acaba dando em treta.

- Treta séria? - ele perguntou e começou a montar as camadas da lasanha.

- Não - ri - treta boba, depois a gente acaba se entendendo. Mas vamos parar de falar do Victor. Esse molho branco tá com uma cara boa...

- Quer experimentar? - ele pegou um pouco do molho na colher que ele tava usando pra espalhar nas camadas.

Passei meu dedo indicador no molho e o levei até minha boca, o chupando devagar e sentindo aquele gosto bom e característico do molho branco.

Ele me observou chupar meu dedo e deu um sorriso torto.

- Ai ai, morena... - ele balançou a cabeça negativamente e eu ri.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora