Começou a cair uma chuvinha fina desgracenta que fez com que a gente tivesse que entrar, nos esparramamos pela sala.
Os guris inventaram de voltar a jogar bisca, a Fefa subiu pra dormir, eu fiquei deitada no sofá e acabei cochilando.
Quando acordei só tinha o silêncio na sala, o Kauã dormia no outro sofá e a chuva lá fora caía com maior intensidade.
Verifiquei a hora e eram sete e meia da noite, minha barriga tava roncando e eu decidi fazer alguma coisa pra geral comer.
Fucei a cozinha, achei coisa suficiente pra fazer um macarrão à bolonhesa.
O macarrão estava cozinhando e eu tava começando a fazer o molho quando a Nicole apareceu na cozinha.
- Hmm que cheirinho bom - ela me abraçou por trás e beijou minha bochecha.
- Todo mundo dormiu, foi? - perguntei a ela.
- Acho que sim, a casa tá silenciosa pra porra - ela roubou um pedaço de tomate que eu havia cortado pro molho.
- E aquele boy que você tava pegando? Quem é? Apareceu da onde?
Ela riu. - É um amigo da Vic, o nome dele é Eric.
- Hmmm e você ficou no pé do guri o rolê inteiro?
- Ele bem que gostou - ela deu de ombros.
- E cadê ele? - perguntei.
- Foi embora com o PH, boy da Vic, porque parece que eles têm alguma coisa pra fazer onde moram, sei lá.
- Entendi...
Coloquei o molho no fogo e era só esperar ficar tudo pronto.
A Nic me ajudou a pôr os pratos na mesa, eu servi o macarrão em uma travessa e coloquei na mesa, fazendo o mesmo com o molho.
Pus a Nicole pra ir acordar o pessoal, e fiquei os esperando já na mesa.
Todo mundo apareceu com a cara amassada de sono, exceto pela Sonsariana que havia ficado dormindo.
- Não sou a melhor cozinheira do mundo, mas dá pro gasto - eu falei.
- Que você não é a melhor cozinheira do mundo a gente sabe - o Victor disse.
- Isso mesmo, despreza mesmo a minha comida que nem comer você come - falei e ele riu. Parecia ser alguém muito melhor sem aquela embuste por perto.
Terminamos de comer, eu coloquei o Guto e o Kauã pra lavar as louças e voltei a deitar no sofá.
Desta vez o Victor, o Rapha e a Laís ficaram conversando comigo sobre besteiras da vida.
Ia dar onze da noite quando a Lolis começou a reclamar de sono e foi dormir, o Victor foi dar um rolê logo depois, me deixando sozinha com o Rapha.
Nós conversamos mais um pouco e estava visível o cansaço dele, que já estava até com os olhos vermelhos.
- Vai dormir, Rapha - eu falei - tu tá caindo de sono.
- Não, tá tranquilo.
- Sério, vai lá... Chega tá com os olhos vermelhos, rapaz.
Ele suspirou e riu. - Tô mortão, queria ter esse teu pique.
- Que pique eu tenho? Também tô cansada, daqui a pouco tô indo dormir também.
- Beleza então morena - ele levantou do sofá e veio dar um beijo na minha bochecha.
O abracei e devolvi o beijo, mas ele virou um pouco o rosto e acabou rolando um beijinho meia lua.
Nós rimos.
- Boa noite, Rapha.
Ele foi pro quarto e eu fiquei sozinha na sala, fiquei mexendo no insta, vi que ele tinha me seguido e fui dar uma stalkeada inocente.
Mostrar a lista de pessoas que avaliaram Já passava da meia noite quando decidir ir dormir também, porque o tédio tinha me pegado.
Fui até a cozinha pra tomar um copo de água e vi que a porta que dava para a parte de trás da casa estava aberta, fui fechá-la e vi ainda de longe que tinha alguém deitado em um dos bancos de frente pro lago.Primeiro fiquei com medo por achar que poderia ser alguém de fora, mas depois de forçar bastante a visão eu reconheci o braço tatuado do Victor.
Fiquei tentada a dar as costas e ir dormir como o planejado, mas ele poderia estar se sentindo mal, então minha preocupação falou mais alto.
A chuva já tinha passado, as estrelas brilhavam no céu e a grama ainda estava um pouco molhada.
Cheguei perto de onde ele estava, e ele estava olhando o céu distraído.
- Ei. Tá tudo bem? - ele me olhou - Vi que cê tava aqui sozinho, achei que estivesse passando mal.
- Tá sim, tô só pensando aqui. - ele falou.
- Ok então. - virei as costas pra ir deitar, mas ele me chamou pelo nome.
- Você tá com sono? Vai dormir? - ele sentou no banco.
- Não muito sono, mas tô no tédio, já vou deitar.
- Fica aqui comigo. - ele falou.
- Victor, eu não quero ficar me agarrando com você toda hora...
- Tô te pedindo pra ficar aqui na moral, não vou te agarrar - ele falou.
Suspirei, contornei o banco e me sentei ao lado dele.
Dobrei as pernas e abracei meu joelho, apoiando meu rosto sobre eles para olhá-lo.
- O que você tem? - perguntei.
- Sei lá, tô com umas merdas na cabeça - relaxou no banco - discuti com a Mari mais cedo, ela tá puta comigo. - eu suspirei meio sem paciência pra falar sobre a Mariana, mas ele parecia estar perturbado.
- Discutiram por quê?
- Só trouxe ela nessa viagem porque ela tinha discutido feio com o Vinicius, ele disse poucas e boas, ela ficou mal pra caralho, só queria fazer ela espairecer. Mas parece que ele ligou pedindo perdão e conseguiu amolecer ela, e agora ela quer voltar amanhã de manhã.
- Casais são assim mesmo, Victor. Eles brigam e reatam fácil assim...
- Eu nunca vou entender os dois como casal, na moral. Na minha cabeça não tem nada a ver um com o outro, tá ligado? Ela merece coisa melhor.
- Isso quem decide é ela. - eu falei - Você não sabe o que acontece quando os dois estão sozinhos, ele pode ser uma pessoa totalmente diferente do que você imagina quando tá com ela.
- Eu sei... Mas é foda pra mim de entender isso. Eu gosto da Mari desde sempre, eu não sei lidar com as coisas que eu sinto, ainda mais com o que eu sinto por ela. - ele falou e eu preferi só ouvir - Eu sempre disputei tudo com o Vinicius, a atenção dos nossos pais, depois que eles morreram a atenção da nossa família, a gente disputava quem tirava as notas melhores, quem tinha mais amigos, quem tinha as melhores roupas, chegamos a disputar mulheres também, mas a maior disputa sempre foi a atenção da Mariana. Só que eu sempre fui meio inocente, não percebia que o lance deles era diferente, que ela só me via como o irmão mais novo dela.
Até que um dia eu peguei os dois ficando, fiquei puto pra caralho e achei que se eu contasse pra ela o que eu sentia, ela ia mudar de ideia e ficar comigo.Ela achou graça, disse que era coisa da minha cabeça, e que o lance dela era com o Vinicius.
- E você?
- Fiquei mal pra porra. Eles começaram a namorar logo depois, mas a Mari sempre achou graça a minha competição idiota com o Vinicius, e quando ela soube que o prêmio maior era ela, ela começou a se divertir com a situação.
Começou a me dar esperança, mesmo estando com ele, ela dizia que se pudesse voltar no tempo ela teria me escolhido, mas que agora o sentimento pelo Vinicius era maior.
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Regra Número 3
Romantik+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...