- NATASHA.
Depois de devorar três dos quatro crepes que o Victor tinha me comprado, eu tava me sentindo muito melhor e satisfeita.
Lavei minhas mãos, guardei o último crepe na geladeira e me virei pra olhar o Victor que estava mexendo no celular no balcão da cozinha.
- Tu não vai sair hoje? - eu perguntei enquanto secava minha mão.
- Se pá - ele me olhou - lembra daquele brother que eu falei que chegou de POA? Tô agitando um rolê com ele e os moleques. E você?
- Hoje é dia de me recuperar do dia de ontem pra ficar boa pro de amanhã - falei indo pro sofá.
- Regional da Nair, né? Tu vai?
- Obviamente. Ano passado eu perdi porque tava em Porto Seguro com a Lolis, esse ano eu só perco se estiver na UTI.
Ele riu. - Ano passado eu fui, po.
- Eu amo o Regional, afs - suspirei. Regional da Nair é um bloco de carnaval tradicional da capital, ele se localiza numa rua movimentadíssima do centro da cidade e vai muita gente mara. É muito bom pra balançar a raba e dar uns beijos na boca. - não queria ter perdido ano passado.
- Tava sussa, mas tinha muita gente
fodendo o rolê - ele falou - muita mina dando PT, teve umas tretas também.- Nem fala de PT - fiz uma careta - amanhã vou ficar só na água com gás e olhe lá.
- Vai com a loirinha?- Obviamente. E você vai com a gente.
- E eu lá quero ir com vocês?
- Nossa, Victor - me fiz de ofendida - vai vacilar comigo de novo? Só te perdoo se me der mais crepe.
- Tá querendo falir a firma mesmo, né?
- Achei que a firma era milionária - falei e ele riu, me mostrando o dedo médio em seguida.
- Qual é, vou lá tirar um cochilo. Deu só a preguiça esse almoço.
Mandei beijo no ar antes que ele fosse pro quarto e fiquei ali pela sala enrolando pra ir escovar os dentes.
Depois de um tempo eu finalmente fui e então me joguei na cama e por incrível que pareça eu acabei dormindo de novo.
Tinha dormido tanto que a noite eu demoraria a ter sono.
Foi um cochilinho curto, acordei uma hora depois com uma dorzinha de cabeça chata.
Prendi meu cabelo, decidi fazer as unhas só pra dar aquela animada e depois fui ver o que o Victor estava fazendo.
Ele ainda estava dormindo e tava todo esparramado na cama.
Decidi ir perturbar ele, mas parei no meio do caminho ao ver um tecido branco em cima da cama dele.
Óbvio que reconheci de cara que era uma calcinha, senti uma repulsa tão grande, uma forte ânsia de vômito, mas logo eu reconheci aquela rendinha fina.
Porra, ele ainda tinha aquela calcinha.
Foi impossível não rir ao lembrar da nossa virada de ano.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...