Vinte e Nove🌹

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- E então, tá sendo difícil aturar a Natasha? Porque eu sei o quão difícil é - Laís começou a falar e os dois saíram andando na frente, me largando pra trás.

- Até que eu consigo tirar de letra, só trancar a fera no escuro que ela fica mansinha - ele me zoou e ela riu. Palhaços.

Comecei a seguir os dois ficando meio afastada e com cara de cu porque eles já estavam se juntando pra me afrontar.

Estávamos passando pela metade do campus quando ouvi a voz do Thi me chamar, me virei pra olhá-lo e vi que ele se aproximava com a Moara.

Meu dia já tava começando muito que bem.

- Bom dia, morena - Thiago largou da mão dela pra me abraçar e beijar minha bochecha.

- Bom dia, amor - devolvi o abraço e olhei pra Moara que estava parada longe de mim - oi Moara.

- Oi.

- Aquele lá com a Laís é o seu amiguinho? - Thiago perguntou com ironia.

- Muito engraçado, hahaha. - forcei uma risada.

- Então é verdade que você tá morando com o Victor? - Moara perguntou enquanto voltava a agarrar o braço do Thi.

- É.

- Que sorte - ela pensou alto.

- Ah, é sorte? - Thiago perguntou a ela.

- Não amor - ela sorriu pra ele.

Enxergava a falsidade naquela garota há quilômetros de distância.

Eles começaram uma mini dr e eu quis proporcionar uma morte lenta e dolorosa a mim mesma.

- Vou indo, pessoas. Beijo no coração - me despedi, mas eles nem ouviram.

Quando me virei a Laís e o Victor já estavam mais longe e eu que não ia correr pra alcançá-los.

Segui até a minha sala com a minha plenitude intacta.

A verdade é que me mata ver o Thiago junto com a Moara, primeiro porque ela não me desce, é a pessoa mais forçada que eu conheço.

Segundo porque eu sinto que ela faz de tudo pra puxar o Thiago pra longe de mim e terceiro porque ele é um otário quando tá com ela e esquece do resto do mundo quando está perto dela.

Fui direto pra sala, cumprimentei algumas das minhas colegas de turma e me preparei pra minha aula de Direito e Legislação Social, minha matéria favorita da vida.

Tive algumas aulas mais chatas pela manhã e fui liberada meio-dia, não encontrei a Lolis então fui direto pegar um busão pro centro da cidade pra ir almoçar e ir direto pro banco.

Estava no meio do caminho quando chegou um whatsapp do Wesley, outro estagiário do recursos humanos do banco, mas este é estagiário de Segurança do Trabalho.

WHATSAPP
Wesley: Tô voltando do recesso hoje
Wesley: Bora almoçar no MC?
Eu: Vamoxxx
Eu: Sdds amigo
Eu: Tô quase chegando já
Wesley: Tô descendo então
Wesley: Te encontro no teu ponto
WHATSAPP

O Wes, como o chamava, era um amor de pessoa e a pessoa que eu mais me aproximei desde o início do estágio.

Estamos sempre grudados lá no banco e sempre que dá a gente sai pra almoçar juntos, o que resulta nas zoações do resto das pessoas da nossa sala, que vivem dizendo que somos um casal.

Quando desci no ponto ele tava lá me esperando, fui ao encontro dele e o cumprimentei com um abraço.

- Tô morrendo de fome, vamos logo - o puxei pelo braço.

- Tu sempre tá com fome, Nashata - sim, ele é o único que me chama de Nashata sem levar um murro logo depois.

Enquanto caminhávamos pelo centro da cidade para irmos até o MC eu fui dando uma olhada pelas vitrines nas lojas, observei que algumas já estavam com as decorações natalinas prontas e aí eu me dei conta que faltava menos de um mês pro natal.

Meu feriado favorito do ano.
Nós almoçamos juntos, voltamos ao banco e eu fui escovar os dentes, trocar meu tênis por um salto e enfrentar o dia de trabalho.

Eu trabalho na direção geral de um banco público do estado, mais precisamente na coordenadoria de recursos humanos, com o Serviço Social, Serviço Médico e a Segurança do Trabalho.

Apesar de cansativo e estressante às vezes, sempre aparece alguma situação com os empregados que tornam o dia mais suave.

Saí do trabalho às 17h morrendo de dor de cabeça e fui direto pra casa.

Quando cheguei a casa estava silenciosa, aproveitei o silêncio pra tomar um banho bem demorado, vestir meu pijama confortável e fazer algumas lições que tinha pra fazer dá faculdade.

Tava terminando de estudar quando o Victor chegou. Já tinha até acostumado com a sua troca de roupas, já que pela manhã ele saía vestido de uma forma e a noite voltava até engravatado às vezes.

- Boa noite - sua voz era de cansaço. Ele tirou o tênis e se jogou no sofá, afrouxando a gravata.

- Boa noite - comecei a guardar minhas coisas que estavam espalhadas sobre a mesinha de centro e fiquei ali no chão mesmo - como foi seu dia?

- Estressante pra caralho. E o seu? - ele me olhou.

- Normal... - fiz uma careta.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora