Dezessete 🌹

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Segurei em seu rosto na altura das bochechas e separei minha boca da dele, observando seus lábios vermelhinhos e o sorriso safado que se formou logo depois. Kauã deixa qualquer uma doida.

- Vai com calma, queridinho - falei baixo antes de dar mais um beijo em sua boca.

- Tu me deixa louco, po - ele riu.

Novamente íamos nos beijar quando a voz do Victor invadiu o camarote.

- Eita porra - ele falou me fazendo tomar um susto e sair do colo do Kauã rapidamente, arrumando minha saia em meu corpo - cadê o Gustavo e a Felipa?

- Já foram - Kauã disse - e a Mila? Te achou?

- Foi atrás de mim? Nem vi, graças a Deus - ele foi até a mesa pra pegar o celular dele e a carteira que estavam ali perto.

Peguei meu celular pra olhar a hora e realmente já passavam da quatro e meia da manhã, e apesar do pub estar um pouco mais vazio, a noite por ali estava longe de terminar.

- Tá tarde mesmo, gente - falei - acho que também vou indo, se eu der sorte consigo um Uber rápidinho.

- Eu te levo, morena - Kauã se levantou e acabou cambaleando um pouco.

- Cê tá bêbado né Kauã, vamos de Uber, amanhã você pega seu carro, seja lá onde ele estiver - eu disse.

- É mano, tá querendo se matar e matar a "morena"? - o Victor foi irônico, mas sabia que não tinha sido irônico pra me atingir, mas só pra zoar o Kauã. - Também vou pra casa, to cansadão.

- Tu não ia pra outro rolê depois daqui? - Kauã perguntou o que eu quis perguntar.

- Esse aqui já fez valer a pena a noite - Victor disse misterioso e confesso que fiquei curiosa pra saber o porquê.

Decidimos então dividir um Uber, peguei minha bolsa e fui com os dois pra saída do lugar, desistindo totalmente de tentar encontrar os falsos que eu chamo de amigos.

O Victor pediu o Uber e não demorou muito pra ele chegar e a gente embarcar.

Ele foi a viagem toda em silêncio enquanto eu e o Kauã fomos conversando sobre alguns assuntos da faculdade.

Deixamos o Kauã na casa dele primeiro, onde nos despedimos com um beijo meio xoxo, mas eu passei meu número pra ele já garantindo uma foda futura e então partimos pra casa.

- Pode deixar que eu pago - foi a única coisa que o Victor disse o caminho todo.

- Relaxa, a gente divide - insisti.

- Tu fica me devendo uma - ele falou e eu dei de ombros.

Se ele queria bancar o cavalheiro, que bancasse, sabia que aquilo era raro.

Ele pagou a corrida e o motorista nos deixou na porta do prédio.

Cumprimentamos o porteiro e fomos direto chamar o elevador, enquanto o esperava eu mandei uma mensagem pros falsos no grupo reclamando por eles serem extremamente falsos.

Chegamos em casa eu já fui tirando o tênis que tava me apertando e prendendo o cabelo.

- Boa noite aí - Victor falou enquanto tirava a camisa e ia direto pro quarto dele.

- Boa noite!

Tirei a maquiagem, tomei um banho quentinho, coloquei meu pijama e me joguei na cama pra dormir

Acordei na manhã seguinte com o som ensurdecedor da campainha, quis matar quem quer que fosse que estava na porta e quis matar o Victor por não ir abrir ela.

Me arrastei até a sala com a cara amassada mesmo, olhos cheios de remela e cabelo todo bagunçado.

A pessoa do outro lado parecia estar impaciente, abri a porta xingando até a próxima geração dela e dei de cara com uma mulher linda, mulherão na verdade, que tinha um sorriso enorme no rosto e ficou séria assim que me viu.

- Oi? - perguntei com voz de sono ainda.

- Oi, desculpa - riu sem graça e olhou o
letreiro da porta - acho que bati na casa errada, mil desculpas - TÁ ME ZOANDO QUE EU LEVANTEI A TOA?! Apenas sorri pra mulher e tornei a fechar a porta.

Tava me arrastando de volta pro quarto quando a campainha tornou a tocar e eu tive que dar meia volta.

- Pois não? - dessa vez perguntei com ironia.

- Desculpa de novo, mas você conhece o Victor? Deve ser seu vizinho novo, um tatuado, cara de poucos amigos - ela explicou e eu bufei.

Tinha que ser treta do Victor. - eu peguei o endereço dele, mas acho que me deram o número do apartamento errado.

- Entra aí - falei sem paciência dando espaço pra ela entrar - vou chamar ele.

- Ahn... ok - ela disse sem entender, mas acabou entrando.

- Fica a vontade - falei e me arrastei até o quarto do Victor, deixando a mulher na sala com uma cara de "?".

Bati delicadamente na porta do Victor umas quinhentas vezes e ele não deu sinal de resposta, então tive que apelar pros tapas mal educados na porta.

Tadinha da porta, não merecia aquilo.

- VICTOR! - chamei mais alto.

- QUE É, PORRA? - ele gritou de dentro do quarto.

- TÁ SURDO, CARALHO? - gritei de volta - VOCÊ TEM VISITA, ANDA LOGO.

Do corredor eu lancei um sorrisinho que significava "só um momento" pra mulher e me arrastei de volta pro meu quarto, fechando a porta e voltando a me jogar na cama.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora