Cento e Seis🌹

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Não demorou muito pra Luna me chamar no whats também, fiquei o resto da manhã conversando com ela e com umas mina da faculdade que tinham grudado no meu pé.

Lá pelas 11:50 eu fui tomar outro banho, coloquei uma cueca preta, calça jeans também preta e uma camisa social branca.

Se tem uma parada que eu não curto são essas roupas que preciso vestir pra ir pro trampo, são uns bagulhos que me sufoca, fico parecendo um bonequinho Playmobil, sem contar nas vezes que meu tio arrumas as reuniões dele que eu tenho que ir engravatado.

Meu pau.

Calcei o tênis, dei um jeito qualquer no cabelo, passei perfume e quando saí do quarto a Natasha também tava saindo do dela.

- E aí - eu falei. Ela tava vestindo um pijama curtinho que deixava ela ainda mais gostosa.

- Hello, bom dia - ela foi indo pra cozinha.

- Vai trampar hoje não? - perguntei.

Normalmente numa hora daquelas ela estava se arrumando.

- Não - ela pegou uma garrafa de água na geladeira - tô morrendo de cólica, minha supervisora me liberou hoje.

- Tu não tá tomando remédio? - perguntei. Sabia que a mulher não menstruava quando tomava anticoncepcional.

- Tô né - ela falou - deve ser só um escape. Relaxa que ainda não chegou sua hora de ser papai.

- Deus que me livre, fala isso nem de brincadeira.

Ela riu. - Por que? Tu não quer ter filho?

- Quero, po. Mas agora não.

Ela fez uma careta e sentou no banco do balcão pra tomar água.

- Qual foi dessa careta? Tu não quer ter filhos?

- Tu consegue me imaginar sendo mãe? Fala sério. Essa vida de ser mãe, cuidar de criança, cuidar de casa, não é pra mim.

Nasci pra ser livre.

- Ué, constituir família não é sinônimo de perder a liberdade.

- Como não? Tu acha que vai poder sair pra piranhar depois que se casar e ter filhos?
Vai sonhando... - terminou de beber água.

- Não acho isso, mas também não vou ficar preso. Mas e se enrolar de tu embuchar?
Ela riu. - É exatamente por isso que eu me cuido, uai. E ó, esse papo tá ficando muito sério e tá me cansando. Vou ir deitar que essa cólica tá me matando. Bom job pra você - ela me mandou um beijo no ar e foi pro quarto dela.

Balancei a cabeça negativamente, aquela guria era doida.

Peguei minha carteira, meu celular, a chave de casa e do carro e parti pro restaurante que ia encontrar o viado do Kauã.

Quando eu tava quase chegando no restaurante o Kauã ligou dizendo que já tava lá.

Encontrei ele na entrada, o garçom descolou uma mesa pra gente e nós pedimos o que ia rangar.

A gente conversou sobre coisa pra caralho, o foda do Coronel Picanha era que a larica demorava muito pra chegar.

- E a Nat, moleque? - ele perguntou - Ontem ela tava mó esquisita, nem ficou lá com a gente. Laís falou que tá preocupada.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora