Cinquenta e Cinco🌹

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Hesitei pra caralho antes de levantar e ir bater na porta do quarto dela.

- Natasha? - chamei. Ela não me respondeu, mas eu a ouvia fungar. - Tá tudo certo aí dentro?

- Tá - ela falou com voz de choro.

- Na moral, abre aqui pra falar comigo - pedi.

- Me deixa, Victor. - ela falou.
Não sabia o porquê da minha necessidade de abrir a porta só pra ver como ela tava, e eu fiz mesmo contra a vontade dela.

- Victor, eu falei pra você me deixar sozinha! - ela gritou depois que eu abri a porta e jogou o travesseiro na minha direção.

- Relaxa, vim em paz - entrei no quarto dela.

Ela tava encolhida no canto da cama, com os olhos e o rosto vermelhos.

- Tem certeza que tá tudo certo?

- Sim - ela limpou o rosto rapidamente e desviou o olhar do meu - agora que tu viu que eu tô bem você já pode me dar licença.

Sabia que mesmo se eu insistisse ela não iria falar sobre o que tava acontecendo, porque mesmo com pouco mais de um mês morando com ela, já sabia que ela curtia fazer a linha fortona.

- Beleza - sentei na ponta da cama dela - vim te chamar pra ir naquele barzinho comigo.

- Não tô afim - ela finalmente me olhou.

- Bora, na moral. Tô na larica e aqui não tem nada pra comer - insisti mais um pouco e ela suspirou - anda, para de ser chata.

- Tá - ela suspirou e enxugou o rosto mais uma vez - mas você paga e você me paga um drink de morango.

- Contigo tudo tem que ser na base da chantagem?

- Óbvio, ou você acha que eu sou fácil?

- Acho - falei sério e ela me deu um tapa forte no braço.

- Tá, agora sai do meu quarto que eu vou trocar de roupa - fez sinal de "chispa" com a mão.

- Já vi tudo isso aí, po.

- Não interessa, some daqui - ela me expulsou e eu saí rindo da cara dela.


Ela demorou um pouco, mas saiu vestindo um short jeans e uma camisa gigante.

- Demorou isso tudo pra vestir isso? - apontei pra roupa dela.

- Reclama mais que eu deixo você ir sozinho - ela colocou o celular no bolso e foi saindo na minha frente.

Apaguei as luzes e corri pra alcançar ela, que tava segurando o elevador pra mim.

- Já quero que amanhã chegue - ela disse enquanto apertava o botão do térreo. - minha irmã tá pirando de tanta ansiedade.

- Ela tem quantos anos?

- Dezessete.

- Deve ser porra louca igual você. Duvido nada.

Ela riu. - É um pouquinho parecida sim, amanhã tu vai ver.

Mas com certeza eu ganho no quesito juízo.

A Natasha parecia ficar melhor quando falava das pessoas que ela gostava.

Enquanto íamos até o barzinho que nem era longe ela foi contando das irmãs delas e de como elas eram diferentes umas das outras.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora