Hesitei pra caralho antes de levantar e ir bater na porta do quarto dela.
- Natasha? - chamei. Ela não me respondeu, mas eu a ouvia fungar. - Tá tudo certo aí dentro?
- Tá - ela falou com voz de choro.
- Na moral, abre aqui pra falar comigo - pedi.
- Me deixa, Victor. - ela falou.
Não sabia o porquê da minha necessidade de abrir a porta só pra ver como ela tava, e eu fiz mesmo contra a vontade dela.- Victor, eu falei pra você me deixar sozinha! - ela gritou depois que eu abri a porta e jogou o travesseiro na minha direção.
- Relaxa, vim em paz - entrei no quarto dela.
Ela tava encolhida no canto da cama, com os olhos e o rosto vermelhos.
- Tem certeza que tá tudo certo?
- Sim - ela limpou o rosto rapidamente e desviou o olhar do meu - agora que tu viu que eu tô bem você já pode me dar licença.
Sabia que mesmo se eu insistisse ela não iria falar sobre o que tava acontecendo, porque mesmo com pouco mais de um mês morando com ela, já sabia que ela curtia fazer a linha fortona.
- Beleza - sentei na ponta da cama dela - vim te chamar pra ir naquele barzinho comigo.
- Não tô afim - ela finalmente me olhou.
- Bora, na moral. Tô na larica e aqui não tem nada pra comer - insisti mais um pouco e ela suspirou - anda, para de ser chata.
- Tá - ela suspirou e enxugou o rosto mais uma vez - mas você paga e você me paga um drink de morango.
- Contigo tudo tem que ser na base da chantagem?
- Óbvio, ou você acha que eu sou fácil?
- Acho - falei sério e ela me deu um tapa forte no braço.
- Tá, agora sai do meu quarto que eu vou trocar de roupa - fez sinal de "chispa" com a mão.
- Já vi tudo isso aí, po.
- Não interessa, some daqui - ela me expulsou e eu saí rindo da cara dela.
Ela demorou um pouco, mas saiu vestindo um short jeans e uma camisa gigante.- Demorou isso tudo pra vestir isso? - apontei pra roupa dela.
- Reclama mais que eu deixo você ir sozinho - ela colocou o celular no bolso e foi saindo na minha frente.
Apaguei as luzes e corri pra alcançar ela, que tava segurando o elevador pra mim.
- Já quero que amanhã chegue - ela disse enquanto apertava o botão do térreo. - minha irmã tá pirando de tanta ansiedade.
- Ela tem quantos anos?
- Dezessete.
- Deve ser porra louca igual você. Duvido nada.
Ela riu. - É um pouquinho parecida sim, amanhã tu vai ver.
Mas com certeza eu ganho no quesito juízo.
A Natasha parecia ficar melhor quando falava das pessoas que ela gostava.
Enquanto íamos até o barzinho que nem era longe ela foi contando das irmãs delas e de como elas eram diferentes umas das outras.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...