Cinquenta e Sete🌹

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A gente comeu, conversou pra caralho, rimos e naquela brincadeira foram 4 garrafas de cerveja e eu já tava ficando legalzinha.

Decidimos ir embora antes das 23h da noite. Daquela vez não rolou pegação no meio do caminho nem quando chegamos em casa, o clima tava pique maravilhoso.

Despedi dele com um tchauzinho e um boa noite e fui pro meu quarto nanar.

Arrumei a mochila com as coisas que levaria pra casa da Fefa, já que tínhamos planejado passar a virada e o feriado por lá.

Tomei um banho quentinho, coloquei meu pijama e fiquei mexendo no meu celular até o sono bater.

Acordei era 08:00 da manhã, tomei um banho rápido, coloquei minha lingerie, um vestido fresquinho e calcei minha sandália.

Passei um reboco de leve na cara, mandei mensagem pra Nic e ela disse que acordou 6 da matina porque tava ansiosa demais. Parecia até criança.

- Bom dia - como sempre, o Victor já tava na mesa da cozinha comendo.

- Bom dia - sentei na mesa pra comer com ele.

- Já falou com a sua irmã?

- Já. Falei que daqui a pouco eu tô passando lá.

- Beleza.

- Queria te pedir uma coisa antes da gente sair - falei e ele me olhou - é que a Nic não tá sabendo dessa história toda do apartamento e tal, queria pedir pra gente não comentar sobre isso na frente dela.

- De boa.

- Pra todo caso nós somos amigos. Pode ser?

- Tudo bem. Dá pra fingir por um final de semana que eu sou seu amigo.

- Ah tá - ri sarcasticamente - você me adora, Vitinho.

Terminamos de comer, eu fui escovar os dentes e nós nos preparamos pra partir.

A rota seria: minha casa pra pegar a Nic, casa da Lolis, depois casa do Kauã e então pé na estrada.

A gente tava saindo do elevador já no hall do prédio quando o Victor parou de andar e eu o olhei sem entender.

- Que foi? - perguntei.

- Mari?! - ele perguntou olhando pra recepção e aí eu notei que a cunhada tava falando com o porteiro - O que tu tá fazendo aqui? - ele foi até ela e eu fiquei afastada os observando.

Ela falou alguma coisa pra ele, ele a respondeu e a abraçou.

Pra mim foram anos que eles ficaram abraçados e mais décadas que ficaram conversando.

Não sabia o que ela estava fazendo ali àquela hora da manhã, mas ela estava nos atrasando.

Eu até sentei em um dos bancos do hall do prédio pra esperar, rolei o feed do Instagram, li a bíblia inteira duas vezes e então eles vieram até mim.

- Vamo ter que passar na Mari antes, beleza? - ele falou pra mim.
- Tá... - me levantei.

- Oi. É Natasha, né? - ela perguntou pra mim. Ata que ela não sabia meu nome.

- Oi, é sim. - sorri pra ela.

Os segui até o carro, até então na minha cabeça nós só levaríamos ela até em casa e depois iríamos pegar a Nicole.

- Será que a Fefa vai se importar se mais uma pessoa for? - o Victor perguntou me olhando pelo retrovisor.

- Já disse que não precisa disso, Victor - a Mariana falou - não quero atrapalhar a viagem de vocês e as vagas no carro já devem estar completas. - e estavam mesmo.
- Acho que não - respondi.

- Então po, tu vai sim Mari. Não vou deixar tu ficar aqui sozinha depois das coisas que aquela merda te falou.

Pelo jeito ela tinha brigado com o marido e o Victor, trouxa que é, tinha tomado as dores dela.

Peguei meu celular pra dizer pra Nic que a gente ia se atrasar um pouco e pra falar pra Laís pra ela tirar o carro dela da garagem.

Sem chances que caberiam seis pessoas dentro do carro do Victor.

Ótimo.

A viagem já começou belíssima.


Eu sou o tipo de pessoa que odeia mudanças de planos repentinas, ainda mais quando essas mudanças viessem com uma pessoa desnecessária incluída.

Meti logo minha cara de cu no rosto, fiquei conversando com a Laís o caminho inteiro até a casa que a Mariana morava com o marido.

Ela demorou um pouco, mas voltou com uma malinha pequena e até já tinha tirado a cara de fracasso do rosto, tava animadinha demais.

- Como é que faz pra chegar na casa dos seus pais agora, Natasha? - Victor perguntou do banco do frente.

Eu guiei ele pelo caminho, que até nem era tão longe dali, e nós logo estacionamos em frente à fachada da minha antiga casa.

- Vou lá buscar ela e falar com os meus pais - avisei antes de sair do carro e deixei os dois conversando sobre algo que eu não tava afim de saber o que era.

Mal entrei em casa e a Nicole já veio pro meu lado com uma super mochila nas costas.

- Até que enfim! - ela disse impaciente - Achei que estavam asfaltando o chão pra chegar até aqui.

- Engraçadinha, rolou uma mudança nos planos e tudo atrasou - dei um beijo na bochecha dela - vou lá dar um abraço na mãe antes da gente sair.

- Tá lá na varanda lendo - a Nic avisou e eu fui até lá.

- Oi mãezinha do meu coração, vim buscar a pirralha, tá?

- Oi meu amor - ela largou o livro na mesa pra me dar um abraço apertado - se cuidem, viu? E fica de olho no celular que com certeza seu pai vai ligar.

- Sim, senhora.

Ela sorriu pra mim e mexeu no meu cabelo.

Indícios de que a melosidade iria começar.

- Feliz ano novo, tá meu amor? Eu te amo muito - ela disse me olhando nos olhos - eu sei que ainda não tive a oportunidade de dizer, mas eu tô muito orgulhosa de você.

Apesar de ter sido sempre a mais doidinha eu nunca duvidei de que você seria a primeira a colocar a vida nos eixos, que iria conciliar o trabalho e os estudos e iria querer sair logo debaixo da minha saia.

- Mas a Noemí saiu primeiro, ué.

- Saiu pra ir morar com um homem, é diferente. Você é uma mulher linda independente, que tem o que quer quando quer.

Odiava ter que mentir pra minha mãe, mas só tava esperando o ano novo iniciar pra dar um rumo na minha vida, arrumar outro canto pra mim pra aquelas mentiras acabassem.

- Obrigada mãezinha - a abracei apertado mais uma vez - boa virada pra você.

Ela me apertou por mais alguns minutos, até a chata da Nicole começar a me apressar do andar de baixo.

- Vamos, vou levar vocês no portão - minha mãe me puxou pra fora da varanda.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora