A gente comeu, conversou pra caralho, rimos e naquela brincadeira foram 4 garrafas de cerveja e eu já tava ficando legalzinha.
Decidimos ir embora antes das 23h da noite. Daquela vez não rolou pegação no meio do caminho nem quando chegamos em casa, o clima tava pique maravilhoso.
Despedi dele com um tchauzinho e um boa noite e fui pro meu quarto nanar.
Arrumei a mochila com as coisas que levaria pra casa da Fefa, já que tínhamos planejado passar a virada e o feriado por lá.
Tomei um banho quentinho, coloquei meu pijama e fiquei mexendo no meu celular até o sono bater.
Acordei era 08:00 da manhã, tomei um banho rápido, coloquei minha lingerie, um vestido fresquinho e calcei minha sandália.
Passei um reboco de leve na cara, mandei mensagem pra Nic e ela disse que acordou 6 da matina porque tava ansiosa demais. Parecia até criança.
- Bom dia - como sempre, o Victor já tava na mesa da cozinha comendo.
- Bom dia - sentei na mesa pra comer com ele.
- Já falou com a sua irmã?
- Já. Falei que daqui a pouco eu tô passando lá.
- Beleza.
- Queria te pedir uma coisa antes da gente sair - falei e ele me olhou - é que a Nic não tá sabendo dessa história toda do apartamento e tal, queria pedir pra gente não comentar sobre isso na frente dela.
- De boa.
- Pra todo caso nós somos amigos. Pode ser?
- Tudo bem. Dá pra fingir por um final de semana que eu sou seu amigo.
- Ah tá - ri sarcasticamente - você me adora, Vitinho.
Terminamos de comer, eu fui escovar os dentes e nós nos preparamos pra partir.
A rota seria: minha casa pra pegar a Nic, casa da Lolis, depois casa do Kauã e então pé na estrada.
A gente tava saindo do elevador já no hall do prédio quando o Victor parou de andar e eu o olhei sem entender.
- Que foi? - perguntei.
- Mari?! - ele perguntou olhando pra recepção e aí eu notei que a cunhada tava falando com o porteiro - O que tu tá fazendo aqui? - ele foi até ela e eu fiquei afastada os observando.
Ela falou alguma coisa pra ele, ele a respondeu e a abraçou.
Pra mim foram anos que eles ficaram abraçados e mais décadas que ficaram conversando.
Não sabia o que ela estava fazendo ali àquela hora da manhã, mas ela estava nos atrasando.
Eu até sentei em um dos bancos do hall do prédio pra esperar, rolei o feed do Instagram, li a bíblia inteira duas vezes e então eles vieram até mim.
- Vamo ter que passar na Mari antes, beleza? - ele falou pra mim.
- Tá... - me levantei.- Oi. É Natasha, né? - ela perguntou pra mim. Ata que ela não sabia meu nome.
- Oi, é sim. - sorri pra ela.
Os segui até o carro, até então na minha cabeça nós só levaríamos ela até em casa e depois iríamos pegar a Nicole.
- Será que a Fefa vai se importar se mais uma pessoa for? - o Victor perguntou me olhando pelo retrovisor.
- Já disse que não precisa disso, Victor - a Mariana falou - não quero atrapalhar a viagem de vocês e as vagas no carro já devem estar completas. - e estavam mesmo.
- Acho que não - respondi.- Então po, tu vai sim Mari. Não vou deixar tu ficar aqui sozinha depois das coisas que aquela merda te falou.
Pelo jeito ela tinha brigado com o marido e o Victor, trouxa que é, tinha tomado as dores dela.
Peguei meu celular pra dizer pra Nic que a gente ia se atrasar um pouco e pra falar pra Laís pra ela tirar o carro dela da garagem.
Sem chances que caberiam seis pessoas dentro do carro do Victor.
Ótimo.
A viagem já começou belíssima.
Eu sou o tipo de pessoa que odeia mudanças de planos repentinas, ainda mais quando essas mudanças viessem com uma pessoa desnecessária incluída.Meti logo minha cara de cu no rosto, fiquei conversando com a Laís o caminho inteiro até a casa que a Mariana morava com o marido.
Ela demorou um pouco, mas voltou com uma malinha pequena e até já tinha tirado a cara de fracasso do rosto, tava animadinha demais.
- Como é que faz pra chegar na casa dos seus pais agora, Natasha? - Victor perguntou do banco do frente.
Eu guiei ele pelo caminho, que até nem era tão longe dali, e nós logo estacionamos em frente à fachada da minha antiga casa.
- Vou lá buscar ela e falar com os meus pais - avisei antes de sair do carro e deixei os dois conversando sobre algo que eu não tava afim de saber o que era.
Mal entrei em casa e a Nicole já veio pro meu lado com uma super mochila nas costas.
- Até que enfim! - ela disse impaciente - Achei que estavam asfaltando o chão pra chegar até aqui.
- Engraçadinha, rolou uma mudança nos planos e tudo atrasou - dei um beijo na bochecha dela - vou lá dar um abraço na mãe antes da gente sair.
- Tá lá na varanda lendo - a Nic avisou e eu fui até lá.
- Oi mãezinha do meu coração, vim buscar a pirralha, tá?
- Oi meu amor - ela largou o livro na mesa pra me dar um abraço apertado - se cuidem, viu? E fica de olho no celular que com certeza seu pai vai ligar.
- Sim, senhora.
Ela sorriu pra mim e mexeu no meu cabelo.
Indícios de que a melosidade iria começar.
- Feliz ano novo, tá meu amor? Eu te amo muito - ela disse me olhando nos olhos - eu sei que ainda não tive a oportunidade de dizer, mas eu tô muito orgulhosa de você.
Apesar de ter sido sempre a mais doidinha eu nunca duvidei de que você seria a primeira a colocar a vida nos eixos, que iria conciliar o trabalho e os estudos e iria querer sair logo debaixo da minha saia.
- Mas a Noemí saiu primeiro, ué.
- Saiu pra ir morar com um homem, é diferente. Você é uma mulher linda independente, que tem o que quer quando quer.
Odiava ter que mentir pra minha mãe, mas só tava esperando o ano novo iniciar pra dar um rumo na minha vida, arrumar outro canto pra mim pra aquelas mentiras acabassem.
- Obrigada mãezinha - a abracei apertado mais uma vez - boa virada pra você.
Ela me apertou por mais alguns minutos, até a chata da Nicole começar a me apressar do andar de baixo.
- Vamos, vou levar vocês no portão - minha mãe me puxou pra fora da varanda.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...