Regra Número 3

Vinte e Seis🌹

— NATASHA.

Dormi tão bem na última noite e tão cedo, que pareceu que eu hibernei.

Acordei muito disposta, fui tomar um banho e coloquei meu celular pra carregar nesse meio tempo.

Coloquei um vestido mais fresco e fui pegar uns biscoitos pra comer, adiantei algumas matérias que estavam pendentes da faculdade e terminei de editar uns relatórios de estágio que eu teria que entregar no meio da semana.

Peguei meu celular depois de carregado e vi que tinha uma mensagem da minha mãe me chamando pra ir almoçar.

Nada melhor que o almocinho da mamãe num domingo, né? Saí de casa era umas dez e pouco, não vi nem a sombra do Victor quando saí.

Fui a pé mesmo, porque não era tão longe, quando cheguei lá quem foi abrir o portão foi a Noemí.

- Ei, sumida - me abraçou - depois que saiu de casa nem ligou mais pra gente.

- Olha só quem fala - falei - a que casou há um ano e só aparece aqui pra comer - impliquei e ela mostrou a língua.

Fui entrando na casa que eu conhecia muito bem e o cheiro de casa me inebriou, o cheiro das flores do jardim que a minha mãe ama cuidar junto com o cheiro da comida que vinha da cozinha.

- Hello, família! - dei um beijo na Nicole que tava cortando cebola pra minha mãe e abracei minha mãe por trás que tava mexendo em uma panela.

Lá em casa era assim, o almoço de domingo tinha de sair 12h em ponto, então minha mãe colocava a gente pra começar os trabalhos às dez ou antes.

- Oi meu amor - minha mãe lavou as mãos pra vir me dar um beijo - como você tá? Como tá a casa nova?

- Tá tudo bem, mãe - me sentei em uma das cadeiras da mesa - só a mesma correria do trabalho e da faculdade de sempre.

- Tá comendo direitinho? - ela perguntou.

- Óbvio que tá mãe, não tá vendo que tá uma imensa de tão gorda? - Nicole implicou e eu chutei a perna dela por baixo da mesa.
- Ai, vagaba!

- Vai deixar ela falar essas coisas dentro de casa, mãe? - Noemí falou do batente da porta.

- Com essa aí não adianta falar - minha mãe disse e a Nic revirou os olhos.

Até daquelas mini tretinhas eu sentia falta. Sempre fomos assim, eu e a Nic somos mais próximas porque sempre tivemos mais afinidade, enquanto a Noemí sempre foi a mais cabeça, a mais madura e a mais chata também, morre de ciúmes da atenção que a Nic tem e fica implicando com a pirralha.

Mas a Nicole também não é flor que se cheire, ama chamar a atenção.

- E cadê meu pai? - puxei um tomate e peguei uma faca pra ajudar a Nic a cortar.

- Foi na feira com o Lucas - Noemí falou.

Lucas é meu cunhado - comprar mais uma moranga, já que a baleia da família disse que ia vir almoçar.

- Você só avisou que viria depois, Noemí? Que feio - rebati e a Nicole riu. - mas então a gente vai comer camarão na moranga? - meu prato preferido, já tava prevendo engordar uns 3 kg.