Trinta e Oito🌹

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Terminei de fazer a unha dela, nós falamos um pouco mais sobre a Mia e o assunto acabou indo parar no Thiago.

- Sei lá, ele não tá mais tão presente igual antes e isso tá me incomodando. Tu não tá incomodada? - ela perguntou.

- Óbvio que tô, mas falar com o Thiago é o mesmo que falar com uma porta - fechei o esmalte - e eu já cansei de falar também. Ele acha que não estar presente todos os dias, mas estar do lado quando a gente precisa é o suficiente, mas pra nós duas que estamos acostumadas a ficar com ele toda hora é foda.

- Eu sinto saudade do ensino médio por causa disso - ela olhou as próprias unhas - quando a gente tava sempre agarrados pra cima e pra baixo, ter que crescer só estraga as coisas.

- Mas faz parte, amiga. Agora a gente tem que aprender a lidar que ele não vai estar sempre aqui - falei sem acreditar no que eu tava falando.

Falava aquilo só pra tentar confortar um pouco a Lolis, que sempre foi a mais sensível de nós três, mas eu também tava sentindo pra caralho a falta do Thi.

- O engraçado é que ele sempre tem tempo pra Moara - ela bufou - era pra vocês dois terem ficado juntos, assim nem com ela ele tinha ficado.

- Para de viajar, a gente é amigo e só isso.
O assunto mudou pra Moara e da Moara voou por outras pessoas aleatórias.

A tia Clarisse nos chamou, jantei com elas e o tio Luís que havia chegado do trabalho há pouco tempo.

Ajudei a Lolis a lavar as louças da janta e ela me levou em casa um tempinho depois.

Tava cansada, apesar de não ter ido à aula, o trabalho e o trânsito infernal haviam tirado toda a minha disposição.

Tirei meu cardigan enquanto o elevador subia e antes mesmo de entrar em casa eu senti um cheirinho bom de comida.

Quando entrei tive a confirmação que o cheiro vinha de lá mesmo, espiei a cozinha e encontrei o Victor só de toalha, com o corpo ainda molhado, mexendo em uma panela.

Fiquei alguns minutos ali babando nas tatuagens e nas marcas que eu havia deixado em suas costas, até ele se virar e me notar.

- Vai ficar aí parada? - ele me tirou dos meus devaneios.

- Não - joguei minha mochila no sofá e sentei no braço dele pra tirar meu tênis - não sabia que você cozinhava.

- Eu improviso - ele apoiou as mãos no balcão e ficou me olhando.

- Tá fazendo o que de bom? - prendi meu cabelo em um coque alto.

- Strogonoff. Vai querer?

- Não - fiz uma careta - comi na Laís.

- A sua amiga loirinha? - ele se virou pra mexer na panela e eu voltei a olhar o estrago que eu tinha feito. Senti meu corpo se arrepiar ao lembrar da nossa noite.

- Essa mesmo.

- Ela parece ser legal.

Ele se virou pra mim mais uma vez e novamente eu viajei em seu abdômen definido.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora