Atravessei a rua rapidamente e fui até onde o carro dele estava estacionado.- O que tu tá fazendo aqui? - me abaixei na janela pra olhá-lo.
- Vim te buscar, po - ele estava um gato com aquela roupa social do trabalho dele e de óculos escuros - entra aí.
- E por que essa gentileza repentina? - perguntei enquanto entrava no carro dele.
Carona, um copo de água e uma boa chupada são coisas que não se pode negar.
- Gentileza repentina nada. Vim aqui no centro resolver umas paradas da aposentadoria da minha avó, maior burocracia, só quis fazer um favor pra ti - ele disse enquanto manobrava pra sair da vaga.
- Tá, Victor. Até a parte da aposentadoria da sua avó eu comprei, fala logo o que você tá querendo. - coloquei o cinto de segurança.
- Beleza. Gosto de ti porque tu é rápida. - ele falou e eu revirei os olhos - Então, domingo é o dia da minha véia e eu tava querendo dar um presente massa pra ela, mas não sou bom com essas paradas. Sei que tu não é a melhor pessoa pra me ajudar com essas coisas, mas não vou morrer se tentar, né não?
- Por que eu não sou a melhor pessoa? - cruzei os braços - Sou ótima em dar presentes, tá bom? Mas se não for suficiente pra você, tu pode ficar a vontade pra ir chamar a Mari - falei "Mari" com a voz afetada e ele me deu dedo, me fazendo rir - do que a sua avó gosta?
- De coisa de vó, uai. Fazer comida, ouvir música de velho no rádinho velho dela, ficar vendo só desgraça na televisão.
Pensei por algum tempo enquanto ele falava.- Já que você me pegou no trabalho só pra te ajudar com um presente, vai ser O presente, entendeu? Sem miserê.
- Só tenta não falir a firma, tá bom?
- Relaxa na pica, bebê.Reconheci o caminho que fazíamos até o shopping.
Fazia um bom tempo que eu não rodava pelo shopping, as mãos até coçavam pra fazer umas comprinhas.
Mas precisava economizar para um novo apartamento.
Mostrar a lista de pessoas que avaliaram Todas as ideias incríveis que eu dava pro Victor, enquanto andávamos pelo shopping, ele achava uma merda.
- Victor, pensa comigo. Qualquer pessoa no mundo iria adorar ganhar uma dessas frigideiras anti-aderentes da Polishop - falei enquanto estávamos parados em frente a vitrine da loja - olha só essa belezinha. - apontei pra propaganda da frigideira.
- Não, Natasha... Não viaja. Olha o preço dessa porra - apontou pro preço que brilhava na vitrine - e não é um presente pra minha avó, é só mais um presente pra casa dela.
- Se eu fosse avó, eu iria adorar um presente desses, mas você é um careta... - o puxei pelo braço - E anda logo, eu tenho compromisso ainda hoje.
- Que compromisso? - ele perguntou.
- Não te interessa.
- Grossa da porra.
O ignorei e foquei minha atenção nas vitrines, até passarmos pela loja do Acesso Vip, que tinha um banner enorme de um show do Roberto Carlos que aconteceria no fim do mês.
- Tá aí! - parei diante do banner - Você vai dar um ingresso pro show do Rei pra sua avó.
- Tá louca? Cê acha que eu vou aturar um show do Roberto Carlos com a minha avó?
- Quem disse que você tem que ir? - falei e ele fechou a cara - Sua avó tem os próprios braços e pernas, Victor. Ela vai se virar muito bem sozinha, só você comprar um ingresso pra ela e pra uma amiga.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...