- Eu sei que nós não temos um "relacionamento", mas nós convivemos juntos quase que 24 horas por dia, nós estamos quase sempre saindo juntos e a gente ainda... - minha voz se perdeu - Enfim, o que eu quero dizer é que não vamos precisar mais passar por isso. Tô vendo um loft pra me mudar, só falta conversar direitinho e acertar uns papéis com o proprietário. Ele fica perto da faculdade, é bem melhor pra mim e assim a gente mata dois coelhos com uma só cajadada.
- Pera aí - ele disse - tu vai meter o pé?
- Já passou da hora. Nosso trato era que eu ficasse um ou dois meses, e olha o rumo e a proporção que essa história tomou?
- Natasha, não precisa disso tudo. A gente se dá bem pra porra, apesar das discussões idiotas, eu já me acostumei com você aqui e eu sei que tu também já acostumou com a minha presença.
- Não é sobre se acostumar. É sobre a minha vida. Saí de casa com o objetivo de cuidar da minha vida, eu já tenho tanta coisa na minha cabeça pra cuidar e agora tem essa doença da minha mãe, só não quero mais um motivo pra ficar de cabeça cheia.
- Tu tá dizendo que eu sou uma dor de cabeça pra você? - ele perguntou, rindo ironicamente em seguida - Na moral, Natasha. Qual é a tua, velho? Achei que tava tudo bem entre a gente.
Suspirei. - Não queria sair daqui sem ao menos te dar uma satisfação antes. Você consegue se virar bem com o aluguel daqui, né? Você tinha dito de uma promoção no trabalho e tal...
- Você não vai nem ouvir o que eu tenho a dizer sobre isso? - perguntou - Só vai meter o pé assim?
- Não tem nada que você possa dizer que vá me fazer mudar de ideia, Victor. - falei e ele suspirou, desviando o olhar do meu - Quer falar mais alguma coisa ou eu posso ir ficar com a minha irmã? - perguntei, mas ele não me respondeu - Ok. - contornei o balcão pra ir pro meu quarto.
- Essa vai ser sua decisão então? - sua voz me fez parar.
- Sim. - falei e novamente ele me deu o silêncio como resposta, então eu fui direto pro meu quarto.
A Nicole estava deitada na minha cama ouvindo música.
- Tá tudo bem? - perguntou com o semblante meio preocupado - O problema é eu estar aqui?
- Tá tudo bem, relaxa - falei e me deitei ao lado dela, puxando um dos fones dela pra ouvir com ela e fechando os olhos em seguida.
Uma coisa que a Laís e a Nicole tinham em comum era que as duas e somente as duas sabiam respeitar o meu silêncio.
Sabiam que se eu escolhesse ficar quieta era porque eu tava realmente precisando ficar sozinha com os meus pensamentos.
Na segunda de Carnaval eu fui pra uma casa de praia em Guarapari com a Laís com uma amiga nossa de infância, a Beatriz.
Ficamos muito loucas lá, bebi tanta coisa e conheci muita gente mara, inclusive um guri bem gostosinho, o Raul (sim, eu e essa fixação por boys com nomes de inicial R), mas foi rolo de um só dia, nem contato dele eu peguei.
Nós voltamos de lá na terça-feira a tarde, acabei dormindo na casa da Laís e a noite nós fomos pra um barzinho com o Raví, porque o rolê de nós três estava pendente.
Não rolou nada entre nós dois, não tava na mesma vibe que ele, e ele ficou meio boladinho, mas vida que segue.
Não ia me envolver com ele de novo sabendo que logo depois do feriado ele voltaria pra Porto Seguro pra vida dele.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...