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- KAUÃ.

Não é que eu ainda curto a Alice, porra, longe de mim.

Mas é que é foda ver ela se jogando pra outro macho na minha frente, eu a respeito pra caralho, tanto que nunca peguei mulher nenhuma na frente dela só pra não magoá-la.

Mas ela tem essa mania de fazer o que dá na telha dela, depois se arrepende e vem querer se desculpar.

Fui direto pra cozinha da Fefa, abri o freezer que estava lotado de bebidas e peguei uma long neck de Skol.

Estava a abrindo quando ouvi passos na cozinha e vi a Laís entrar nela.

- Tá tudo bem? - ela perguntou.
Pode ser um drama filho da puta meu, mas eu fico puto quando mentem ou escondem algo de mim, fico pra matar um. Por mais que eu estivesse curtindo pra caralho a Laís, era aquele tipo de comportamento infantil dela que me deixava com um pé atrás em relação a ela.

- Tá sim - falei e tomei um gole da cerveja.
- Eu sei que aqui não é o melhor lugar pra isso, mas a gente pode conversar? - ela perguntou.

Suspirei.

Não tava nem um pouco afim de uma dr com ela, mas se eu dissesse não iria ser pior depois.

Dei de ombros e ela puxou uma cadeira da mesa pra sentar e bateu com a mão na outra para que eu sentasse também.

Fiz o que ela pediu e a encarei.

- Eu já entendi que você quer ficar um pouco longe, vou te dar o seu espaço - ela começou a falar - e vou te dar o tempo que você quer. Mas não acho justo você me deixar no escuro em relação à você e a Alice. Você me disse aquela vez no carnaval que ela era sua ex, que vocês se dão bem e que não rola mais, mas hoje fica esse climão aqui. Não tô entendendo, de verdade. Você ainda gosta dela? Porque se for isso, me fala que eu não quero ficar no meio do relacionamento de ninguém.

- Eu já te falei aquele dia que eu não gosto dela, Laís - falei - o que a gente teve foi legal pra caralho, não chegou a ser um namoro, mas foi alguma coisa. Ela vacilou comigo exatamente porque o que a gente tinha era só legal e mais nada. Não tem climão, não tem nada rolando...

- E a sua cara quando ela foi atrás do Raphael? - ela perguntou.

- Normal, Laís. É foda ver alguém que você dava uma puta moral com outra pessoa.

- Tá vendo? - ela disse - Se você não sentisse nada por ela, você nem ligaria dela querer ficar com outro cara. Seja sincero comigo, Kauã.

Ri sem humor. - Você tá querendo falar sobre sinceridade, Laís? Jura? Logo você? - ela balançou a cabeça negativamente e desviou o olhar do meu - Eu não tenho sangue de barata, é claro que eu vou me sentir incomodado de ver ela com outra pessoa.

- Você vai continuar jogando isso na minha cara até quando? - ela me olhou - Poxa, eu já me desculpei, já entendi que eu errei e já tô providenciando um ginecologista pra mim.

Suspirei. - Você tem noção do quão sério seria se você tivesse grávida na moral? - perguntei.

Já havia perguntado isso pra ela antes.

- A gente ainda nem terminou a faculdade, eu tô só estagiando e tu nem trabalho tem, não pensa no teu futuro. Como que nós dois, que nem nos cuidar a gente sabe, iríamos cuidar de uma criança?!

- Eu sei! - os olhos dela ficaram vermelhos e encheram-se de lágrimas - Mas eu não fiz por mal... - choramingou.

Era foda de ver mulher chorando, ainda mais a Laís. Deixei minha garrafa na mesa e a puxei pelo braço pra um abraço.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora