cento e um🌹

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A gente ficou ali na praia até a noite cair e então eu fui levá-la em casa.

Quando chegamos lá os pais dela estavam na sala vendo tv.

- Olha só quem resolveu aparecer - o pai dela falou.

- Oi papis lindo do meu coração - ela foi dar um beijo nele - desculpa não ter avisado que eu ia dormir fora, esqueci completamente.

- Pode deixar que eu já contive a fera, filha - a mãe dela disse - tenho certeza que o Kauã cuidou direito de você, não é Kauã?

- Eu fiz o possível, dona Clarisse.

- Dona não - ela disse - pode me chamar de Clarisse. Aceita alguma coisa? Uma água? Uma cerveja? Quer ficar pro jantar?

- Mãe, menos - a Laís a interrompeu - muito menos, tá? - ela veio até a mim me puxar pela mão pro corredor que eu imaginei que levaria ao quarto dela - Já voltamos.

- Pode deixar que não vamos atrapalhar! - a mãe dela disse toda sorridente. Que mundo paralelo era aquele?

A Laís me guiou até o quarto dela, que era a cara dela, todo de menininha e tinha algumas fotos espalhadas por algumas prateleiras.

A maioria delas não ela estava com a Nat.

- Qual é a da sua mãe? - tirei o tênis pra sentar na cama dela.

- Minha mãe é doida, sério - ela sentou na cama de pernas cruzadas - ela acha que qualquer macho que eu tiver sentando na pica vai me fazer esquecer do meu gosto por mulheres.

- E não vai? - perguntei.

- Não, ué - ela veio deitar a cabeça no meu colo - é o mesmo que você se relacionar com uma mulher e dizer que porque você tá com essa mulher você vai parar de sentir interesse pelas outras mulheres, sabe? Posso estar com um cara, gostar dele e tudo mais, mas não vai anular a minha atração por mulheres.

- Isso quer dizer que existe a possibilidade do ménage acontecer? - brinquei enquanto fazia cafuné no cabelo loiro dela.

- Posso pensar no seu caso - ela fechou os olhos e abriu um sorrisão - dorme aqui hoje?

- Hmmm, tá fácil assim?

- Reclama mais, minha paixão. Sou geminiana, tá? Mudo de ideia fácil.

Ri. - Não vem com essa frescura de signo, puta que pariu.

- Não é frescura! - ela falou ofendida - Faz muito sentido. E os nossos signos são perfeitos um para o outro. Fala agora que não faz sentido, cachorro.

- É, pode ser que tenha algum sentido...
Ela riu e levantou a cabeça pra me dar um selinho.

- Deixo você dormir aqui se prometer não abusar da minha boa vontade.

- Não vou abusar de ti com os seus pais no quarto ao lado, né Laís. Só não respondo pelo meu parceiro de baixo.

Ela riu alto. - Aí não tem problema... Pode ser que eu até goste.

- É mesmo? - fiz menção em beijá-la, mas ela rolou pra fora da cama antes que eu beijasse.

- Não! - ela abriu o guarda-roupa e pegou uma toalha - Você me espera tomar um banho? Pode ir lá ser paparicado pela minha mãe, se quiser.

- Vou ficar de boa aqui - peguei um caderninho que tinha no criado-mudo dela só pra fuxicar.

- Ok, beijo na bunda.

Nem vi ela sair do quarto, tava entretido no caderninho, que tinha alguns textos mais parecidos com poesia que eu não tava entendendo caralho nenhum, mas reconheci ser de autoria dela por causa da caligrafia.

- NATASHA.

Depois de ficarmos um tempão na cama falando muita besteira, nós fomos procurar o que comer, mas acabou que a noite terminou em pizza.

A gente comeu pra caralho, rimos muito, tomamos uma cervejinha que era de lei e então fomos dormir.

Cada um no seu quarto.
Acordei cedo na segunda-feira porque tinha que ir entregar um relatório na faculdade e depois fui direto pro centro da cidade.

Como cheguei lá cedo, eu dei uma olhada em algumas lojas, acabei não resistindo e comprando mais um body pra minha coleção antes de ir almoçar.

Cheguei no banco um pouco mais cedo só pra sair mais cedo.

Segunda-feira é o pior dia pra ir trabalhar, ainda mais em semana de feriado.

Tive duas reuniões com o gestor do RH, fiz alguns atendimentos com uns empregados que estavam entrando de auxílio doença e lá pras 15h quando eu fui parar pra comer alguma coisa, peguei meu celular pra ver as notificações que haviam chegado e vi uma mensagem da Noemí que me preocupou.

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Noemí: Mana, boa tarde. Vai sair do trabalho que horas? Tô precisando te encontrar.

Eu: Vou sair lá pras 16:30, por que? O que houve?

Noemí: Vamos tomar um café no shopping? Eu te encontro lá.

Eu: Sim, ué. Mas o que aconteceu? Não me deixa curiosa, pelo amor de Deus.

Noemí: É assunto pra ser tratado pessoalmente, Nat. Mas relaxa.

Eu: Afsssss Noemí 😴

Eu: Te ligo quando chegar no shopping.

Noemí: Ok. Te amo!!! 💚

Eu: ❤

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Passei o resto da tarde louca de ansiedade, imaginando mil e uma coisas que poderia ser.

A Noemí nunca foi de me chamar para conversas sérias, sempre chamava pra reclamar de alguma coisa do relacionamento dela ou reclamar da Nicole.

Só esperava que não fosse nenhuma das duas opções, tava total sem saco.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora