Regra Número 3

Sesenta e Dois🌹

Achei o quarto um tempinho depois, a Laís tava deitada na cama mexendo no celular e a Nat tava arrumando o biquíni dela na frente de espelho.

- Demorou no banheiro hein, Nic - a Lolis disse - se perdeu no caminho?

- Não - eu sentei em uma das camas depois de desviar de um colchão que estava no chão. Provavelmente minha cama. - o Victor me parou no meio do caminho.

Depois que falei a Laís se entreolhou com a Natasha e eu tive a confirmação de que eu não tinha pego algo no ar.

- O que ele queria? - a Natasha se virou pra mim e vestiu um vestidinho por cima do biquíni.

- Nada de importante... Eu quero mesmo é saber o que tá acontecendo entre você e ele, Nat - falei na lata.

- Como assim? O que foi que ele te disse? - ela parou na minha frente e pôs as mãos na cintura.

- Opa migas, tô saindo, vou ir perturbar o Kauã um pouquinho - a Laís saiu às pressas do quarto.

- Ele não falou nada, Nat. Mas eu não sou idiota, já saquei que tem alguma coisa no ar que você não quer me contar.

- Não tem nada no ar, Nic - ela sentou ao meu lado - deve ser coisa da sua cabeça.

- Para Natasha, eu não sou criança. Desembucha logo.

Ela suspirou, pensou por alguns segundos e finalmente me encarou.

- Tá. Se eu te contar uma coisa, você promete não contar pra ninguém? Não pode nem sonhar em contar pra mãe ou pro pai, é uma coisa nossa.

- Ih, não vou contar pra ninguém. O que houve? Tu não tá gravida não, né?  

— NATASHA.

Juntei todo fôlego do meu corpo pra conseguir contar a treta toda do apartamento pra Nic, deixando de lado todas as minhas pegações com o Victor.

- Você tava morando esse tempo todo com um cara desconhecido?! Você tem noção do problema que você vai arrumar quando o papai descobrir isso, Nat? Ele vai te matar.

- É por isso que você vai ficar bem caladinha e o papai não vai descobrir nada, ouviu bem? Eu só tô esperando essas festas de fim de ano passarem pra começar a dar uma olhada nos apartamentos mais em conta, não precisa ser nada muito luxuoso, até um quitinete vai resolver meu caso.

A Nicole ficou quieta por alguns minutos como se estivesse processando o que eu havia dito.

- Tá. Mas então vocês moram juntos, o que explica o fato de se conhecerem. Mas não explica os olhares, aquela ceninha na loja de conveniência, você implicando com tudo que diz respeito à ele.

O que mais tu não tá me contando?

- Nada - eu falei - é só isso mesmo.

- Ah tá! Me poupe né, Natasha. Eu sou sua irmã mais nova, mas não sou nenhuma songamonga. O que mais vocês tem? Você fica com ele?

Suspirei mais uma vez, sabia que ficar negando não ia fazer a Nicole desistir.

- Tá, sua chata! A gente se pega às vezes, mas não passa disso.

- Sabia! - ela riu - Sabia que tava rolando alguma coisa a mais...

- Não tem nada a mais. Nosso lance é totalmente carnal, à base do fogo e do tesão.

A Nicole sorriu enquanto eu falava.
- Você gosta dele?

- Que? Não! Tá doida? É só sexo - falei - somente sexo casual.

- Fala sério, Nat. Nós somos amigas, você sabe que essas coisas você pode dividir comigo. Eu vi os olhares de vocês dois, não
é um olhar de tesão, é muito diferente...

- Nisso você tá viajando legal, Nic. Confia, é só sexo, sem sentimentos.

- E a sua raivinha pela cunhada que não larga dele é...?

- Não é raivinha. É só que ela não tinha nem que estar aqui, tá aqui de pentelha.
A Nic riu. - Sinto lhe informar, mas isso tem cara de ciúmes sim.

Bufei. Não tava com ciúmes, mas tava incomodada pra caralho com ela.

E a vadia da Nicole me conhecia muito bom pra saber quando eu estava mentindo.

- Ai que saco você, Nicole - me joguei no colo dela - eu não gosto dele, eu juro. Também não tô com ciúmes, mas ela me incomoda, sabe? Ele é doido por ela, ela sabe disso e fica dando condição, mesmo estando casada com o irmão dele.

- Que piranha! - ela falou e eu ri - Mas eles chegam a se pegar?

- Eu sei lá! Só sei que ele paga um pau do caralho pra ela, quando estão juntos só falta lamber o chão que ela passa.

- Nossa, haja paciência - nós rimos.