Oitenta e Um🌹

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- NATASHA.

Fiquei quase que meia hora rindo da cara de tombado do Victor, a loira tinha ficado realmente puta da vida com ele.

Achei minha caixa de suco em cima da pia vazia, e eu anotei isso mentalmente, faria ele pagar por outra.

Fucei as panelas, ainda tinha um pouco de comida, eu belisquei o frango, mas aquela gororoba tinha gosto de nada.

Realmente, o Victor tinha se fodido e eu me senti vitoriosa por aquilo.

Peguei uma caixa de nuggets congelados, os coloquei numa assadeira pequena e levei pro microondas.

Os virei na metade do tempo e fui ser o ser humano educado que sou chamando o Victor pra comer, porque um dos pratos que estavam em cima da pia mal tinha sido tocado.

Entrei no quarto dele sem bater mesmo, ouvi o barulho do chuveiro e fui até o banheiro bem audaciosa, até porque a porta estava escancarada.

Mal enfiei a cabeça dentro do banheiro, eu já comecei a ouvir os gemidos baixos dele.

A porta do box também estava aberta e eu consegui espiar do lado de fora ele batendo uma punheta com um tecido branco ao redor do pau.

Reconheci depois de poucos segundos a minha calcinha, e um fogo se instalou no meu corpo.

Ele tinha os olhos fechados e tudo o que eu mais queria era saber o que ele estava imaginando, entrar naquele box e tornar tudo realidade.

Mas eu me contive, admirei sua agilidade com as mãos mais um pouco, engoli minha dignidade e dei meia volta.

Iria comer sozinha, mas enquanto comia, ele não saía da minha cabeça e eu sentia minha calcinha molhada me incomodar.

Comi às pressas, só pra não correr o risco dele sair do quarto molhado pós banho e eu cair em tentação.

Tive que tomar outro banho frio pra finalmente conseguir expulsar o Victor da minha cabeça e conseguir dormir.

Mostrar a lista de pessoas que avaliaram Acordei meio tarde no dia seguinte, tomei um banho, coloquei uma roupa pra ir pro trabalho, peguei uma bolsa menor só pra levar meu celular, carregador, óculos escuros.

Fiz uma maquiagem leve, só caprichando no rímel que não pode faltar e passei um batom nude.

Quando saí do quarto a criançona tava no sofá assistindo desenho.

- Bom dia - deixei minha bolsa no braço do sofá e fui pegar uma maçã na geladeira - gostaria de dizer que você está me devendo um suco de uva orgânico.

- Bom dia pra você também - ele desviou o olhar da tv pra me olhar - pode deixar, já tá anotado. Tá indo pra onde?

- Pro trabalho né, dã - mordi minha maçã e peguei o celular na bolsa pra chamar um Uber.

Tava sem saco pra pegar ônibus.

- E tu vai vestida assim? - apontou pra minha roupa.

- Algum problema com a minha roupa?

- Tá curto pra ir pro trabalho não?

- Não - respondi - hoje só vai ter uma palestra de um psicólogo o dia todo. Vai ser mais tranquilo.

- Hm, tá.

Fiquei esperando o Uber, e então me despedi dele pra descer.

O carro chegou rapidinho e ele me levou até o centro da cidade, onde eu almoçaria antes de ir pro banco.

Fui mexendo no celular durante o caminho e conversando com o Rapha.

Acabei almoçando enquanto conversava com o Raphael e então me despedi porque teria que ir para o banco.

Mostrar a lista de pessoas que avaliaram A correria de organizar a palestra do dr.

Antônio acabava comigo, arrumar slides, reservar o auditório do prédio, confirmar os convites com os empregados, finalizar banner e ainda ter que resolver os meus próprios afazeres me deixavam morta.

Consegui parar pra beber água depois das 17h, pude sentar um pouquinho na minha mesa, mas logo tinha telefone tocando.

Só precisava me livrar daquela loucura e entrar de vez no fim de semana.

- Nat - a Fernanda, minha supervisora, me chamou na sala de atendimento, onde ela terminava uns relatórios pra diretoria - como foi a palestra?

- Foi boa, dessa vez lotou de verdade - sentei na cadeira de frente pra mesa - alguns empregados deram umas sugestões pra uma próxima palestra e o doutor tá super animado. Ah, o Felipe Delmaestro atendeu as minhas ligações, graças a Deus, mas ele se recusa a vir ser atendido pelo dr. Antônio.

A Fernanda suspirou. - O negócio vai ser o seguinte, ele vai fazer a perícia do INSS daqui há duas semanas, sendo liberado ou não, ele vai ter que vir aqui apresentar o laudo e fazer exame de retorno. E se ele não vier, o banco vai cortar o benefício, é simples.

- Eu expliquei isso pra ele pela milésima vez, mas ele insistiu em dizer que não tem a obrigação de vir trazer o laudo e que vai pedir pra algum familiar trazer.

- Ele não é mais criança, né Nat? Deixa ele fazer o que quiser, que eu faço questão de eu mesma ir até superintendência pra apresentar o caso dele. - a Fernanda falou, mas logo seu semblante nervoso suavizou - E você, diva? Vai fazer o que hoje? - meu relacionamento com a Nanda sempre foi maravilhoso, todos do banco falam que nossa relação é quase de mãe e filha, e eu a amo por ter me acolhido tão fácil.

- Vou sair com um amigo - brinquei com as canetas da mesa.

- Hmmm, tá colocando essa fila pra andar hein - ela insiste em dizer que eu tenho uma longa fila de homens pra administrar - já que você vai sair com um boy magia, como você mesma diz, pode ir. Hoje é sexta, deixa que a gente resolve as pendências
- Ai Nanda, você é a melhor - contornei a mesa pra abraçar ela.

- Divirta-se, tá? - beijou o topo da minha cabeça.

Passei na sala pra me despedir de todo mundo, peguei minha bolsa e fui pegar o elevador.

Me despedi da mulher da recepção, saí do prédio dando de cara com aquele solzinho gostoso de fim de tarde.

Tava pra atravessar a rua pra ir até o ponto quando ouvi uma buzina.

Primeiro achei que não era pra mim, mas reconheci o carro preto do Victor.

O que esse louco tava fazendo ali?

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora