Quarente e Três 🌹

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Me arrumei rapidão, caprichei no perfume e fui com a louca da Mariana pra casa da minha avó.

Ela tinha ido lá pra casa de carro, então fomos no carro dela mesmo.

Chegamos lá por volta das nove, a casa já tava cheia pra caralho, cumprimentei uns primos meus e fui falar com a minha avó.

- Vó? - ela tava colocando uma travessa no fogo.

- Oi meu filho - limpou as mãos no pano de prato e veio me dar um beijo - achei que você não vinha mais, tive que mandar a Mariana ir atrás de você.

- Tu é fogo, né dona Tiana. - beijei a cabeça dela - O que tem aí de bom pra comer?

- Sou fogo nada, é que a Mariana eu sei que consegue te convencer - ela riu. Minha avó é a única pessoa que sabe dos meus rolos com a Mari - e até agora não tem nada pronto ainda, mas tem um bolinho que eu fiz a tarde, vou pegar pra você.

Minha avó sim é uma verdadeira masterchef, se eu passar um dia inteiro na casa dela eu como toda hora.

Comi um pedaço do bolo que ela tinha feito e fiquei ali pela cozinha com ela pra evitar as outras pessoas.

- Victor tu tá aqui atrapalhando a vó? - a Mari apareceu na cozinha com um copo na mão e me abraçou por trás - Vó, põe essa criança pra correr - ela falou.

Como crescemos juntos, ela tem essa mania de chamar a minha avó de avó também.

- Deixa ele aqui, Mari. Você não sabe como ele é anti-social? - minha avó brincou.
Mariana riu e me apertou a ela.

- Que que você tá bebendo, garota? - peguei o copo da mão dela e tomei um gole.

Era vinho e se tem uma coisa que não presta, é a Mariana quando bebe. - Tá querendo ficar loucona já? Cadê o Vinicius pra te segurar?

Ela fez uma careta. - Seu irmão tá um insuportável hoje - puxou uma cadeira pra sentar perto de mim e puxou o copo da minha mão - só com muito álcool pra aguentar.

- Não fala assim dele, Mari. - minha avó o defendeu.

- Ai vó, desculpa, mas a senhora conhece muito bem os netos que você tem - Mariana reclamou.

- Me deixa fora dessa, ow.

- O que ele te fez, meu amor? - minha avó perguntou enquanto mexia no cabelo dela.
- Você sabe que o Vini tem essa mania chata de querer ficar me segurando, tava me pedindo pra parar de rir alto e falar tanto, acredita? - bufou - Sabia que era pra ter casado com o Vitinho - brincou e deitou a cabeça no meu ombro.

Minha avó me olhou com um semblante meio preocupado. Era esse tipo de brincadeirinha da Mariana que fodia com a minha cabeça.

- Ele tá querendo fazer pose na frente da família, Mari. Depois ele melhora - minha avó justificou o Vinicius.

A verdade é que ele amava passar a pose de cara certinho, que tem uma mulher bonita e certinha também, mas eu sei bem o filho da puta que ele consegue ser.

Minha avó foi olhar umas panelas que estavam no fogo, a Mari continuou com a cabeça deitada no meu ombro e eu fiquei ali naquela situação fodida.

Só sentindo o cheiro do cabelo dela e querendo beijar aquela boca.

Peguei meu celular pra mexer em qualquer coisa que me distraísse, acabei abrindo o Instagram que por causa da Natasha eu voltei a usar.

- Ué, tá usando instagram agora? - Mariana perguntou olhando pro meu feed.

- É...
Continuei rolando o feed, até que apareceu uma foto da Natasha com um pirulito na mão com a roupa que tinha vestido pra sair.

Comentei a foto e fiquei viajando nela.

- Essa guria é muito linda, chega a dar uma invejinha - Mari falou.

- Inveja por quê? Tu é linda pra caralho também.

- Awn Victor, só você pra aumentar meu ego mesmo. - ela beijou meu ombro e tornou a deitar a cabeça.

NATASHA.

A melhor hora do Natal é quando dá meia-noite, sem condições.

Minha avó tinha levado aquela farofa maravilhosa de cenoura com cebola que só ela sabia fazer, tinha peru assado, sal picão, costelinha ao barbecue e mais mil opções diferentes.

O Natal da minha família tem essa fama de ter muita comida, já que todos levavam um prato diferente.

Comi como se o mundo fosse acabar em comida, tava já no meu segundo prato de costelinha com arroz e farofa quando a Noemí anunciou que tinha um recado importante pra dar.

- Então - ela se entreolhou com o Lucas algumas vezes - a gente queria aproveitar que a família tá toda reunida aqui pra contar uma coisa pra vocês.

- Vocês vão mudar de estado? Graças a Deus! - a Nic zoou, me fazendo rir.
- Nicole! - minha mãe a repreendeu - Fala, minha filha - disse pra Noemí.

- Eu tô grávida!

Nem preciso falar da comoção geral, né? Meu pai comemorou com os meus tios, minha mãe e minha avó começaram a chorar, e a Noemí também.

Confesso que eu também fiquei muito feliz, amo crianças e meu sonho sempre foi ser tia.

- Parabéns meu amor! - abracei a Noemí depois que todos abraçaram - Tá de quantos meses?

- 6 semanas já - ela acariciou a própria barriga por cima do vestido que ela usava.

- Bem que eu reparei que você deu uma engordadinha - Nicole disse enquanto ia abraçá-la e recebeu um tapa no braço - Ai! To brincando, maninha do meu coração.

Será que vai vim mais uma mocinha pra completar nosso quarteto fantástico?

- O Luc tá querendo que seja um menino, mas eu ia amar se fosse uma princesinha - ela fez um bico. O Lucas apareceu e a abraçou por trás, ambos visivelmente felizes.

- Falando no papai do ano... - eu falei e ele deu uma risada - Parabéns Luc, a gente já tá na torcida pra uma guria.

- Essa família já tem menina demais, chega de dor de cabeça - ele reclamou e também levou um tapa da Noemí - quero mais que seja um molecão.

O papo tava mais que bom, mas meu prato cheio tava me esperando.

Fui terminar de comer, comi pavê, mousse e ainda tomei sorvete, depois fui enrolar um pouco no quarto da Nic até a Noemí e o Lucas decidirem ir embora pra eu pegar aquela carona marota.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora