Cinquenta e Oito🌹

4.5K 214 9
                                    

— VICTOR.

A Mari tava bem mal pela treta que teve com o Vinicius, tudo por causa da doutrinação do cara de que ela tem que ser perfeita em tudo, que tem que ser a esposa dona de casa, tem que só cuidar da casa e dele.

Mas a gente conhece a Mariana desde sempre, e assim como eu, ela sempre curtiu dar uns rolês, tomar uns corotes e ficar loucona.

Esse é um dos motivos pra eu não entender do porquê que ela se relacionou com o Vinicius, já que ele abomina tudo isso e ainda tenta botar a guria num cabresto.

Não via porquê não chamar ela pro sítio do Fefa, primeiro que sabia que a ruiva não ia ficar bolada por isso, ia até curtir porque ama ver a casa cheia, e segundo porque antes da Mari casar a gente sempre saía junto.

- Ela foi buscar quem mesmo? - a Mari perguntou me tirando dos meus pensamentos.

- A irmã dela.

- Ah sim...

Foi só a gente parar de falar que a Natasha saiu de casa com uma guria do lado dela.

Ela era um pouco mais alta e eu tinha a ligeira impressão de que a conhecia de algum lugar.

A medida em que ela foi chegando mais perto do carro, eu comecei a notar o quão parecida elas eram, exceto pelo cabelo curto da mais nova e os olhos mais castanhos. Era exatamente como a louca da Stone.

- I'm back - Natasha anunciou enquanto entrava no carro e a irmã entrou logo atrás dela.
A olhei pelo retrovisor e eu tive a certeza de que era ela mesmo.

Ou o destino tava tirando uma com a minha cara, ou a Natasha era mesmo um karma na minha vida. - Essa é a Nicole, minha irmã.

Gatinha esse é o Victor, um colega meu e essa é a Mariana uma amiga dele.

A Nicole encontrou meu olhar no retrovisor e ficou totalmente pálida, visivelmente nervosa e surpresa.

- Oi! - ela disse sem graça e então desviou o olhar, totalmente diferente da mina que me agarrou e me mamou.

- Vamo pra Laís então? - desviei o olhar pra Natasha, que não tinha percebido a movimentação dos olhares.

- Sim, é pertinho daqui.

A Natasha foi falando o caminho e vez ou outra eu me pegava olhando pra Nicole, que tava encolhida no canto do banco com os fones de ouvido.

Aquilo sim era uma coincidência filha da puta.

As duas gurias que tinham me deixado louco num mesmo espaço curto de tempo eram parentes e muito amigas, me fodi.

Pelo jeito ela não tinha contado pra Natasha sobre aquela história, ou tinha contado e não tinha dito que era eu, mas dava pra sentir a torta de climão fodida no carro.

A gente chegou na Laís, as gurias decidiram trocar de carro porque obviamente não ia caber todo mundo.

A Nicole praticamente correu pra fora do carro, a Natasha só agradeceu a carona e foi atrás da irmã.

- Não queria atrapalhar a viagem de vocês assim - a Mariana reclamou mais uma vez - eu sei que ia todo mundo num mesmo carro. Ficou chato pra mim, Victor.

- Relaxa carai, a gente não nasceu grudado. De boa ir em carros diferentes.

Ela bufou e cruzou os braços. Fomos em silêncio no trajeto até a casa do Kauã, quando estávamos quase chegando ela resolveu abrir a boca.

- Acho que a Natasha não gosta muito de mim.

- Por que? - a olhei quando paramos no semáforo.

- Sei lá, ela mal olha na minha cara, não fala comigo e mudou totalmente quando você falou que eu viria.

- Que nada, ela é assim mesmo. É meio de lua, depois tu se acostuma.

- E você já se acostumou?
- Com ela? - ela balançou a cabeça positivamente - Sim po, ela é uma guria maneira.

- Não conheço muito ela, mas consigo imaginar vocês dois como um casal muito fácil, sabia? Devem se parecer muito.

- Que conversa é essa agora?

- Não sei, só veio na minha cabeça - ela riu - e eu vi tu olhando pra ela quando ela tava vindo pro carro.

- Tá viajando, Mariana.

- Ok. Tô viajando - ela se deu por vencida, mas deu risada.

Passamos no Kauã e ele mal entrou no carro e já foi perguntando das minas.

- Cadê as gurias? - perguntou - Opa, e aí Mari.

- Oi Kauã - a Mari sorriu pra ele.

- Decidiram ir no carro da Laís, aqui não ia caber todo mundo.

- An, mó palho - ele colocou a mochila dele no banco - a gente não tinha marcado de ir geral junto?

- É, po... - olhei pra ele pelo retrovisor e indiquei a Mariana com o olhar, mas o tapado nem se tocou. É um palerma mesmo.

Dali do Kauã eu já segui o trajeto que nos levaria por duas horas de carro até o sítio da Felipa.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora