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Nós almoçamos, ajudei a dona Virgínia com as louças e o Victor me arrastou pra parte de trás da casa da avó dele onde tinha uma piscina gigantesca, uma área para churrasco com uma mesa de jogos e até uma mesa de sinuca, que o Victor contou que era do avó dele e a dona Virgínia a mantinha ali mesmo depois do falecimento dele. Perto da mesa de jogos tinha um sofázinho e foi pra lá que o Victor me arrastou pra ficar grudado nele.

- Tu tá quieta pra porra - ele disse depois que ficamos alguns minutos em silêncio e eu fiquei curtindo o cafuné que ele me fazia.

- Maior climão estranho aqui - falei mais baixo e então o olhei - o que houve lá na sala com a Mariana?

Ele suspirou e colocou meu cabelo atrás da orelha.

- Ela não contou pro Vinicius ainda e a minha avó reforçou que se ela não contar, a vó vai jogar a poeira toda no ventilador.

- Ele sabe, Victor - falei e ele juntou as sobrancelhas sem entender - no fundo ele sabe que a Mariana não é flor que se cheire. Talvez ele só não queira aceitar isso porque é cômodo ficar com ela.

- Por que cê tá dizendo isso? - ele perguntou.

- Sei lá... Dá pra perceber - desviei meu olhar do dele, mas ele segurou meu rosto e me fez olhar ele.

- Qual é, Nat. Tu não é de enrolação, o que aconteceu?

Suspirei.

Ele não me deixaria sair dali sem que eu contasse.

Levantei meu braço e lhe mostrei meu pulso mais uma vez.

Ele o segurou com uma das mãos, soltando meu rosto em seguida.

Seu toque era totalmente diferente do Vinicius, seus dedos passaram suavemente por cima da marca vermelha e ele me olhou nos olhos.

- Nat, o Vinicius...? - a voz dele se perdeu no meio da frase. Engoli seco e ele entendeu rapidamente - Filho da puta! - ele ia se levantando, mas o segurei.

- Calma, Victor. Não precisa criar caso.
- Criar caso, Natasha?! - ele falava alto - Você acha que o cara vai encostar em você assim e eu só vou criar caso?! Vou quebrar a cara folgada daquele moleque!

Ele tentou sair mais uma vez, mas o segurei pela camisa.

- Por favor! - pedi.

- Solta, Natasha! - ele falou alto puxando a camisa dele da minha mão, mas voltei a agarrar o braço dele - Que porra, Nat.

- Por favor... - pedi baixo - Pela a sua avó. Aqui não. Ela não merece ver isso.

Ele tava vermelho de raiva, o olhar dele estava agitado e sua respiração estava ofegante.

- Me ouve, por favor - pedi mais uma vez - já tá tudo bem, eu coloquei ele no lugar...

- Ele te machucou, caralho! - ele falou e o vi travar o maxilar dele.

- Não tá doendo - menti de novo - só tá vermelho, relaxa.

O Victor respirou fundo e desviou o olhar do meu.

Suspirei, o abracei pelo pescoço e dei um beijo na bochecha dele.

Ele resistiu por um tempo, mas acabou me abraçando de volta.

- Se aquele filho da puta encostar em você...

- Shiu... - o interrompi. Segurei o rosto dele com a mão e o beijei.

Tentei deixar um pouco de lado toda aquela treta, mas ainda sentia o VK bem tenso.

- Vamos meter o pé, na moral - ele falou - se eu ficar mais um minuto aqui e tiver que olhar pra cara daquele cuzão eu arranco todos os dentes da boca dele na mão.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora