Vinte🌹

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— NATASHA.

Eu sou curiosa demais, e o clima ali entre mim e o Victor tava tão de boa, não achei que faria mal perguntar sobre a família dele.

- Esse ano vai fazer nove anos que eles morreram - ele parou de comer pra me contar - foi numa tentativa de assalto lá em casa, os ladrões estavam rondando a casa já fazia um tempo porque achavam que a gente tinha dinheiro ou qualquer coisa de valor. 

Foi num fim de semana em que eu tinha ido pra casa da minha avó, só o meu irmão e os meus pais estavam em casa no dia e os bandidos invadiram a casa a noite. 

Tava atrás de um cofre, mas nem cofre a gente tinha - ele riu - meus pais mandaram meu irmão se esconder no quarto dele quando eles perceberam a movimentação, minha mãe deu tudo de valor que a gente tinha, mas não foi o suficiente pra eles.

 Eles ficaram putos e simplesmente desceram a bala neles, não levaram nada também - ele contou com naturalidade e eu achei super estranho.

- Nossa, Victor... - suspirei - Que triste. Como você ficou?

- Mal - deu de ombros - óbvio. - brincou com a comida no prato dele.

- Você não é de falar muito ou o seu problema é só comigo? - perguntei enquanto ia pegar o suco na geladeira - Quer?

- Só não curto falar disso - disse de boca cheia mais uma vez e balançou a cabeça positivamente para a minha segunda pergunta.

Servi dois copos e dei um deles pra ele.

- E desde então você morava com quem?

- Meu irmão.

- Hum, legal! - bebi do meu soco - Lá em casa somos três mocinhas, Noemí, a mais velha, eu, e a Nicole, a pirralha.

- Tudo com N? Bem criativos os seus pais - ele zoou.

Eu ri. - Você não imagina o quanto...

- E tu quis sair da casa dos seus pais por quê? - perguntou - Mó jeitinho de filhinha do papai.

- Porque não curto ser a filhinha do papai, gosto de ser independente.

Ele arqueou uma das sobrancelhas e ficou me olhando como se me analisasse.

- E tu vai fazer o que hoje, filhinha do papai?

- Até então nada - terminei de tomar meu suco - e você?

- Nada - remexeu no resto da comida do prato dele.

- Então quer dizer que eu vou ter que te aturar em casa o dia todo? - o provoquei.

- Infelizmente.

- Bom, já que não vai fazer nada, fique à vontade para lavar as louças do almoço - desci do banco - e lava direitinho, hein!

Ele não contestou, por algum milagre divino, só deu risada e eu fui pro meu quarto descansar o almoço.

Regra Número 3Onde histórias criam vida. Descubra agora