— NATASHA.
Eu sou curiosa demais, e o clima ali entre mim e o Victor tava tão de boa, não achei que faria mal perguntar sobre a família dele.
- Esse ano vai fazer nove anos que eles morreram - ele parou de comer pra me contar - foi numa tentativa de assalto lá em casa, os ladrões estavam rondando a casa já fazia um tempo porque achavam que a gente tinha dinheiro ou qualquer coisa de valor.
Foi num fim de semana em que eu tinha ido pra casa da minha avó, só o meu irmão e os meus pais estavam em casa no dia e os bandidos invadiram a casa a noite.
Tava atrás de um cofre, mas nem cofre a gente tinha - ele riu - meus pais mandaram meu irmão se esconder no quarto dele quando eles perceberam a movimentação, minha mãe deu tudo de valor que a gente tinha, mas não foi o suficiente pra eles.
Eles ficaram putos e simplesmente desceram a bala neles, não levaram nada também - ele contou com naturalidade e eu achei super estranho.
- Nossa, Victor... - suspirei - Que triste. Como você ficou?
- Mal - deu de ombros - óbvio. - brincou com a comida no prato dele.
- Você não é de falar muito ou o seu problema é só comigo? - perguntei enquanto ia pegar o suco na geladeira - Quer?
- Só não curto falar disso - disse de boca cheia mais uma vez e balançou a cabeça positivamente para a minha segunda pergunta.
Servi dois copos e dei um deles pra ele.
- E desde então você morava com quem?
- Meu irmão.
- Hum, legal! - bebi do meu soco - Lá em casa somos três mocinhas, Noemí, a mais velha, eu, e a Nicole, a pirralha.
- Tudo com N? Bem criativos os seus pais - ele zoou.
Eu ri. - Você não imagina o quanto...
- E tu quis sair da casa dos seus pais por quê? - perguntou - Mó jeitinho de filhinha do papai.
- Porque não curto ser a filhinha do papai, gosto de ser independente.
Ele arqueou uma das sobrancelhas e ficou me olhando como se me analisasse.
- E tu vai fazer o que hoje, filhinha do papai?
- Até então nada - terminei de tomar meu suco - e você?
- Nada - remexeu no resto da comida do prato dele.
- Então quer dizer que eu vou ter que te aturar em casa o dia todo? - o provoquei.
- Infelizmente.
- Bom, já que não vai fazer nada, fique à vontade para lavar as louças do almoço - desci do banco - e lava direitinho, hein!
Ele não contestou, por algum milagre divino, só deu risada e eu fui pro meu quarto descansar o almoço.
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Regra Número 3
Romance+18 "É amor quando a gente sente que não deveria estar em outro lugar..." "- Não transformar a casa em um motel, cada um com a sua própria comida... - ele lia com atenção, até chegar à regra número três, onde ele me olhou com um sorriso sarcástico n...