Capítulo 12 :

633 77 52
                                    


Carla: Oi Anne. — abaixou na altura em que ela estava sentada, sendo recebida com um animado Olá. — Hey irmãzinha, não aprendeu que quando alguém chega é educado você levantar e dar um abraço ou um beijo?

Anne: Não tenho educação. — ela deu de ombros e Carla fechou os olhos, sentindo a raiva subir em sua garganta.

Aquela idiota se esqueceu que agora tinha vinte e cinco anos e não era mais nenhuma adolescente revoltada? Antes de começar a falar alguma coisa, sentiu as mãos de Arthur puxando seu braço para longe dela.

Arthur: Ignore. — ele sussurrou, enquanto Carla ia a caminho de Boninho.

Maria Clara: Oi titia!— a garota gritou do outro lado da sala e acenou ao receber uma olhada nada agradável de Anne.

Carla engasgou e iria falar alguma coisa, mas se calou. Não iria repreender a filha por uma coisa que ela mesma gostaria de falar.

Boninho: E ai menininha. — abraçou Carla que suspirou, sentando ao lado dele.

Carla: E ai, como vão as coisas?

Boninho: Muito bem... Nada melhor do que retornar à Formula 1. — disse como se fosse algo completamente normal.  Carla engasgou e olhou para ele com os olhos arregalados.

Carla: Você...?

Boninho: Não iria deixar seu marido ir sozinho nessa, menininha. — passou a mão pelo cabelo de Carla, o bagunçando um pouco.

Carla balançou a cabeça e levantou do sofá, indo na direção da mãe que a chamava para subir no quarto de D. Helena. Carla engoliu em seco ao fitar a porta do quarto da avó. Doía demais ver sua avó tão debilitada em cima de uma cama, logo ela que sempre foi tão cheia de saúde, sempre para lá e para cá gritando, torcendo por Arthur.

Aquilo não era justo.

Carla: Oie. — disse após colocar a cabeça para dentro do quarto.

De cara, viu que o quarto estava mudado, antes uma cama de casal normal, deu espaço para uma cama hospitalar, que lhe causava arrepios apenas em olhar. Ao lado da cama, em um sofá branco estava uma mulher trajando uma roupa branca, logo se lembrou do que sua mãe lhe disse no telefone, que teve que contratar uma enfermeira. Os olhos castanhos a olharam brilhantes como sempre e pode ver um sorriso se formar no rosto já marcado pelas linhas de expressão.

Helena: Só ficando doente mesmo para a senhorita vir me ver, não é? — ela fez uma cara de brava e Carla sorriu, fechando a porta atrás de si e caminhando para perto da avó. A enfermeira a olhou sorrindo angelicalmente e levantou do sofá.

Enfermeira: Vou deixar vocês conversarem. D. Helena, nada de tentar levantar da cama. — alertou e logo depois saiu do quarto.

Helena: Mulherzinha chata... — revirou os olhos assim que ouviu o suave clique da porta. Carla riu e sentou na beirada da cama.

Carla: Que saudades. — abraçou-a, sentindo as mãos de Helena em suas costas. — E ai vovó, pronta para outra?

Helena: Dessa vez não sei não... — ela suspirou pesadamente e Carla engoliu em seco.

Carla: Que não sabe o que, daqui a pouco a senhora já está pronta para uma corrida de kart. — piscou e ouviu a doce gargalhada.

Helena: Fiquei sabendo da proposta que Thur recebeu. — ela sorriu e Carla ficou feliz ao ver que as covinhas ainda apareciam.

Carla: Ah sim, chefe de equipe... Argh. — fez uma cara de desgosto.

Helena: Acompanhei seu avô até o último dia de vida dele, nunca, nem se quer por um segundo o deixei. Se fosse você faria isso.

Carla: Nunca vovó. — sorriu suavemente. — Nunca vou deixar o Thur sozinho. Confesso que quis matá-lo pelo egoísmo de pensar nele em primeiro, mas vi que é o sonho dele. Ele me deu tudo o que eu sempre quis, um marido, filhos, uma família, felicidade, amor. Enfim... Colocando em uma balança tudo o que ele me deu e o que eu fiz por ele, vi que tenho que estar com ele nessa.

Helena: Está certa meu amor. E eu estou orgulhosa de você, por ser essa mulher incrível que é. — ela pegou a mão de Carla e a segurou. — Quero que saiba que você é meu maior orgulho Carla, não só por ter se casado com o Thur. — as duas riram. — Mas por ser a melhor neta que uma vó poderia pensar em ter. Continue sempre assim meu amor. — olhou para Carla fixamente, esta que já deixava algumas lágrimas caírem.

Carla: E a senhora é a melhor vó que uma neta poderia ter. — sorriu, beijando o rosto dela.

Helena: Promete que vai estar aqui comigo mais vezes?

Carla: Claro que sim, eu prometo. — beijou a mão dela que ainda estava sob a sua. — E sabe quem eu trouxe aqui para te ver?

Helena: Arthur e meus bisnetos. — revirou os olhos. — Michael Schumacher que não seria.

Carla: Tão doce... — gargalhou e levantou da cama, indo até a porta no corredor.

Estava Arthur com Maria Clara e Lucas, estes que já comiam as besteiras preparadas por D. Mara. Antes mesmo de chamar, três furacões passaram por ela.

Maria Clara: Bisa! — gritou enquanto já se empoleirava em cima da cama, abraçando D. Helena que bagunceira como era, não estava adorando nada aquilo. — Bença?

Lucas: E ai bisa? Levanta logo dessa cama ai que você tem que ir ao campeonato semana que vem. — foi o segundo a abraçar a bisa que sorriu. — Bença? — Ela abençoou os dois.

Arthur: E tem que me ver como novo chefe de equipe da Ferrari. — sentou ao lado de Maria Clara na cama e todos começaram a rir, inclusive Helena.

Carla não conseguia parar de sorrir, todos ali eram seus maiores e preciosos bens.

Acabaram jantando todos ali com Helena, até mesmo Anne estava ali no quarto. Conversavam sobre coisas engraçadas, viagens, corridas em que Boninho e Arthur estavam presentes. Com todas as gargalhadas, Carla acabou esquecendo do porque estavam ali. Mas assim que Arthur disse que precisavam ir embora, pois Lucas e Maria Clara tinham escola amanhã, sentiu como se arrancassem um pedaço de seu coração. O que mais queria era ficar ali do lado da avó.

Carla: Eu volto, ok vó? — disse enquanto beijava a testa dela.

Helena: Eu estou esperando. — ela sorriu. — Eu te amo Carlinha.

Carla: Eu mais ainda. — passou os braços pelo pescoço da avó a abraçando o mais forte que Helena aguentava.

Helena: Eu posso estar nessa cama, mas se a senhorita não vir me ver, vou até a sua casa te dar umas palmadas.

Carla: Fica tranquila D. Helena, logo estou de volta.

Aquela era uma promessa que gostaria de cumprir e faria de tudo para cumpri-la.

Comentem

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora