Capítulo 75 :

430 60 47
                                    


Thaís: Meu Deus... Boninho... Eu... — apressou-se em dizer, mas a gagueira a impediu.

Júnior: Você me mordeu, sua louca! — dizia com a mão na boca, podia sentir o gosto de sangue se espalhando em sua boca. Thaís o olhou raivosa e com as duas mãos o empurrou para trás.

Thaís: Panaca! Idiota! Imbecil! — começou a gritar, até se dar conta que Boninho ainda estava ali. — Não é o que você está pensando, Boninho.

Boninho: Eu não estou pensando nada... Não tenho como pensar nada diante da cena que eu vi.

Thaís: Não é nada daquilo que você viu, ele me agarrou.

Júnior: E você correspondeu muito bem. — voltou a falar e Thaís gritou, explodindo sua raiva em mais um empurrão que o fez bater as costas na parede.

Thaís: Imbecil, nunca mais ouse encostar um dedo em mim. Imbecil! — ainda gritando, ela saiu correndo do banheiro, passou por Boninho quase o derrubando, este que quando viu Thaís desaparecer pelo corredor, voltou a olhar para Júnior.

Boninho: Ela tem namorado, você não poderia respeitar ao menos isso?

Júnior: Isso nunca foi um problema para mim, Boninho. Apenas é um problema quando ela me morde, os dentes dela são quase tão fortes quanto os socos dela. — reclamou novamente com a mão tocando sua língua, que estava com um pequeno corte.

Boninho: Esqueça-se dela, se concentre na corrida, vamos descer, você tem que entrar no carro. Está preparado? — dizia enquanto o empurrava pelos ombros para fora do banheiro.

Júnior: Agora sim. — um sorriso apareceu em seu rosto, lembrando- se de alguns minutos antes. As mãos seguraram o zíper do macacão e ele foi fechado.

A corrida começou confusa, Júnior logo na segunda curva perdeu a pole position, por conta de uma batida logo atrás dele. Por conta disso, o piloto que estava em quinto, pulou para primeiro, conseguindo colocar Júnior para segundo. Pelo rádio Arthur lhe dizia para ficar calmo e pela primeira vez desde que esteve sentado em um carro de Formula 1, iria obedecer o que seu chefe lhe dizia. Faria tudo o que Arthur lhe mandasse e veria se o problema estava mesmo com ele próprio ou com erros da equipe. Sem pressa nem afobação, depois da parada para a troca de pneus, conseguiu tomar de volta o primeiro lugar. Aos poucos conseguiu abrir uma grande vantagem para o segundo colocado. Tudo parecia estar correndo dentro dos conformes e Arthur se sentia feliz por isso, Júnior estava o ouvindo e não cometendo burradas.

Thaís estava enfurnada em um canto do Box, vendo pelo monitor junto dos mecânicos a corrida, embora ela estivesse interessante, imagens do beijo dele lhe vinham na cabeça, as mãos quentes lhe tocando, lhe prendendo com força. Era atormentador e se fosse possível, gostaria de ser ela dirigindo o carro dele e ele passando em sua frente. Aquele maldito estava a tirando do sério. Com um rádio nos ouvidos, ela podia ouvir a conversa entre Arthur e Júnior, ele parecia tranquilo e aceitava as ordens de Arthur, sem reclamar.

Voltas depois, Júnior recebeu a bandeirada que lhe dizia que tinha acabado de ganhar a sua primeira corrida do ano. Todos no Box pulavam de felicidade e até mesmo Thaís, levantou e deu uns pulinhos, jurando para si mesma que aquilo era em nome da Ferrari.

Arthur: Você conseguiu! — assim que viu Júnior entrando na ante sala do pódio ele disse. Júnior assentiu e pegou a garrafa de água que ele lhe oferecia.

Júnior: Não. Eu apenas cumpri ordens. — os dois trocaram um olhar e quando Arthur abriu a boca para responder, tiveram que ir para o pódio.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora