Capítulo 115 :

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Alice entrou na sala ainda olhando para Lucas sem entender completamente nada. Hoje de tarde, ele disse que iria ficar em casa pois os pais chegaram de viagem e agora estava ali, na frente dos seus pais. Sentou-se ao lado dele, com um vestido preto todo soltinho e uma sapatilha, ele sorriu e Luan torceu o nariz. Sarah revirou os olhos.

Sarah: O jantar está servido, vamos comer. — disse e todos se levantaram, indo para a sala de jantar.

De um lado da mesa Alice e Lucas, do outro Luan ainda com uma cara de dar medo e Sarah toda sorridente.

Alice: Na verdade eu não estou entendendo o propósito disso tudo. — A menina disse.

Luan: Finalmente alguém que concorda comigo. — revirou os olhos.

Lucas: Eu vim até aqui porque eu gostaria muito de pedir a autorização de vocês dois para que eu possa namorar a Alice. E gostaria muito que aceitassem. — Alice engasgou com o suco e arregalou os olhos. Sarah deu um sorriso e suspirou, enquanto Luan começou a dar gargalhadas altas e irônicas.

Alice: Você está brincando? — ainda meio sem ar, perguntou e ele balançou a cabeça negativamente.

Luan: Lógico que está. Não tem nem tamanho para namorar, ainda mais namorar a minha filha! Vai comer fermento e crescer e depois vem falar dessas coisas para mim. E você Sarah, não posso acreditar que está patrocinando essa palhaçada.

Sarah: Não acho uma palhaçada, os dois se gostam. Não vejo mal algum. Luan, é o Lucas, o seu afilhado, não um estranho. Nós o conhecemos desde que ele nasceu. Ele e a Alice foram criados juntos, é normal que isso aconteça. E por Deus, acho que os dois já são bem crescidinhos para namorar. Ela é minha filha e eu a autorizo. — olhou para Lucas que deu um sorriso e Alice ainda estava meio abobada.

Luan: Por isso mesmo, eu o conheço. Sei quem ele é, sei pra quem puxou e sei que vai acabar fazendo alguma merda com a minha filha. E com a minha filha, ninguém mexe.

Lucas: Eu amo a sua filha, Luan. Amo ela desde quando ela nem olhava para mim, quando me tratava como o amigo dela. E acho que são muitos anos para eu desistir e acabar fazendo alguma coisa que a magoe. Acho que já passamos por coisas o suficiente para saber que temos que ficar juntos. E eu só vim aqui pedir sua autorização, porque nada que você fale vai mudar o que eu sinto por ela. — Alice colocou a mão no rosto, com os olhos cheios de lágrimas, mal acreditando que aquilo estava acontecendo.

Alice: Nada que você decida vai impedir, pai. Queremos apenas sua autorização. Ou você vai ser o único de cara feia aqui. Não vê que todos estão de acordo e felizes com a nossa escolha? Se acontecer algo, eu pelo menos vou ter tentado, certo? Não era você que dizia que não se pode desistir sem ao menos ter tentado? Pois bem, me dê essa chance. — pediu olhando com uma cara de piedade para o pai, que ficou meio balançado. — E se algo der errado, você e a mamãe vão estar ao meu lado para me ajudar. Por favor, pai...

Sarah: Para de ser chato Luan, se você não concordar eles vão continuar juntos mesmo assim. — ela sussurrou para ele que bufou.

Luan: Só vão se encontrar no sábado até às dez horas da noite. De semana, apenas na escola e nada mais. Não quero ver beijos na minha casa, não quero viagens, não quero passeios para longe. Estamos entendidos? — perguntou, já se levantando da mesa. — E se algo der errado, a culpa é sua Sarah.

Disse e então saiu da sala, poucos segundos depois ouviram a porta da sala batendo. Lucas e Alice se olharam sorrindo e se abraçaram, enquanto Sarah dava risada.

Sarah: Que vocês dois sejam muito felizes, meus amores. — disse sorridente e levantou da mesa. — Vou atrás do seu pai, se comportem. — saiu correndo da sala.

Alice: Eu não posso acreditar que você fez isso. — ela disse com os olhos cheios de lágrimas ainda o abraçando.

Lucas: Fiz porque quero estar contigo, para sempre. Eu amo você, Alice. — segurou o rosto dela que estava com um sorriso enorme e lindo. — Trouxe uma coisa para você. — tirou do bolso a caixinha da pulseira e deu a ela. Alice abriu toda sorridente e quase gritou quando viu a pulseira.

Alice: Meu Deus! É linda, muito obrigada! Eu te amo, muito. — ela se jogou em cima dele e se beijaram. Finalmente algo de bom tinha acontecido na vida deles e ela sabia que era o começo de algo muito bom.

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Sarah: Ok, agora vai se jogar da varanda? — ela perguntou ironicamente para Luan que estava sentado no parapeito da varanda. Eram três metros até o chão e se ele caísse se machucaria feio.

Luan: Sarah, como você concorda com uma coisa dessas? — perguntou, irritado. — Ela é tão nova...

Sarah: Aceite que ela não é mais tão nova assim, Luan. Nossa filha cresceu e vai fazer dezesseis anos, isso é mais que normal. É o primeiro namorado de verdade dela, você deveria ficar feliz que é o Lucas. Nós o conhecemos, conhecemos sua família, isso torna as coisas tão fáceis.

Luan: Eu acho que é difícil ver minha filha crescendo. Daqui a pouco ela vai chegar e falar, mãe e pai estou indo embora com o Lucas porque ele tem que morar na Europa. E nós vamos perder nossa menina, amor. Entende?

Sarah: Você me chamou de AMOR. — os olhos dela brilharam e Luan sorriu.

Luan: Você nunca vai mudar não é louquinha? Vai sempre estar ao contrário das minhas decisões, vai me desobedecer e me tirar a paciência. — ele virou de frente para ela, se encostando onde antes estava sentado. Sarah sorriu, com os olhos com lágrimas.

Sarah: Se eu mudasse, não seria eu mesma. — deu de ombros e os dois riram. — Eu sinto sua falta, Luan. — os dois sorriram e ela abaixou a cabeça. — Agora eu vejo o quanto errei com você e com a Alice. E não quero errar ainda mais proibindo minha filha de fazer o que ela mais quer, que é ficar com o Lucas. Nós nunca fomos pais muito presentes para ela, acho que ele a fará feliz, como a gente não pode fazer ela inteiramente. Deixa ela ser feliz, Luan. — colocou suas mãos no rosto dele, que continuou a olhando de um modo que a deixava com as pernas bambas.

Luan: Também senti sua falta, Amore. — os dois se olharam e ele a puxou para um abraçou.

Sarah sorriu sabendo que aquilo era um tipo de desculpas, um modo de dizer que as coisas estavam bem e que tudo, a partir de agora, ficaria bem novamente. Não saberia dizer se voltariam, mas era bom pelo menos ter um amigo para contar.

Luan: Tenho que ir agora, amanhã nos falamos. E sobre Alice, vou deixar ela ser feliz, mas ainda vou cuidar da minha filha, até meu último momento. — deu um beijo na testa de Sarah e depois um selinho e foi para seu carro, deixando a loira para lá de sorridente.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora