Capítulo 131 :

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No dia seguinte, Carla estava bem cedo na casa de sua mãe. Não conseguiu entrar em casa, pois tudo ali lhe lembrava de Helena e ela não estava tão preparada assim para enfrentar aquilo.

Anne chegou carregando as malas dela e da mãe, Carla a ajudou a colocar no porta malas e logo foram abastecer o carro que a viagem era longa. E antes do meio-dia, já estavam entrando pela propriedade. Carla que dirigia, ficou olhando para a casa por um momento, até largar o carro em frente desta. O caseiro veio lhe ajudar com as malas e logo perguntou de Arthur. Carla deu um pequeno sorriso e disse que ele não viria dessa vez.

Quando entraram, a comida já estava pronta pela simpática cozinheira. Maria Clara subiu correndo para o quarto dela, Mara foi com ela enquanto Anne ajudou Carla com as malas. Subiram até o terceiro andar, no quarto de Carla. Assim que largou as malas, as duas se jogaram na cama enorme.

Anne: Esse lugar é muito importante para você não é? — virou o rosto para a irmã e Carla que olhava para o teto assentiu.

Carla: Tudo começou aqui. Eu nem queria vir, ele me obrigou e ai eu conheci toda a magia que existe na vida dele. Para mim foi uma coisa de louco, eu nunca tinha estado em um lugar tão lindo assim.

Anne: Você não queria ficar com ele?

Carla: Não tinha pretensão alguma. — as duas riram. — Ele sempre foi lindo, mas tinha medo de sair machucada novamente. Não se dá para confiar em pilotos. Mas ele me surpreendeu. Tudo bem que me trouxe com mais duas modelos, no maior estilo galinha, mas me tratou como uma princesa. Está deitada na cama da minha primeira noite com ele.

Anne: Que nojo! — ela levantou em um pulo enquanto Carla continuava a rir.

Carla: É brincadeira. A mobília já foi trocada. — ela riu novamente quando Anne deitou novamente na cama, ao lado dela.

Anne E o pedido de casamento aqui?

Carla: Tínhamos terminado e era o casamento da mamãe e meu aniversário. Ele me levou no iate e nós voltamos. De manhã ele me pediu em casamento, eu quase morri Anne. Foi um dos melhores momentos da minha vida.

Anne: Sabia que eu acreditava também na magia desse lugar. Eu vinha para cá na intensão de também encontrar o amor da minha vida, porque todo mundo sempre falou que a sua vida mudou aqui. Mas o máximo que eu consegui foi o Viana e ele não mudou em nada minha vida. — ela confessou, sorrindo levemente.

Carla virou de frente para ela e apoiou a cabeça com as mãos. Era bom estar por dentro dos sentimentos de Anne, não sabia nada da irmã e tinha que confessar que estava adorando estar tão próxima dela nessas últimas semanas.

Carla: Até hoje nunca entendi o que aconteceu com você e o Luan, mas por favor, não leve isso para o lado mal.

Anne: Não ligo mais de falar sobre isso. Foi uma coisa passageira e sei lá, estranha. Ele estava carente, tinha acabado com a Sarah e precisava de alguém do lado dele. Já eu achei que ele era o homem da minha vida, como faço todas as vezes, apostei todas minhas fichas e não deu certo. Ele ainda ama a Sarah e tem compromissos com a família. Não foi dessa vez... — deu de ombros e Carla sorriu.

Carla: Mas você gostava dele certo?

Anne: Gostava sim, mas agora vejo que não era como eu imaginava. Eu acredito que todas as pessoas que eu me relaciono vão ser para sempre. Até com o Júnior eu achei que poderia dar certo. — revirou os olhos e dessa vez Carla gargalhou. — Pode rir mesmo, eu sou idiota e romântica. E esses homens, do tipo do Luan e do Júnior não gostam de mulheres assim. Eles precisam de alguém que sejam melhores que eles, que os tratem como iguais e não como superiores como eu os via. Com o Arthur também é assim, você é muito mais que ele, por isso que deu certo.

Carla: Está ai... É uma ótima teoria para o comportamento desses meninos. Nunca tinha pensado nisso e parece fazer sentido. Mas sobre o Arthur, eu acho que não é assim, ele precisa comandar alguma coisa ou ele fica louco.

Anne: Fico pensando na dificuldade que você deve ter de assumir o controle naquelas horas... — piscou para Carla e as duas caíram na gargalhada. Carla estava adorando aquela conversa, nunca imaginou que Anne fosse tudo aquilo.

Carla: Nada que uma roupa de dança do ventre, umas danças e um lingerie bonita não resolva. Vai de leão a gatinho em dois segundos.

Anne: Ui, então você é dessas é? — mais uma vez caíram na gargalhada e Carla deu um tapinha nela.

Mara abriu a porta e mal conseguiu acreditar ao ver as duas se divertindo e rindo como duas irmãs realmente.

Mara: Desculpa atrapalhar a festa, mas vamos comer? — a senhora perguntou e as duas concordaram, descendo para a sala onde a mesa estava posta.

Depois do almoço, resolveram ir para a piscina. Carla estava deitada em uma espreguiçadeira lendo um livro enquanto via Mara e Maria Clara na piscina. O clima estava bom, pela primeira vez em algum tempo se sentia feliz e leve. Estava com sua família, não completa, mas de qualquer jeito sua família em uma viagem que ela colocaria as ideias nos lugares corretos.

Anne logo chegou ao lado dela e começaram a conversar e Carla entendeu que as vezes coisas ruins acontecem para que as boas nos surpreenda. Anne era prova daquilo. Nunca em toda sua vida poderia imaginar que as pessoas que ela sempre se manteve longe por achar que a faria mal, poderiam a ajudar de um modo tão absurdo. Nunca tinha conhecido o lado divertido e alegre de Anne, muito menos o lado fraternal e aquilo a deixava imensamente feliz.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora