Capítulo 29 :

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Já era de madrugada e mesmo assim a casa ainda estava com as luzes acessas, com pessoas perambulando para lá e para cá. Arraial do cabo era assim, poucas horas de sono, mas dias de intensa felicidade. Era raro ver alguém triste enquanto estava ali.

No salão de jogos restavam apenas Carla e Arthur, todos que estavam ali jogando, foram se dispersando, até sobrarem apenas os dois jogados no sofá, com as luzes apagadas e apenas a luz do telão iluminava o ambiente. Estavam os dois de mãos dadas, vendo alguns clipes de música que passava. Carla lutava já contra o sono e ele não estava ajudando em nada contra isso, fazendo carinho em seu cabelo.

Arthur: Quer subir? — perguntou à ela que lutava contra o sono. Ela abriu os olhos e o olhou.

Carla: Não. — tombou a cabeça para o ombro dele e lhe deu um beijo no rosto.

Arthur: Quer conversar? — perguntou novamente e ela sorriu, balançando a cabeça negativamente. — Vamos fazer o que então?

Carla não pode deixar de compará-lo com uma criança perguntando à outra "E agora vamos brincar de quê?" e aquilo a fez rir.

Carla: Quero que você me beije. Só isso. — olhou para ele que abriu o sorriso que mais gostava e a puxou para mais perto dele.

Perderam a noção de quanto tempo ficaram deitados no sofá se beijando. Às vezes conversavam, outras ficavam em silêncio, apenas abraçados, enquanto a luz da lua invadia a sala. A casa cada vez mais ficava em silêncio e quando tudo se calou, o sol já estava nascendo. Carla saiu de cima do tórax dele onde estava deitada por um bom tempo e mirou à porta de vidro que dava acesso à Aurora que aos poucos dava lugar ao sol.

Arthur: Sabe por que a Aurora existe?

Ele a abraçou pela cintura, depositando um beijo em seu ombro. Carla balançou a cabeça negativamente e voltou a olhar para frente.

Arthur: O dia e a noite eram apaixonados, mas era um amor impossível, não poderiam ficar juntos e misturar o dia com a noite. Seria o caos. Então Deus vendo a dimensão do amor, resolveu presenteá-los com a Aurora, onde podem, mesmo que por alguns minutos, se encontrarem e se amarem.

Carla: Que lindo... — olhou novamente para ele e sorriu, em seguida soltou um bocejo. — Agora eu estou com sono.

Arthur: Então vamos subir amor. — beijou a testa dela e a puxou pela mão para fora da sala.

~~~

O sol já estava no alto do céu, a manhã já estava quase acabando e apesar da madrugada agitada as pessoas já estavam de pé, tomando sol na praia ou nadando na piscina.

Maria Clara e Alice estavam sentadas na areia ao lado de Thaís, que tomava sol enquanto conversavam. Mais à frente delas estavam Marcos e Henrique conversando, enquanto Lucas estava no jet ski, aproveitando que sua mãe ainda dormia para correr um pouco além do normal.

Longe dele estava Giulia, sentada no deck de madeira com uma máquina fotográfica em punho. Estava aproveitando a bela paisagem para tirar fotos. A fotografia era sua paixão, nada a deixava mais feliz do que tirar fotos e agora fotografava Lucas, sem ele perceber. Toda a felicidade que estava sentindo junto de Lucas, parecia ter sido também retratada nas fotos. Sorria feito uma boba ao ver ele nas fotos e não percebeu que ele já tinha parado de correr e estava em sua frente com o jet ski.

Lucas: O que está fazendo? — perguntou, mas não obteve resposta. Pegou um pouco de água na mão e jogou em direção dela que começou a gritar assustada. — Calma! — começou a rir dela que já estava de pé enxugando a água que escorria em suas pernas.

Giulia: Me deu um susto. — disse olhando para ele que pulou para o deck, amarrando o jet ski em uma estaca de madeira e logo estava em sua frente.

Lucas: Me desculpa. — segurou o rosto dela e lhe deu um beijo.

Era incrível o modo como ela se sentia com aqueles beijos, tudo parecia explodir dentro de seu corpo ao mesmo tempo, assim que cessaram o beijo pode ver o quanto suas pulsação estava acelerada. E ela sorriu por isso.

Giulia: Quer tirar fotos? — perguntou com um sorriso doce nos lábios. Ele a olhou um tanto desconfiado, mas ela pegou a máquina e novamente sorriu. — Sou um pouco viciada por fotos. — confessou timidamente e ele a abraçou pela cintura.

Lucas: Ok. Vamos tirar fotos.

Faltava pouco para a hora do almoço quando Carla e Arthur foram acordados por Beatriz, que insistia em falar que era falta de consideração com os convidados ficarem dormindo até aquele horário. Carla conhecendo a sogra como conhecia, não reclamou dela ter entrado em seu quarto abrindo todas as cortinas e janelas, apenas cobriu a cabeça com a coberta e ignorou os gritos dela com Arthur. Quando Beatriz perceberia que Arthur não era mais um bebê?

Arthur: Carlinha acorda amor. — tirou a coberta de seu rosto e Carla fechou os olhos rapidamente, pela claridade abrupta em seus olhos.

Carla: Eu não quero, estou com sono e se eu ver sua mãe na minha frente mais uma vez nem te conto o que farei com aqueles apliques dela. — resmungou totalmente mal humorada.

Arthur: Carla! — a repreendeu, tentando conter o riso.

Já tinha perdido as esperanças de um dia ver sua mãe e Carla sendo amigas, uma provocava a outra e assim viviam, mas que eram engraçadas as provocações, ah eram e muito.

Carla: Me desculpa, mas é verdade. Eu quero dormir. Tem ideia de que horas fomos dormir hoje? — olhou para ele que estava sentado ao seu lado, já sorridente, de dentes escovados e com uma roupa de praia.

Arthur: Mas ela tem razão é falta de educação com os convidados. Vamos Carlinha, estamos em Arraial, vai ficar dormindo e perder o sábado inteiro? — perguntou e ela respirou fundo, tirando o braço de seus olhos. — Estou te esperando lá embaixo. — deu um selinho nela e pulou da cama, saindo do quarto.

Carla bufou e levantou da cama contrariada. Beatriz já tinha feito seu dia começar muito bem. Quando desceu a escada todos já estavam sentados na mesa, a esperando para almoçar. Sentiu- se culpada por fazer todos a esperá-la. Alonso começou as brincadeiras maliciosas perguntando o que tinha feito para dormir tanto, fazendo todos na mesa rir e Carla corar.

Antes do almoço terminar a campainha tocou e alguém saiu correndo para atender a porta, voltando com Luan ao seu lado, segurando uma mala e coçando a cabeça timidamente.

Luan: Oi pessoal. — cumprimentou a todos com um aceno e continuou parado de pé. Carla olhou para ele surpresa, não esperava que ele viesse para a viagem.

Alice: Pai! — deu um pulo da cadeira e foi correndo até seu pai que a abraçou carinhosamente.

Lucas olhou a cena e quis dar um tapa em sua própria testa por ver que Alice estava feliz, os olhos dela chegavam a brilhar enquanto abraçava o pai. Deveria não se importar com isso, mas não conseguia.

Arthur: Que bom que veio Luan. — levantou da mesa e foi até ele, o cumprimentando com um abraço. Logo Carla também levantou e foi até ele, dando-lhe um beijo no rosto e um abraço.

Carla: Fico feliz que tenha vindo, Luan. — sorriu.

Luan: Obrigado pelo convite, estava mesmo precisando de um lugar para descansar um pouco. — deu um pequeno sorriso e Carla e Arthur assentiram, entendendo claramente o que ele quis dizer.

Carla: Sente-se e coma, Luan.

Apontou para uma cadeira vaga e ele assentiu, sentando na cadeira e logo começando a falar com as outras pessoas presentes na mesa.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora