Capítulo 44 :

428 62 50
                                    


Carla estacionou o carro em frente à casa que estava apenas com uma luz acesa, mas não se importou, sabia que Sarah estava ali e estava acordada. Junto de sua bolsa, pegou uma sacola da adega que achou no meio do caminho e foi até a porta, tocando a campainha. Bastou tocar-lá mais duas vezes e Sarah pareceu à porta, de pijama e com os cabelos presos. Sarah franziu a testa ao ver Carla ali.

Carla: Uma noite de pizza e vinho? — disse balançando a sacola na frente de Sarrah. A amiga sorriu e abriu a porta para Carla passar. — Vamos engordar e nos embebedar, como nos velhos tempos.

As duas riram e Sarah pegou a sacola, deixando as mãos livres de Carla , que colocou a bolsa em um aparador do lado da porta de entrada.

Sarah: Só foi o marido ir viajar que ela veio fazer a festa. — riu e caminhou para dentro da casa. Carla riu também e foi atrás dela, passando pela sala que estava com a televisão ligada em um filme de tiros e sangue. Aquilo era estranho.

Carla: Desde quando gosta desse tipo de filme?

Sarah: Tenta se separar para você ver se ainda consegue ver algum filme romântico e meloso. — revirou os olhos e foi até uma mesa perto do sofá, onde estava o telefone. O tirou da base e voltou até o sofá, se jogando ao lado de Carla. — Vamos pedir pizza de que?

Carla: Peça aquelas que passamos longe toda a nossa vida. Hoje merecemos. — ergueu os braços e olhou para Sarah que discava o número da pizzaria.

Sarah merecia uma companhia e ela não queria ficar sozinha, nada mais justo do que afastar sua solidão com sua amiga que precisava de atenção. Sarah era uma boa ocupação, preenchia seu tempo.

Sarah: Isso. Uma pizza de quatro queijos com o extra de catupiry e uma de brigadeiro. Já anotou o endereço? Ok, obrigada. — desligou o telefone e o jogou em cima da mesa de centro.

Carla sorriu seguiu Sarah para a cozinha, ela ainda segurava a sacola com os vinhos. Um foi aberto ali mesmo, após ela pegar as duas taças. Se sentaram nos bancos que estavam em frente à bancada de mármore e Carla olhou para Sarah, seu rosto estava melhor do que ontem, mas os braços tinham alguns arranhões. Ao ver aquilo começou a rir.

Sarah: Do que estava rindo louca? — acompanhou a risada junto de Carla.

Carla: Seus braços. Os arranhões. Estou lembrando da briga de ontem. — colocou as mãos no rosto, tentando parar de rir, mas foi incontrolável. Sarah também começou a rir ainda mais forte. — Me desculpe.

Sarah: Eu também tenho que rir do quanto fui ridícula. Mas não me controlei. — colocou a mão na testa e com a outra livre, segurou a taça e tomou mais um pouco do vinho.

Carla: Eu briguei com ela depois que você foi embora. Foi tenso. Muito tenso. — soltou o ar e olhou para Sarah. Conhecia aquela cara, ela queria explicações. — Começou a falar bobagens para mim, sobre minha vida, acabei expulsando ela de casa. Ainda tinha gente saindo de lá. Sorte que foi algo bem informal, apenas amigos. Mas mesmo assim foi um vexame. O Boninho não está falando comigo e minha mãe... — bufou. — Acabou escolhendo protegê-la.

Sarah: Não era minha intenção bater. Mas ela é tão dissimulada... — fechou os olhos os apertando com força. — Não me contive. Tive que dar uns tapas, uns empurrões e umas unhadas.

Carla: Deus que me perdoe, é minha irmã, mas... Eu adorei. — as duas gargalharam alto.

Sarah: Falei coisas que nunca imaginei falar a algum ser humano. Estou me sentindo mal, mas não me arrependo. — respirou fundo e tomou mais um gole do vinho. Tinha pegado pesado com Anne nas palavras, mas era Luan a questão, não conseguia se controlar. — Acha que somos más? — franziu a testa e torceu o nariz. Carla riu e parou para pensar.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora