Capítulo 7 :

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( Marcos na capa ) 👆🏻

Lucas chegou em casa com Marcos para assim poderem terminar o trabalho para a próxima aula. Era impressionante, não tinham nem um dia que se conheciam, mas já se tratavam como amigos, independentemente de onde Marcos veio. Ao entrarem na casa, Joana veio até eles correndo.

Joana: Graças a Deus! — jogou as mãos para o alto agradecendo. Lucas franziu a testa e começou a rir.

Lucas: Jô, você está bem? Eu sei que me ama, mas não sabia que ficava tão feliz que eu chegasse em casa.

Joana: Não é isso menino... — revirou os olhos, o que fez que Lucas risse mais alto. — Você veio com o motorista?

Lucas: Não vim a pé.

Joana: E cadê sua irmã? — cruzou os braços e Lucas parou de rir, olhando sério para Joana.

Lucas: Ela me disse que viria com o motorista, como sempre. — balançou os ombros.

Joana: Pois bem, ela disse para o motorista que viria com você. — Cruzou os braços e olhou para Lucas que arregalou os olhos.

Sua irmã tinha o que na cabeça? Quantas vezes sua mãe tinha lhe falado que ela estava proibida de andar sozinha pela rua.

A partir daí, Lucas e Joana passaram a andar para lá e pra cá no hall de entrada, preocupados com a menina que estava aparentemente desaparecida. Marcos, olhava tudo calado, achando estranho tudo aquilo, os dois pareciam duas baratas tontas.

Marcos: Desculpa, mas... — se pronunciou pela primeira vez que entrou na casa. — Por que não ligam para a menina?

Lucas: Você fez isso Jô?

Joana: Eu não... Estou tão desesperada que você acha que eu iria lembrar de ligar para ela? — saiu correndo atrás do telefone e Lucas e Marcos riram, indo atrás da senhora. — Nunca mais faça isso, menina! — gritou no telefone mais uma vez antes de desligar.

Lucas: E ai?

Joana: Ela está na casa de uma amiguinha. — bufou.

Lucas: Estranho... — franziu a testa, mas resolveu deixar para lá. Coisas de pré-adolescentes. — Bom, vamos comer.

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Como de costume, Carla chegou em casa às seis da tarde, vendo tudo na calmaria de sempre. Ouvia vozes vindas da cozinha, provavelmente de Joana com a cozinheira e o barulho do vídeo game de Lucas no andar de cima.

Subiu para seu quarto, tomou banho e vestiu uma roupa confortável. Ao terminar de secar os cabelos, olhou para o porta retratos em cima da estante do quarto, lá estava a foto de seu casamento com Arthur e ao lado, uma outra junto de Lucas e Maria Clara em uma viagem à Mônaco.

Riu sozinha, como viveria sem aquele maluco por corridas, era algo como viver sem sua alma. Ela era sim uma teimosa, mas sabia que viver sem Arthur era impossível. Antes de largar o porta retrato em seu lugar, passou carinhosamente o dedo pelo rosto de Arthur na fotografia e saiu do quarto com um sorriso no rosto.

Do corredor o barulho do vídeo game de Lucas se intensificava ainda mais, mas antes de ir ver o filho, abriu a porta do quarto vizinho ao dele, o de Maria Clara. Tudo estava escuro, apenas a luz do abajur iluminava um canto do quarto. Franziu a testa, a essa hora já era para a menina estar em casa. Fechou a porta e foi até o quarto de Lucas, esperando encontrar Maria Clara com ele, mas só achou o filho sentado no chão com um menino ao seu lado, ambos jogando vídeo game.

Lucas: Oi mãe. — olhou para Carla que estava parada na porta do quarto. Carla sorriu e adentrou no recinto, parando em pé ao lado do filho e do menino. — Esse é Marcos, um novo amigo meu. Marcos essa é minha mãe.

Marcos: Olá senhora. — ele disse e Carla sorriu.

Carla: Oi Marcos, seja bem vindo. — ela disse simpática e ele agradeceu, sorrindo. — Lucas, cadê sua irmã? — perguntou para o filho que ficou alguns segundos parados.

Conhecia aquela cara dele. Ou melhor, de Lucas e Maria Clara. Era a cara que faziam quando um encobria o outro em algo.

Carla: Se não falar eu irei descobrir de qualquer jeito... — disse calmamente e viu o filho bufando.

Lucas: Segundo ela, está na casa de uma amiga. Não sei de mais nada. — levantou as mãos pro alto, como quem se livra da culpa e Carla riu.

Carla: Tudo bem... Vou ligar para ela. Fique à vontade Marcos. — sorriu para o menino que assentiu com a cabeça e logo saiu do quarto do filho, voltando ao seu e pegando o telefone.

Estava quase perdendo a paciência ao ouvir tantos toques e somente no último toque ouvir a voz de Maria Clara.

Carla: Posso saber onde você está mocinha?

Maria Clara: Indo para casa, mãe. — disse com a voz monótona.

Carla: E posso saber quem deixou a senhorita ir à casa de sua amiga? — sua resposta foi o tu, tu, tu do telefone. Adolescentes!

Ter filhos definitivamente não é brincadeira. Antes, quando Lucas era bebê, pensava se algum dia sua vida iria se tornar tão mais complicada, era acordar diversas vezes na madrugada, trocar fralda, amamentar, achar uma babá confiável. Quando Maria Clara nasceu, as coisas ficaram mais complicadas ainda, teve que voltar novamente a sua rotina de acordar de madrugada, além de lidar com Lucas que a todo momento exigia sua atenção e a de Arthur.

Quando crianças, as coisas ficaram ainda mais complicadas, eram idas na escola porque Maria Clara mordeu a coleguinha, ou porque Lucas bateu no amiguinho. Eram intermináveis dias tentando fazer os dois almoçar alguma coisa que não fosse besteira ou doce e tentando fazer com que os dois dormissem no quarto deles, não junto dos pais. Mas, se soubesse que a adolescência de seus filhos chegaria tão rápido, teria aproveitado ainda mais cada fase que eles passaram.

Porque agora, quando tinha seus filhos perto dela, era um verdadeiro milagre. Era difícil ver seus bebês já começando a se preparar para sair debaixo das asas da mamãe protetora. Era mais difícil saber que um dia, ficaria apenas ela e Arthur nesta casa enorme e este dia não estava tão longe de chegar.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora