Capítulo 39 :

517 66 64
                                    


Alice: Estava com saudades mãe. — também levantou da cadeira e foi até a mãe a abraçando pela cintura.

Sarah: Eu também meu amor. Como você está? Bem? — segurou o rosto da filha que assentiu.

Carla não pode evitar de olhar para Anne e ela sorria. Sorria como se nada estivesse acontecendo.

Sarah: Boa noite. — ela acenou e todos os presentes deram um sorriso e responderam. Ela sorriu e olhou para Carla que ainda continuava encarando Anne. — Carlinha?

Carla: Oi Sarah. — a abraçou. — Fico feliz que tenha vindo. — as duas sorriram.

Quando Carla virou Joana tinha acabado de colocar mais um lugar para Sarah na mesa. Bem em frente a Anne. Sarah sorriu para Carla e sentou-se no seu lugar. Carla conhecia muito bem aquele sorriso. E não estava gostando nada dele.

Sarah: Boa noite Anne. Como você está? — o tom irônico dela fez com que Luan olhasse imediatamente para ela. Anne arregalou os olhos e ficou muda. — Ainda não falando nada, querida?

Anne: Não tenho o que falar com você. — como uma criança mal educada, levantou da mesa e saiu da sala.

Tudo ficou em completo silêncio e os olhares passaram para Sarah que se mantinha com o sorriso no rosto. Delicadamente ela afastou- se da mesa e se pôs de pé, dando a volta da mesa e também saindo da sala de jantar. Carla olhou para Luan e ele estava pálido, pediu licença e também levantou da mesa e saiu correndo atrás de Sarah.

Sarah: Não tão rápido queridinha. — com algum esforço conseguiu alcançar Anne que já estava na varanda da casa, a segurou pelo braço direito e a puxou para trás. Com força Anne veio parar perto dela, que era alguns centímetros mais alta que ela.

Anne: Está louca? Me solta! — tentou puxar o braço da mão de Sarah, mas o efeito foi o reverso, Sarah apertou ainda mais o braço. Aquilo doía, ainda mais pelas unhas compridas de Sarah que arranhavam sua pele, mas nunca demonstraria nada a ela.

Sarah : Vamos apenas ter uma conversinha. — e mais uma vez sorriu maldosamente.

Com toda sua força empurrou Anne para a parede, o corpo pequeno e magro dela bateu dolorosamente e ela protestou, tentando empurrar Sarah, ela novamente a empurrou na parede e segurou ela pelos ombros.

Sarah: Melhor você ouvir o que tenho a dizer.

Anne: Eu falo agora. Eu não gosto de você, nunca gostei, mas tenho respeito por ser amiga da minha irmã, mas se não tirar essas mãos sujas de cima de mim agora, todo o respeito irá para o inferno.

Sarah: Respeito? Você sabe o que significa a palavra respeito? Quando era pequena minha mãe me ensinou que respeitar os outros incluía também respeitar o marido dos outros. Opa, mas me esqueci... Você não teve mãe.

Era pura maldade o que falava, mas não estava arrependida, falaria coisas piores apenas para mostrar para aquela vagabunda com quem ela estava mexendo. Anne arregalou os olhos e as palavras de Sarah martelaram em sua cabeça.

Anne: Cala a sua...

Sarah: Eu vou falar agora. — segurou ela novamente pelo braço e não se importou e fincar as unhas no braço dela. — Para mim você sempre foi uma bastardinha que tive que aturar pela Carla, mas se nem ela te aguenta, por que eu devo também, não é? Mas me mantive quieta. Só que agora você pisou em um terreno que não devia nem se quer passar perto. Não é porque meu casamento acabou, que o amor foi embora querida Anne. E se acha que um dia ele se apaixonará por você, está muito enganada. Luan é homem, eu e você sabemos o que ele quer. Só que é meu marido ainda, não estamos separados ainda.

Sarah: Você sabe contar querida? Sabe? Então faça a conta, estou com ele há mais de quinze anos, há quinze anos você ainda era uma bastarda jogada em um orfanato. Ele é meu Anne. Meu. — Nem ela própria sabia como tudo aquilo saia de sua boca, nunca fez isso com ninguém, mas não se sentia mal, não sentia nada. Tudo saia automaticamente e não se importava.

Anne: Vadia.

Sarah: Vadia? Eu? Quem está se metendo com homem casado? Eu ou você? Repensem seus conceitos.

Apertou ainda mais as unhas no braço dela que gritou e a empurrou, deu três passos para trás e começou a rir, para logo depois puxar Anne pelo cabelo, esta que gritou e tentou se defender, empurrando Sarah para longe.

Luan: O que você está fazendo com ela? — gritou da porta de entrada.

Ao ver a cena correu até as duas. Carla que estava logo atrás dele, abriu a boca em choque. Sarah estava mesmo batendo em Anne?

Luan: Para Sarah! Para. — tentava puxar Sarah pela cintura, mas Anne também segurava Sarah pelos cabelos e tentava lhe acertar tapas, que eram revidados por Sarah. Olhou para trás e estava Carla parada olhando a cena com os olhos arregalados. — Carla! Me ajuda. — pediu a ela que caminhou até ele e parou ao seu lado.

Carla: Ela merece. Merece muito mais. — e então cruzou os braços, olhando para Luan como uma criança birrenta de três anos de idade.

Ele murmurou um palavrão e com mais força que antes puxou Sarah, jogando ela para trás. Anne iria avançar em Sarah novamente, mas foi barrada por Carla que entrou em sua frente.

Carla: Nela você não bate mais. — não mediu a força para pegar no braço de Anne e também não se importou que o braço estava machucado pelas unhas de Sarah.

Carla arrastou ela para dentro de casa e ao olhar para a sala todos estavam assustados olhando para as duas. Mara arfou e foi até a direção das duas, mas Carla ergueu a mão para cima, num gesto silencioso para que a mãe ficasse ali e então subiu com Anne para o andar de cima.

Sarah: Canalha. — disse a ele que estava alguns passos dela. Ele virou para trás e a olhou. — Me traiu com essa mosca morta, essa adotada que...

Luan: Cala a boca Sarah. — aproximou- se dela, contendo o tom de voz. Ele estava vermelho e Sarah sabia o que isso significava. Não demoraria muito para ele ter um acesso de raiva. — Lave a sua boca para falar da Anne.

Sarah: Já estão nesse ponto? Defendendo a mocinha bravamente? — mais uma vez foi irônica e ele lhe deu as costas. — Você tem ideia do que eu estou sentindo?

Luan: Você tem ideia do que eu senti durante todos esses anos em que me isolou? Em que deixou eu e a Alice de lado por qualquer outro motivo? Eu não me importo mais com sua dor, o que você fez hoje foi a coisa mais baixa que alguém possa ter feito. — gritou para ela que se calou. Ele estava certo.

Sarah: Você não poderia ter feito isso. Não tão rápido. — abaixou a cabeça e cruzou os braços em torno do corpo. — E eu feito uma tonta acreditando que você voltaria a qualquer momento. E você com ela! Você estava com ela o tempo todo! — berrou.

Luan: Eu não estava com ela. Eu nunca te enganei, Sarah! Acredite se quiser ou não, não me importo.

Sarah: Eu quero que você e ela morram. — aproximando- se dele gritou no rosto dele e assim que se afastou lhe acertou um tapa no rosto. Luan colocou a mão na pele que ardia e olhou para Sarah e ela sorria, mesmo com as lágrimas descendo por seu rosto.

Luan: Eu quero que você morra.

Sarah não disse nada, apenas desceu a pequena escada e caminhou na direção de seu carro, com toda sua raiva bateu a porta e saiu como uma louca pelo caminho de pedregulhos.

Luan continuou parado por algum tempo, com a mão na cabeça tentando esquecer tudo o que tinha falado e ouvido. Ao ouvir o pneu do carro de Sarah, fazendo um alto barulho, repensou em tudo o que falou e se arrependeu amargamente. Ela estava completamente fora de controle para dirigir, ainda mais depois do que falou para ela. Amava Sarah ainda, mais estava cansado.

Ao olhar para trás viu Alice parada na porta, ela chorava. Sua filha estava chorando por sua briga com a mãe. Ao tentar se aproximar dela, Alice correu para dentro. 

Comentem

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora