Capítulo 97 :

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Após um banho, deitaram na cama e Thaís virou de frente para ele que estava olhando para ela.

Thaís: O que foi? — sorriu de um modo que Júnior ainda não tinha visto no rosto dela. Era meigo e carinhoso.

Júnior: Sabia que eu nunca fui para a cama duas vezes com a mesma pessoa? — disse ainda olhando para ela e Thaís ficou calada, sem sorrir. — Nunca tive essa vontade, nunca precisei repetir a mesma mulher, mas... Eu tenho vontade de estar com você.

Thaís: Mas você sabe que isso nunca mais vai acontecer, não sabe? Eu namoro e você tem a sua vida louca. Eu não procuro apenas sexo como você Erivelto, eu quero amor também e isso eu tenho com o meu namorado.

Júnior: Você não vai terminar com ele?

Thaís: Para que? Eu não gosto de ficar sozinha e eu amo ele. O que aconteceu com a gente foi apenas atração física, certo? Quando eu voltar, vai tudo estar como eu deixei e eu vou continuar sendo feliz. Em tantos anos de namoro, eu não duvido que ele também não tenha me traído algumas vezes. Para mim não é normal, mas isso acontece. Ninguém é perfeito. — terminou olhando para ele que parecia pensar em tudo o que ela tinha falado.

Júnior: Certo... Vamos aproveitar por hoje, pois amanhã, você volta para a sua vida entediante. — ele revirou os olhos.

Ao ver a cara de desgosto que ela fez, rolou na cama e ficou por cima dela. Suas mãos foram parar por debaixo da camisola que ela tinha acabado de colocar e novamente olhou para ela, maliciosamente. Thaís sorriu tirou a camisa dele. Dessa vez, aproveitou o máximo que podia de ele, pois ela sabia que a partir de amanhã, ela nunca mais teria coragem de voltar a olhar para ele.

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Pela manhã, Thaís levantou primeiro que Júnior e foi tomar um banho, quando saiu já arrumada, ele estava de pé. Se olharam e ambos sorriram cúmplices. Vinte minutos mais tarde, saíram em direção ao autódromo.

Will estava com eles e dava umas as últimas coordenadas para Thaís, ela tinha altas chances de ganhar, bastava ela se acalmar e fazer tudo certo. Poucas horas depois, Thaís largou em terceiro lugar. Júnior estava no box, com o rádio no ouvido escutando tudo o que falavam para ela e o que ela também falava. Estava ansioso por ela, sabia que era capaz, só faltava ela não se afobar tanto. Na largada, ela perdeu uma posição. Após o pit stop, conseguiu uma vantagem larga pulando para o segundo lugar. Todos da equipe vibraram pela manobra que ela fez em cima do outro competidor na curva. Não restava dúvidas que Thaís era realmente boa no que fazia.

Júnior: Sabe o que você devia fazer? — disse pela primeira vez desde o começo da corrida. Thaís dentro de seu capacete sorriu ao ouvir a voz dele. — Esquecer que tem uma linha de chegada te esperando, esquecer o troféu e as fotos. Lembra que são apenas vinte voltas, sessenta e sete curvas ao todo e pouco menos de vinte minutos para me ver. Acho que isso me motivaria muito hein, se fosse você, pensaria nisso. — concluiu com um sorriso no rosto.

Todos do pit walk olharam para ele sem entender, mas no rádio ouviu Thaís gargalhando. Impressionantemente, ela pulou para o primeiro lugar faltando cinco voltas para o final. Júnior vibrou junto com toda a equipe dela, comemorando o primeiro lugar. Agora era segurar a ansiedade e continuar daquele modo. Nem cinco minutos depois a corrida acabou assim que Thaís cruzou a linha de chegada. No Box da equipe Júnior levantou da cadeira e comemorou junto dos outros membros da equipe que há algum tempo não conquistava uma vitória com Thaís pilotando.

No exato momento que Thaís estacionou o carro perto do pódio Júnior também chegou ali, ficando nos arredores da festa que os membros da equipe faziam. Ela saiu do carro e tirou o capacete, abraçando Will que estava perto dela, logo depois subiu ao pódio. Era nítido o quanto ela estava feliz e Júnior sorria ao o ver pulando e comemorando a vitória, sabia o quanto ela queria e o quanto se esforçou para essa corrida. Ela merecia sem dúvidas alguma. Após toda a pompa do evento, Thaís veio saltitante até ele, Júnior pulou a grade que separava as pessoas do pódio e ela correu até ele, lhe dando um abraço. Ele a tirou do chão e ela começou a gargalhar, dando tapinhas nas costas dele.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora