Arthur: O Piloto II 🏁

Capítulo 198 :

Júnior empurrou Maria Clara e entrou no quarto. Quase passou por cima de Arthur e tomou o lugar dele, pegando Thaís com força pelos dois braços.

Júnior: Fala isso na minha cara, agora. — com a voz trêmula pelo choro, ele pediu.

Thaís olhou para ele. Doía. Queimava dentro do peito ver ele daquela forma por uma mentira sem fundamento, mas seria o melhor para ela. Os olhos dele estavam tão vermelhos, assim como a pele, que ela achou que ele teria um ataque se ela falasse alguma coisa.

Thaís: Eu... — fechou os olhos e as lágrimas caíram, ela imediatamente abriu e as limpou. Respirou fundo e olhou nos olhos dele. — Eu vou me casar com o Rafael.

Júnior: Você o que? — ele berrou, apertando ainda mais o braço dela. Arthur arregalou os olhos e Carla se segurou na parede. — Como você...

Ele fechou os olhos e começou a chorar como uma criança. Não durou muito, pois ele olhou para ele e viu a postura dura e fria de Thaís o mirando. Pegou a primeira coisa que viu, era um abajur e atirou para frente, por pouco não pegou em Thaís, que foi para o lado e viu o abajur espatifar contra a grande da janela, que quebrou em milhares de pedacinhos.

Júnior: Eu vou matar aquele desgraçado! — sem perceber e nem se dar conta de sua força, ele agarrou Thaís pelos braços e a chacoalhou para todos os lados.

Thaís temendo que ele a empurrasse, começou a gritar e Arthur e Carla se apressaram em tirar Júnior de cima dela.

Thaís: Você está louco! — gritava enquanto o empurrava e o chutava.

Arthur: Solta ela, vai machucar Júnior! — puxou ele pelos braços e ele caiu no chão. Parecendo sem forças, ele começou a chorar.

Thaís se arrependeu por estar fazendo aquilo com Júnior. Por mais que ele tivesse a machucado, o que ela estava fazendo era três vezes pior. Não era digno dela. Não era justo para ele. Sua vontade era se jogar no chão com ele e dizer que era tudo uma encenação, que ele a salvasse e a cuidasse. Mas não podia. Ficou ali parada, vendo Arthur levantando Júnior, que sem forças, se deixou ser arrastado até fora da casa, onde logo depois, saiu de carro com Arthur.

Assim que Thaís se acalmou e Carla parou de tremer, as duas se olharam e Carla entendeu que ela estava sofrendo por Júnior. Se abraçaram por um bom tempo, até que Thaís pediu desculpas e levantou para o closet. Carla foi atrás e viu que ela começava a fazer as malas. 

Carla: Você não ama o Rafael, por que está fazendo isso?

Thaís: É o melhor que eu tenho a fazer, Carlinha. Todos vão descobrir quem é o pai dos bebês e pior do que tudo isso vou viver a vida toda na aba do meu irmão, morando na sua casa e explicando para meus filhos o que aconteceu com o pai. — dizia enquanto jogava as roupas dentro da mala.

Carla: Isso é horrível Thaís.

Thaís: Você é minha única amiga Carla. Tem que me apoiar. — segurou a mão dela. — Eu vou me casar com ele, porque vou ter tudo novamente o que eu perdi, meus filhos vão ter um pai, uma família estruturada.

Carla: Uma família sem amor, Thaís.

Thaís: Mas uma família mesmo assim. — deu de ombros e Carla se calou.

Ela estava renegando sua felicidade em prol da dos seus filhos e isso era o ato mais nobre que presenciou. Mesmo que fosse errado, que ela não seria feliz, Carla não tinha como dizer para que ela não fizesse isso. Não era mais Thaís que estava ali, era uma mãe agora.