Capítulo 89 :

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Uma batida na porta fez com que todos pulassem de susto e gritassem, mas uma voz feminina começou a falar para a porta ser aberta e logo Marcos identificou sua mãe. Maria Clara ficou em silêncio enquanto via Marcos e Olivia abraçando a mãe deles.

A mulher logo olhou para dentro do quarto, vendo a menina sentada na cama. Ela sorriu e Maria Clara pode ver o rosto dela, era uma mulher bonita, com os cabelos pintados de loiro na altura dos ombros, os olhos castanhos e aparentava ter mais idade do que ela realmente deveria ter. Pode ver um sorriso se abrindo no rosto dela destinado à Maria Clara, está que também sorriu e levantou da cama.

Marcos: Mãe essa é a Maria Clara... — ele disse a mãe assentiu, trocando um olhar com o filho.

Maria Clara chegou perto dos dois e cumprimentou a mulher com um beijo no rosto.

Marcos: Maria Clara essa é a minha mãe, Abby.

Abby: É um prazer conhecer você Maria Clara, o Marcos me falou muito de você. Apenas lamento que seja nesta situação.

Maria Clara: O prazer é meu, senhora. — timidamente ela falou.

Era completamente constrangedor conhecer a mãe de seu namorado, nunca tinha passado por isso. Abby olhou para a televisão e viu as notícias sobre o que tinha acabado de acontecer.

Abby: Quando vi o que estava acontecendo sai como uma louca do consultório, não via a hora de chegar em casa e ver se vocês estavam bem.

Marcos: Está tudo bem agora, mãe. — com um sorriso, ele tentou tranquilizar a mãe que já parecia muito mais calma do que quando chegou ali.

Minutos depois ela saiu do quarto para fazer o jantar acompanhada de Olivia. Marcos e Maria Clara ficaram sentados no sofá da sala de mãos dadas.

Marcos: Você está bem?

Maria Clara: Agora sim. — soltou um suspiro e olhou para ele, dando um leve sorriso. — Eu preciso ligar para a minha casa. Eu fiz uma coisa que eu não devia ter feito.

Marcos: O que?

Maria Clara: Quando eu ouvi os tiros achei que ia morrer e liguei lá em casa para me despedir e dizer que eu amo todos. Só que eu não sei com quem eu falei, eu apenas disse e depois perdi meu celular.

Marcos: Você é louca? — ele arregalou os olhos, dando um pulo do sofá até o telefone. — Liga agora para sua casa, eles devem estar desesperados.

Entregou o telefone para ela que mesmo receosa, discou os números e esperou os toques, deu dois e reconheceu a voz de seu pai no telefone.

Maria Clara: Pai! — nunca em toda sua vida pode achar que ficaria tão feliz por escutar a voz de seu pai. Era bom saber que logo encontraria ele novamente.

Arthur do outro lado da linha, mal conseguiu se manter em pé ao escutar Maria Clara falando. Fazia mais de uma hora que tinha sido informado que Joana tinha recebido uma ligação de Maria Clara, que parecia não dizer coisa com coisa. Por sorte a ligação ficou gravada e puderam escutar tudo novamente, ficando ainda mais desesperados. Joana estava no hospital, por ter desmaiado após a ligação.

Ao ligarem a televisão e verem tudo o que estava acontecendo no subúrbio da cidade, presumiram que Maria Clara estava lá no meio. Agora, Carla estava dopada por calmantes com Mara ao seu lado tentando lhe acalmar. Lucas e Boninho estavam ao seu lado na sala, esperando notícias.

Arthur: Maria... — mal conseguia falar com a menina que já começava a chorar do outro lado da linha. Boninho se aproximou e tentou pegar o telefone, mas Arthur não deixou. — Filha... Pelo amor de Deus, você está bem? O que aconteceu com você, meu amor?

Maria Clara: Pai vem me buscar, por favor? Depois eu explico tudo o que aconteceu... Eu só quero ir para minha casa. — pediu entre soluços. Aquilo era demais para Arthur.

Arthur: Eu vou, onde você está?

Maria Clara: Na casa do Marcos.

Arthur: Quem é Marcos, Maria Clara?

Maria Clara: Passa o telefone para o Lucas, pai. Eu explico para ele. — pediu e Arthur acatou, passando o telefone para o filho. — Lucas, eu estou na casa do Marcos, você sabe onde é não sabe?

Lucas: Sei... Mas o que você está fazendo ai Clara?

Maria Clara: Vem me buscar, por favor. Depois eu explico.

Lucas: Nós já estamos indo.

Mal teve tempo de desligar o telefone e Arthur já estava na garagem ligando o carro. Boninho e Lucas também entraram, enquanto Carla lutava contra os remédios que teimavam em querer que ela dormisse.

Não estava sendo nada fácil entrar no bairro com tantos policiais cercando, mas com sorte o policial que estava fechando a rua reconheceu Arthur e gentilmente deixou que ele passasse, após ele ter que explicar o que iria fazer ali. Maria Clara estava sentada na mesa, jantando com a família de Marcos quando a campainha tocou. Abby levantou da mesa e foi até a porta, dando de frente com Arthur Picoli. Franziu a testa se perguntando se ele estava mesmo na casa certa.

Maria Clara: Pai! — ela gritou e saiu correndo até Arthur, quando estava perto se jogou em cima do pai e o abraçou.

Arthur tirou sua filha do chão, a abraçando apertado. Mal podia imaginar o que seria de sua vida se esse momento nunca mais existisse.

Maria Clara: Eu te amo, pai. Me desculpa por tudo que eu te disse, eu quis dizer isso o dia inteiro hoje... Eu te amo de verdade.

Arthur: Eu também te amo minha princesa. E você não sabe o quanto eu quis ver você novamente e poder te dizer. Nunca se esqueça disso, tá? — deu um beijo na testa da filha.

A colocou novamente no chão. Só então olhou para a senhora que estava em sua frente e logo atrás dela, Marcos, o amigo de Lucas e uma menina.

Arthur; Eu não sei o que aconteceu, mas sou grato pelo resto de minha vida por terem abrigado minha filha na casa de vocês. Muito obrigado.

Abby: Não há o que agradecer.

Arthur: Você... Espera eu acho que conheço você.

Abby: Eu também acho que conheço você e não da Fórmula 1. — Os dois sorriram e se abraçaram deixando todos confusos.

Arthur: Eu e a Abby estudamos o ensino médio juntos. — disse quando se soltaram. — Mas o que aconteceu? Você aqui, morando neste bairro?

Arthur perguntou confuso já que na época da escola Abby era uma das meninas mais ricas da sala e agora estava ali com uma roupa simples e morando naquela casa e bairro.

Abby: Arthur, aconteceram muitos coisas acho que esse não é o momento.

Disse cabisbaixa, sabia muito bem do que Arthur falava. Conheceu um cara na faculdade e se apaixonou perdidamente por ele, foi contra seus pais para ficar com ele, seus pais não aprovavam seu relacionamento, por ele ser pobre e fugiu de casa quando descobriu que estava grávida de Marcos. Desde então nunca mais viu seus pais.

Arthur: Desculpe pela minha indelicadeza. — Abby disse que não era nada. Todos olhavam para eles curiosos. — Nós temos que ir agora.

Arthur olhou para filha que apenas abaixou a cabeça e olhou para Marcos  que estava em silêncio. Logo atrás de Arthur, Lucas olhava para o amigo completamente perdido.

Arthur: Sua mãe precisa te ver filha, antes que ela tenha um ataque. Por favor, vamos...

Maria Clara: Tudo bem... — ela assentiu e se abaixou para pegar a mochila que estava ao lado da porta. Logo depois foi se despedir de Abby e Olivia. Ao chegar em Marcos eles apenas se olharam e ela sorriu. — Obrigado por tudo.

Marcos: Não foi nada. — ele também sorriu e logo ela já não estava mais ali, tinha sido puxada por Arthur que até o último momento agradeceu por terem cuidado de Maria Clara.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora