Capítulo 162 :

485 57 56
                                    


Passava das onze da manhã quando finalmente Júnior conseguiu abrir os olhos. Lutando para saber onde ele estava, acabou tomando um susto quando viu Thaís dormindo completamente nua em cima de seu braço embaixo de uma mesa do que ele julgou ser uma biblioteca. Com cuidado para não acordá-la, ele levantou e logo sentiu as primeiras pontadas de uma dor de cabeça conhecida, estava de ressaca.

Saiu debaixo da mesa e caçou suas roupas por ali, achou apenas a calça e uma camisa sem botões, vestiu assim mesmo e saiu do cômodo, lembrando-se da noite que teve com Thaís. Nunca tinha visto Thaís daquele jeito, ela realmente deveria estar com saudades dele, porque nada mais explicava as ações dela na madrugada. Entrou em um banheiro do corredor e lavou o rosto. Ainda meio sonolento, saiu do banheiro e caminhou até a sala, que já estava completamente arrumada novamente. Ele bocejou e foi até o sofá. Achou seu celular no bolso da calça e discou para Arthur, este que caiu direto na caixa postal.

Xxx: Que bom que te achei aqui antes de todos acordarem.

Ao ouvir a voz naquela casa silenciosa, Júnior quase pulou do sofá. Ao olhar para trás viu um garoto que ele conhecia apenas de vista das festas que veio antes.

Xxx: Sou Victor Queiroz e sou um grande fã seu.

Júnior: Precisa me dar esse susto se era só para pedir uma foto ou autógrafo? — revirou os olhos e ouviu uma gargalhada irônica do garoto.

Victor: É aí que você se engana, acho que depois dessa nossa conversa, quem será meu fã é você. — ele se colocou na frente de Júnior que franziu a testa. — Ontem, passeando pela festa tive uma grata surpresa pelos corredores dessa casa.

Tirou o celular do bolso e mostrou uma foto para Júnior, este que arregalou os olhos e tirou o celular da mão de Victor e a olhou mais de perto. Era dele e de Thaís transando no meio do corredor.

Victor: É, finalmente a Thaís se ligou e também traiu o otário do namorado dela.

Júnior: Como assim se ligou?

Victor: Rafael Viana está sempre nas festas que eu vou. E eu nunca vejo a Thaís com ele, exceto se ela usar perucas e tiver outras nacionalidades. — deu de ombros e Júnior parou para olhar Victor perplexo. — A sorte é que nessas festas, nunca vaza nada.

Júnior: Está brincando comigo?

Victor: Não. Se quiser, podemos ir em uma delas, é só marcar. — deu um sorriso e Júnior voltou a olhar para a foto. — Nesses últimos meses, fiquei sabendo de alguns acontecimentos. A Thaís vai se casar com o Rafael e te deixou na mão não é? — perguntou e Júnior assentiu, ainda meio abobado.

Se para Rafael perdoar as traições de Thaís, era porque também tinha culpa no cartório. Como não tinha pensado nisso antes?

Victor: E sabe, as mulheres dessa família são maravilhosas, não acho que alguém possa fazer isso com elas. Por isso, proponho uma sociedade entre nós.

Júnior: E o que eu ganharei com isso?

Victor: Essa foto, não vai parar nas mãos do Rafael, porque ele faz a mesma coisa e ficaria tudo quite. Mas nas mãos da família dele. É simples e fácil. Em um toque no meu celular, a família Viana irá entrar em crise e a Thaís será livre. — A proposta fez Júnior sorrir de um modo que não sorria a muito tempo.

Júnior: E o que eu terei que fazer em troca?

Victor: Você apesar de ser, digamos, meio estranho, é adorado por todos aqui. Todos que eu digo, a tia Carla e o tio Arthur e são esses que me interessam.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora