Capítulo 111 :

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Júnior não falou nada no caminho para o hotel e Arthur resolveu dar um espaço para ele pensar, ele parecia realmente estar mal, segurava o celular com uma força extrema. No hotel, deixou o carro no estacionamento e foram até o bar que pela hora estava com pouquíssimas pessoas, sentaram nos bancos perto do balcão e somente depois da segunda dose de vodca pura, que Júnior começou a falar.

Júnior: Aquela vadia me paga... — disse baixo, apoiando a cabeça nos braços.

Arthur: A vadia em questão é a minha irmã, então muito cuidado do modo como você vai se expressar. — Júnior olhou para ele e suspirou, pedindo mais uma bebida ao garçom. — Eu sei que você não está bem, mas vai com calma Júnior.

Júnior: Eu quero um buraco para me enfiar e não sair de lá nunca mais. Eu realmente acreditei nela, Arthur... — bateu novamente a cabeça em seus braços e Arthur deu um tapinha nas costas dele.

Arthur: Mas você fez algo de bom para que ela acreditasse em você e que a impedisse de aceitar o pedido de casamento? Ela é louca, mas ainda assim é mulher, quer carinho e segurança. E vejo que você não deu isso para ela, vocês mal se conhecem...

Júnior: Eu nunca passei por isso e também nunca quis. Não vejo o motivo de estar assim por ela. É algo meio idiota, meio sem nexo. Mas eu me importo com a infelicidade dela, e você assim como eu, saber que ela será infeliz. Dá pra ver na cara daquele babaca que ele vai tentar prender ela de todas as maneiras, ela vai se prejudicar. Eu consigo enxergar tudo isso...

Arthur: Eu acho que eu e você temos que deixar que ela veja tudo com os próprios olhos. Eu também não concordo com o casamento, nunca vi algum futuro nela com o Rafael, mas ela tem que crescer e enxergar o que ela vai querer da vida dela. Ela não é burra, ela vai entender.

Júnior: Quando ela já estiver casada e presa dentro de casa? — ironizou.

Arthur: Ela não é tão burra assim, espero que ela veja isso antes que algo pior aconteça. Eu confio em minha irmã e sei que tudo dará certo.

Júnior: E eu faço o que? Vejo todo o drama sem poder mexer um dedo?

Arthur: Cuide da sua vida, pare de beber, de ficar comendo essas mulheres e tratá-las como lixo. Vá para sua casa, veja sua família. A Thaís gosta dessas coisas, ela vai ver que você mudou e vai repensar na vida dela. — disse e Júnior respirou fundo, levantando a cabeça.

Júnior: Pode ser que dê certo... — ele parou para pensar um pouco e viu que talvez o que devia ser feito.

Ele se afastar, dar um tempo a ela e se dedicar a ele. Falava tanto dos problemas de Thaís, mas não preferia não lidar com os dele. E talvez fosse o momento para que eles se resolvessem.

Júnior: Obrigado Picoli.

Arthur: Eu espero que dê tudo certo para você Júnior. Gosto e confio em você, apesar de não parecer.

Júnior: Eu estava errado quando te julguei... Muito errado. — os dois se olharam e Arthur assentiu, prevendo que as coisas começariam a se encaixar a partir de agora.

Júnior tinha achado algo que lhe desse força e vontade de viver, provar para Thaís que ele era melhor do que ela esperava. Esperava que desse certo. Ele bebeu, bebeu até quase não poder levantar mais. Arthur relevou, ele precisava disso ou faria alguma besteira. Subiu quase que carregando ele até o andar, abriu o quarto dele e o jogou na cama. Ele apagou de imediato e Arthur olhou para ele com um sorriso no rosto. Apesar de todas as diferenças e desavenças que tiveram, era um garoto que merecia coisas boas na vida dele. Era vazio de sentimentos e alguém precisava ajudá-lo.

Não torcia para ele e Thaís ficassem juntos, mas esperava que com essa decepção, ele aprendesse a ser gente e a tratar os outros de forma igual e visse que o mundo não gira em torno do umbigo dele. Saiu do quarto pensando em sua irmã, que também devia ter aceitado o pedido apenas por pressão. Agora seria esperar para ver o que aconteceria.

Caminhou até o final do corredor e abriu a porta com o cartão, de principio viu a escuridão do quarto, mas ao dar o primeiro passo para dentro deste, viu algumas velas no chão, iluminando parcialmente o quarto. Havia um cheiro gostoso, de alguma flor que ele não conseguia identificar vindo do incenso. Assustado, fechou a porta rapidamente e passou a olhar com mais atenção, a cama não estava mais com o mesmo jogo de lençóis, agora era um típico do oriente, vermelho com tramas em dourado e por todo o quarto havia véus formando uma decoração oriental.

Não entendendo nada, deu mais alguns passos e cada vez mais se surpreendia por ver o quarto tão mudado e ao se lembrar que Carla deveria estar armando alguma coisa, virou para procurar ela, mas no exato momento, a porta espelhada se abriu e uma música começou a tocar ao fundo. A pouca iluminação não deu a ele a real visão da mulher escondida atrás do véu verde, mas ele sabia de quem se tratava, conhecia cada curva daquele corpo, mesmo atrás de um pano transparente.

Ainda atrás do véu, o quadril dela começou a se mover para cima e para baixo, lentamente e o sorriso malicioso que se formou no rosto dele fez com que Carla também sorrisse por detrás do véu, vendo que estava fazendo bem o que tinha planejado. Abaixou o véu aos poucos, na altura de seus olhos e ainda tampando todo o resto. Ele estava a olhando de um modo que ela nunca tinha visto, podia jurar que ele estava quase a atacando com os olhos, ainda com aquele sorriso que ela adorava. Deu um giro ainda se escondendo atrás do véu e ao se aproximar mais dele, abaixou o pano dando a visão do corpo dela para ele. A saia longa e transparente era verde, havia uma fenda em um dos lados que a cada movimento de quadril dela mostrava sua coxa, lugar da onde Arthur não tirava os olhos.

O cinturão também na mesma cor, carregava cristais dourados e pérolas, o que dava mais movimento ainda ao seu quadril. O sutiã também era verde e com os mesmos cristais pérolas do cinturão, uma pequena cascata com esses caia em sua barriga. Os olhos estavam devidamente maquiados na cor preta e os cabelos soltos caindo por suas costas. Deu mais um giro e se aproximou do marido que a tentou tocar, mas ela se afastou, movendo seu quadril para o lado e dando uma volta em torno dele.

Arthur estava completamente abobalhado. O véu dela esbarrava nele o que lhe provocava arrepios e ela sorria, sorria intensamente e continuava dançando no ritmo da música, fazendo movimentos que ele nem sabia que alguém era capaz de fazer com o quadril e a barriga. Ela prendeu o véu e espalmou suas mãos no peito dele, olhando dentro dos olhos e sentindo suas pernas tremerem. Ele sorriu e tocou o cabelo dela, colocando uma mecha para trás. Carla foi o empurrando até a cama, onde ele caiu sentado. Quis levantar novamente, mas ela o prendeu com sua perna completamente descoberta por conta da fenda. Os braços dela faziam movimentos sincronizados com os de quadril e ele mal podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora