Capítulo 137 :

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Arthur queria ver Carla e conseguiu isso após algumas horas falando com a diretoria do hospital. Vestiu a roupa de proteção e entrou no CTI, o clima gélido e as pessoas doentes ao lado de Carla, o deixava um pouco desconfortável.

Parou ao lado da cama dela e o silêncio deixou claro o quanto estava chocado com a imagem de sua esposa. Pelo vidro, não parecia ser tão sério. O rosto dela, estava todo machucado, assim como os braços e o colo. Ferimentos que mal tinham cicatrizado e os mais graves estavam com ataduras. Havia hematomas e o tórax dela estava todo enrolado com faixas. As lágrimas começaram a cair e ele sentou na cadeira ao lado da cama, segurando a mão dela gelada. Os aparelhos apitavam a todo segundo e aquilo o deixava irritado.

Arthur: Meu amor...

Ele passou a outra mão livre pelos cabelos dela presos e os dedos circularam pelo rosto machucado. Mais lágrimas caíram e ele ficou em silêncio por alguns minutos.

Arthur: Eu gostaria que tudo tivesse sido diferente. Que nós estivéssemos agora no nosso quarto, vendo um filme e eu vendo seu sorriso. E se isso tivesse mesmo que acontecer, que acontecesse comigo. Eu não consigo suportar a dor de te ver assim. Eu queria que me ouvisse, que soubesse o quanto me arrependo e o quanto que ainda te quero comigo. Me perdoa, Carlinha. Me perdoa por tudo, eu te amo demais. — ele se inclinou sobre ela, deixando sua testa sobre a barriga dela.

O silêncio se fez presente mais uma vez, exceto pelos aparelhos. Ele chorou, chorou tudo o que restava. E quando se acalmou, sentiu em seu braço, uma mão gelada. Levantou a cabeça e encontrou Carla com os olhos abertos.

Arthur: Carla! Carla você acordou! — ele levantou e segurou o rosto dela. O barulho fez com que os enfermeiros o advertissem.

Carla: O que você está fazendo aqui? — a voz dela saiu fraca e baixinha.

Arthur sorria aliviado. Ela tinha acordado, isso já era uma coisa boa. Quando olhou para trás, viu que o médico dela já estava ali.

Leandro: Saia Arthur. Tenho que fazer alguns exames de rotina nela.

Arthur tentou relutar, mas os enfermeiros o tiraram dali. Leandro olhou para Carla e deu um sorriso. Ela parecia perdida, com aqueles olhos grandes castanhos o olhando assustada.

Leandro: Você se sente bem? — ele perguntou, se aproximando dela.

Carla: Sim.

Leandro: Se lembra do que aconteceu? — ele começou a medir os sinais vitais dela.

Carla: O jet ski bateu em uma pedra e eu só lembro que afundei. — ela olhou para o médico. O sorriso dele era tranquilizador para aquele lugar escuro e gelado.

Leandro: Está com alguma dor?

Carla: Não consigo respirar muito bem, minhas costas doem. E a voz... — respondeu, ainda lutando contra a voz que insistia em falhar. A dor em suas costas era insuportável e sua cabeça latejava um pouco. — Quantos dias fiquei aqui?

Leandro: Dois dias no hospital de Arraial do Cabo e depois foi transferida para este aqui, na capital, no total uma semana. — ele terminou de examiná-la e Carla continuava olhando para ele. — Você passou por uma cirurgia, essa é a razão da dor. Houve um pequeno dano nas suas vértebras, mas já está controlado. Agora, você tem que descansar.

Carla: Minha filha...

Leandro: Ela está bem, em casa. Não se preocupe com nada Carla. — ele sorriu novamente e ela assentiu.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora