Capítulo 19 :

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A mesa do jantar já estava posta, Carla e Arthur já estavam sentados à mesa e logo viram os dois furacões passando por eles e pousando na cadeira com os rostos angelicais. Carla pode ver Lucas quieto, comendo em silêncio enquanto todos conversavam.

Não teve nem tempo de perguntar o que estava acontecendo com seu filho, pois Joana entrou na sala de jantar com o telefone nas mãos.

Joana: É a Dona Sarah. — ela disse com os olhos arregalados. Carla deu um pulo da cadeira e jogou o guardanapo em cima da mesa, esticando os braços para pegar o telefone. — Ela está muito nervosa. — disse ao passar o telefone para Carla que já o pegou tremendo.

Carla: Sarah o que aconteceu? — disse rapidamente e sentiu seu coração espremer ao ouvir um soluço alto da amiga.

Sarah: Ele quer o divorcio, Carla. O divórcio. — gritou, perdendo o controle. Carla engoliu em seco. — Você pode vir aqui?

Carla: Claro que sim Sarah, estou saindo daqui agora mesmo. Fique calma. — desligou o telefone e o entregou para Joana. — Pode pegar minha bolsa, por favor? — a senhora saiu da sala apressada e Carla viu os três pares de olhos em cima dela.

Arthur: O que aconteceu? — levantou da mesa, preocupado. Carla estava pálida.

Carla: Sarah e Viana estão se separando. Estou indo para lá. — assim que Joana chegou na sala com a bolsa dela, Carla saiu correndo. Deixando todos atônitos.

Ao entrar na casa de Sarah, a governanta logo lhe informou que ela estava na sala, mas isso seria fácil de descobrir já que os gritos de Sarah ultrapassavam as paredes. Ao entrar na sala principal e ver a amiga jogada no sofá, com as duas mãos pressionando a cabeça, enquanto gritava descontroladamente com as duas empregadas que estavam ao seu lado, uma delas com um frasco de comprimidos na mão, não conseguiu se controlar e começou a chorar. Ficou algum tempo observando Sarah, até ela se dar conta que a amiga estava na sala e então Carla correu até ela, a abraçando.

Sarah: Carlinha... — ela choramingou.

Carla: Shh. — continuou abraçando a amiga e com um gesto de mão, as empregadas saíram da sala.

Sarah soluçava e tremia pelo choro compulsivo e aquilo estava começando a lhe deixar preocupada.

Sarah: Eu não vou suportar. — a voz saiu rouca. Carla soltou- se dela e a olhou, segurando seu rosto com as mãos.

Carla: Você vai. Você é forte, é capaz disso e muito mais. Isso não pode e não vai te abalar.

Sarah: O que você faria se perdesse o Arthur? — aquela pergunta fez o estômago de Carla girar.

O que faria da sua vida sem Arthur? Quase enlouqueceu por tê-lo fora de casa por alguns dias, não podia nem imaginar para sempre. O quanto estava sendo fútil com relação à Sarah, do mesmo jeito que amava Arthur acima de tudo, Sarah também sentia o mesmo por Viana. A dor da separação é igual para todas e estava subestimando a dor de Sarah. Ao se dar conta disso, abraçou a amiga mais uma vez.

Carla: Eu não posso imaginar a dimensão do que você está sentindo, mas posso ter uma ideia. Mas quero que saiba que você sempre terá a mim, a sua filha, a minha família. Você sabe o quanto é querida, Sarinha. Estamos com você. — beijou a testa da amiga que deixou que mais duas lágrimas escapassem de seus olhos. — Você pode estar devastada, mas o tempo curará.

Sarah: Eu o amo tanto... Não queria que acabasse assim. — os olhos dela se fecharam por alguns segundos, mas as lágrimas ainda caiam.

Carla: Quem sabe não é mesmo o fim. — viu Sarah deitar em suas pernas e em questão de segundos elas já estavam inertes, não sabia se estava mesmo dormindo, ou apenas em outro mundo. Mas não faria nada, ficaria ali o tempo que precisasse.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora