Capítulo 127 :

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Carla ligou o carro e dirigiu para um lugar que ela não sabia onde era. Queria ir o mais longe possível. Queria sumir do mundo. Se possível ir junto com sua avó. Ela não fazia mais diferença alguma ali. Acabou chegando em um parque já em outra cidade e correu até a beirada do rio. Ficou sentada na grama por incontáveis horas. Algumas pessoas vinham perguntar se ela estava bem e Carla confirmava, mas não parava de chorar. Não conseguia aceitar tudo aquilo. 

Pegou seu carro novamente quando o dia já tinha sumido. Tinha passado tantas horas naquele parque, olhando para o céu, pedindo a presença de sua avó, que tinha acabado dormindo de cansaço. No caminho de volta, se deu conta do quão longe estava.

Duas horas depois, chegou em casa. Estava cheio de carros e todas as luzes acessas. Largou o carro de qualquer jeito perto da varanda e desceu. Ao abrir a porta deu de encontro com tantas pessoas vestidas de preto em sua casa, que se assustou. A primeira que correu em sua direção foi Sarah. E atrás dela Thaís.

Sarah: Onde você estava Carla? Estávamos tão preocupados. — abraçou Carla que estava perplexa, parecia em choque. Não falava nada, não mostrava ação alguma.

Thaís: Você precisa tomar um banho, Carlinha. Daqui a pouco começa o velório. — segurou Carla pela cintura e ela apenas assentiu.

Thaís lhe apoiou em direção a escada e de reflexo ela conseguiu ver Júnior parado em pé ao lado de Luan. Era coisa demais em sua cabeça, precisava de um banho e de um calmante. Em seu quarto encontrou com Beatriz, que lhe deu um abraço e pediu para que as outras saíssem.

Beatriz: Você não está bem, mas tem que ser forte, Carla. É o ciclo da vida.

Carla: Você sabe o que é perder uma pessoa tão importante?

Beatriz: Sei e você tem todo o direito de estar assim. Mas seus filhos precisam de você. Eles estão inconsoláveis. A Clara só chora e pergunta de você. Por isso, seja forte por eles.

Carla: Preciso de um banho. — deu as costas e entrou no banheiro.

Beatriz sentou na cama e respirou fundo. A porta abriu e ela viu Arthur passando por ela, caminhou pelo quarto e sentou ao lado de sua mãe.

Arthur: Como ela está? — perguntou completamente abalado com aquela situação.

Beatriz: Inconsolável. Disse a ela que precisa ser forte, mas ela não vai conseguir sem alguém do lado dela. Você tirou uma parte da vida dela e agora acabaram de levar a outra. Ela está perdida.

Arthur: Mãe, é muito legal isso que está fazendo por ela. Estou até assustado com todo esse carinho, mas não fale das coisas sem saber.

Beatriz: Eu sei de muitas coisas Arthur. E dessa vez estou sim do lado dela. Porque essa menina esteve do seu lado mesmo após tantas coisas e sem pedir nada em troca. Se eu tivesse visto isso antes, teria evitado muitas brigas. A última coisa que ela precisa agora é de você falando idiotice para ela dela se não for para fazer o bem. Levanta e saia desse quarto.

Arthur: Mas a casa é minha.

Beatriz: A casa era sua. Você abandonou sua mulher e isso é o bastante para ela acabar com você na justiça. Mas ela não faz, porque te ama. Então por favor, não se aproxime ainda sou sua mãe, por isso obedeça o que eu falo e saia desse quarto agora. — ela gritou com ele e Arthur arregalou os olhos.

Como que aquilo tinha acontecido? O que ele tinha perdido? Ele levantou da cama e saiu do quarto batendo a porta. Beatriz respirou fundo e Carla abriu a porta do banheiro.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora