Capítulo 57 :

417 61 55
                                    


Carla sentou ao lado de Beatriz, que começou a tagarelar sobre a repercussão do caso da traição de Arthur nas revistas. Lhe surpreendeu que pela primeira vez, ela estava dizendo que Arthur estava errado. E não colocava a culpa nela.

Carla: Então você acha que ele não fez nada?

Beatriz: Não terminei ainda meu curso de vidente, querida. Mas infelizmente, meu filho ama você. Tem uma família com você. E sempre sonhou com isso. Não colocaria tudo a perder por uma aventura. Se bem que essa aventura é muito bonita. Já viu os olhos daquela mulher? São lindos. Mas entre uma sem classe e uma sem classe querendo fama, fico do seu lado. — com o mesmo sorriso ácido de sempre, ela finalizou. Carla estava atônita.

Carla: Obrigada pela parte do sem classe, querida sogra. Queria muito acreditar nisso. A coisa que mais desejo é que ele chegue logo e possamos conversar. E então tudo será explicado e resolvido.

Beatriz: Posso estar ao seu lado, mas ele ainda é meu filho. Se o fizer sofrer, se brigar com ele, se levantar a voz com ele e eu ficar sabendo... Tenha pena de sua alma, Carla. — Era claro que estava brincando e Carla sabia disso. Era a maneira dela de ser agradável. — Você tem um grande problema Carla, acha que apenas você tem razão. E não é assim. Ouça primeiro. E depois discuta. E por último tire conclusões. — completou e olhou para Carla, ela assentiu e então sorriu.

Carla: Pela primeira vez na minha vida, sogrinha, vou fazer o que você me fala, porque afinal, é a primeira coisa, desde que te conheço, que fala algo que faça sentido. — com um sorriso sarcástico, disse e então levantou da cadeira.

Beatriz fechou o sorriso e fuzilou Carla. Não tinham mais jeito, se respeitavam, mas nunca deixariam as alfinetadas de lado. Ao mesmo tempo em que queria esganar aquele pescoço de Carla, gostava dela, pela personalidade e principalmente por amar tanto Arthur e ser a mãe de seus netos.

Os carros foram posicionados e minutos depois largaram. Era uma bateria de quinze minutos e Lucas largou ainda em segundo. Com seis minutos, conseguiu encostar no primeiro colocado. Em uma manobra, se tocaram e o que estava em primeiro rodou na pista. Lucas também rodou. Mas diferente do primeiro colocado que teve o carro quebrado. Ele conseguiu voltar. Em terceiro.

Carla não sabia mais para quem rezar e implorar para seu filho sair bem dali. Ao vê-lo rodando deu um grito, que fez com que Thaís começasse a rir. Era completamente desesperado quando via Lucas correr. Talvez por isso, evitava o máximo que podia, vê-lo no kart. Tinha medo de algo acontecer. Assim como também tinha quando via Arthur. Carros em alta velocidade eram algo completamente imprevisível.

Faltando pouco mais de três minutos para o fim, Lucas passou o primeiro colocado e se colocou em primeiro. Ficando nesta posição até a bandeirada final. Carla nunca tinha gritado tanto em sua vida, não fazia nem dimensão do quanto estava feliz pelo filho. Imaginava como ele devia estar dentro do capacete. E gostaria tanto que Arthur estivesse ali para ver aquilo com ela.

Como uma verdadeira mãe coruja, desceu para onde estava o pódio e ficou na primeira fileira com uma máquina fotográfica em punho. Maria Clara estava ao seu lado comemorando a vitória do irmão. Com ela também estavam Marcos e Alice. A felicidade de Alice era tanta, que nunca tinha visto e nem imaginando que ela poderia ficar tão feliz assim por Lucas.

Quando ele subiu no primeiro lugar do pódio, Carla começou a chorar. E a filmagem deveria estar um terror. Mas não conseguia controlar a emoção. A emoção se triplicou, assim que abraçou seu filho. Ele já estava sem macacão, com uma calça jeans e uma blusa de manga. Lucas já tinha corrido diversas vezes, mas dessa, era diferente. Ele sabia os benefícios que teria com isso. E Carla também. Era o que faltava para a carreira do filho começar de verdade.

Carla: Parabéns minha vida. Eu sabia que você ia vencer. — sabia que estava até mesmo machucando o filho, porque o apertava tanto que ele começou a reclamar. — Estou tão orgulhosa.

Lucas: Obrigado mãe. De verdade. — ele falou, passando as mãos pelos olhos cheios de lágrimas dela.

Maria Clara: Lucas, você venceu! — ela pulou em cima do irmão.

Carla sorriu ao ver os dois se abraçarem. Era como vê-los pequenos novamente, hoje ainda se davam bem, mas eram tantos afazeres na vida dos dois, que acabavam nem se vendo direito e consequentemente brigando às vezes.

Maria Clara: Posso ficar com o troféu? — pediu com um sorriso.

Lucas: Vou dar ele pro papai. O próximo é seu. — disse e Carla ficou em silêncio.

Beatriz veio logo atrás convidando a todos para um almoço em sua casa. Carla não teria como negar, então foram todos para a casa de Beatriz e José. Anne se despediu de todos ali mesmo, ao ver que Sarah também iria. Com o mesmo sorriso debochada Sarah acenou para ela que apenas virou o rosto e saiu do kartódromo. Carla balançou a cabeça e trocou um olhar com Sarah. Ela não tinha jeito.

A casa de Beatriz era um dos lugares mais lindos que já tinha entrado em toda sua vida. Desde quando Arthur a levou ali, pela primeira vez, se apaixonou pela casa, pelos jardins. Era tudo de muito bom gosto. O almoço já estava pronto quando chegaram lá. E assim que sentaram à mesa, fizeram um brinde para Lucas.

Comentem

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora