Capítulo 103 :

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Thaís acordou com os gritos enraivecidos de Carla, não era nem cinco da manhã e ela estava gritando descontroladamente no quarto dela. Achando que era um pesadelo, abriu a porta, mas encontrou a cunhada gritando em cima da cama e socando um travesseiro. Arregalou os olhos e se aproximou.

Thaís: Carlinha? O que aconteceu?

Ao ouvir seu nome, Carla olhou para ela e apertou com força suas mãos, começando a ficar com o rosto completamente vermelho.

Thaís: Você vai ter um ataque assim, Carla. Se acalma. Beba água. — pegou o copo de água que estava em cima do criado mudo e ofereceu. Carla o pegou e jogou contra a parede, a água molhou todo o chão e os cacos se espalharam pelo quarto. — CARLA! — ela gritou, assustada.

Carla: Eu estou indo para o Bahrein. — mais uma vez gritou e levantou da cama, indo em direção ao closet. Thaís precisou de alguns segundos para entender o que se passava, então logo foi atrás de Carla.

Thaís: O que meu irmão fez? — perguntou, se apoiando na parede, vendo Carla jogar boa parte das roupas dela dentro da mala, sem sequer ver o que estava colocando. Ela se movia rapidamente pelo closet, pegando todos seus pertences.

Carla: Estou pouco me importando com o que seu irmão fez. Estou indo até lá para fazer justiça com as minhas próprias mãos. — ela jogava as coisas na mala descontando toda sua raiva. Thaís arregalou os olhos.

Thaís: Carla me explica, eu não estou entendendo.

Carla: Aquela vagabunda da Geovana aprontou de novo. Entrou no quarto dele, arrancou a roupa e agarrou o meu marido. Isso não é motivo para eu matar? — ela berrava e Thaís abriu a boca em choque. Ficaram em silêncio por alguns segundos.

Thaís: Estou indo com você para matar aquela vagabunda.

Thaís deu as costas e encontrou bem atrás dela, Lucas e Maria Clara parados, olhando para a mãe. Carla também olhou e mirou Maria Clara que estava com os olhos cheios de lágrimas.

Maria Clara: Você e o papai vão se separar? — ela perguntou, chorosa. Carla largou um perfume em cima da mala e se aproximou da menina.

Carla: Não meu amor, eu estou indo para assegurar que isso não vai acontecer. Mas fique tranquila, tudo bem? Foi apenas uma confusão.

Lucas: Meu pai não te trairia, mãe.

Carla: Eu sei, meu amor. Bom, eu pelo menos acho que sei. — ela olhou para os dois e deu um sorriso. — Quero que se comportem e que se cuidem. Estou indo para o Bahrein com a Thaís e vocês ficarão com a Joana. Eu volto logo. — ela sorriu e os dois a abraçaram ao mesmo tempo. Pelo menos ela esperava que tudo ficasse bem.

Após esperar Thaís terminar de arrumar suas coisas e algumas ligações de Carla para a companhia aérea e outros para Mary, que iria ajeitar a parte burocrática com urgência, ela e Thaís saíram de casa rumo ao aeroporto. Em silêncio, cada uma pensava no que tinha acontecido. Thaís sentia muito por Carla, sabia de todos os problemas que ela ainda tinha em relação a Arthur e outras mulheres e lhe deixava muito irritada que apesar de tudo, Geovana tivesse feito aquilo. Ela estava pondo em risco muitas coisas e ela não mediria esforços para ver sua família feliz. Carla apenas pensava se aquilo faria com que ela perdesse seu marido. O amava demais para perder ele para uma vagabunda.

Ao chegar ao aeroporto não foi muito fácil lidar com toda a parte burocrática do voo, por isso demoraram mais de quatro horas para conseguir a permissão de entrada no Bahrein. Após isso, embarcaram e Carla sentia-se fraca por toda a correria que estava passando. Thaís estava ao seu lado, se remoendo por vê-la daquele modo. Odiava ver Carla e Arthur brigados, se é que eles estavam brigados.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora