Capítulo 53 :

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A manhã seguinte não foi nada tranquila. Carla, acordou no mesmo horário de sempre, mas o telefone, em plena sete da manhã, não parava de tocar. E Joana se desdobrava para atender a todos, dando alguma desculpa. Não estava entendendo nada.

Lucas e Maria Clara desceram e após o café da manhã, Carla os levou na escola. Ainda não entendia o porquê de todos aqueles números ligando em seu celular, como eram desconhecidos, não os atendia. Na agência tudo parecia agitado demais e ela seguia na mesma normalidade de sempre. Subiu a escada que a levava até sua sala, mas antes passou por Mary, sua secretária, que assim que a viu soltou um grito fino, que assustou à Carla.

Carla: Por que gritou desse jeito, Mary? — perguntou com a mão no peito. Ela levantou da cadeira, saindo de trás da mesa escura em que trabalhava. Em suas mãos estavam várias revistas. — O que aconteceu?

Mary: Carla, você já sabe o que está acontecendo? Não atendeu todos os repórteres que estão te ligando, não é?

Carla: O que eu fiz? — estava com os olhos arregalados.

Algumas pessoas circulavam pelo corredor e Mary apontou para a porta de sua sala. Carla assentiu e entrou em seu escritório, colocando a sua bolsa no sofá ao lado da porta.

Mary: Olha isso. — ela colocou as revistas.

Pelas contas de Carla, eram oito. Todas pareciam ter a mesma foto. Estava escuro e teve que se aproximar para saber o que era. Ao ver em letras amarelas, dando ainda mais ênfase a notícia "Arthur Picoli e sua amante. Confira as fotos!" abriu a boca em choque. Pegou a revista nas mãos e sem jeito, abriu na página onde estava a matéria.

Várias fotos de Arthur com a mesma mulher. Na frente de um restaurante, pelas ruas e dentro de um carro. Olhou para as próximas revistas e algumas delas eram estrangeiras e todas falavam do mesmo assunto. A suposta amante de Arthur. E em uma delas tinha uma ficha completa da mulher. Geovana Bianco. Repórter Esportiva de uma TV Italiana. Nascida na própria Itália. As lágrimas foram inevitáveis.

Seu marido estava longe dela, trabalhando, sem ninguém por lá. Confiava nele, mas aquelas fotos diziam muita coisa.

Mara: Todas as revistas, emissoras e jornais estão nos ligando para ver o que você tem a dizer. O que eu digo, Carla?

Carla: Diga que ele é um homem morto. — jogou todas as revistas no chão e saiu da sala batendo a porta.

O celular estava em sua mão, mas esta tremia tanto que não conseguia discar os números na tela, acabava errando. A visão embaçada pelas lágrimas também não ajudava. Desceu a escada que minutos antes subiu, trombando com algumas pessoas. Foi ao estacionamento da agência e pegou seu carro com o manobrista. O celular estava com os números de Arthur na tela, mas não tinha coragem de ligar. E se tudo aquilo fosse verdade? E se ele estivesse mesmo com essa jornalista? E ela? Ele não a amava? Não soube como chegou, mas se viu parada em frente ao prédio em que Thaís morava. Arthur contava tudo a ela. Ela teria que saber alguma coisa.

Ao tocar a campainha viu que era realmente muito cedo para Thaís estar acordada. Talvez seria por isso a demora dela em atender a porta. Tocava a campainha incansavelmente e logo ouviu um grito de dentro do apartamento. Um palavrão. A porta se abriu e viu Thaís de pijama e de cabelo desarrumado. Ela olhou para Carla sem entender e se assustou quando ela começou a chorar.

Thaís: Carla? Aconteceu alguma coisa?

Carla: Uma tragédia. Foi isso o que aconteceu. — respondeu entre soluços. Thaís empalideceu e colocou Carla para dentro do apartamento.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora