Capítulo 158 :

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Os dias passavam tão rapidamente, que mal podiam perceber as mudanças que ocorriam em suas vidas. Quando viu seu reflexo estampado no espelho, Carla sorriu. Ela achava que estava bonita, com um vestido de seda branca longo e frente única. Em seu pescoço um belo colar e um sapato de salto. Os cabelos estavam presos em um coque e a maquiagem estava do jeito que gostava, os olhos escuros e o resto do rosto clean.

Estava sentindo-se bem consigo mesma nessa nova fase. Já não chorava mais por erros cometidos, não se arrependia pelo casamento fracassado, muito menos ficava se lamentando pelo canto e provavelmente nunca mais ter a vida que sempre quis. Já tinham se passado dois meses desde que Arthur havia assinado o divorcio, este que estava guardado em uma gaveta do escritório, porque faltava coragem para escrever seu nome naquela linha. O advogado vivia cobrando pela assinatura, enquanto Arthur parecia nem lembrar que ele deveria já estar solteiro novamente. Não reclamava, não falava nada.

Nos últimos dois meses, a única coisa que ele fez, foi buscar Maria Clara para alguns passeios e uma festa da equipe que quis que a filha acompanhasse ele. De resto, raramente o via. A última vez, foi em uma viagem à Maranello, quando foi discutir algumas coisas do desfile da Ferrari com os diretores daquele setor. Cruzou com eles algumas vezes pela fábrica, trocaram olhares e nada mais. Ela ficou em um hotel e ele na casa de Rodolfo. Dois dias depois retornou ao Brasil e ele ficou acertando os detalhes da corrida na Hungria.

Seus dias, desde que Leandro não atendia mais suas ligações, estavam uma chatice. Vivia do trabalho, para a ONG e depois para casa. Às vezes ia a casa de Sarah, às vezes ao shopping ajudar Alice a começar a fazer o enxoval do bebê, enquanto Lucas vivia pela Europa, correndo no campeonato. Por isso, achou que tinha o dever de ficar mais perto da nora, pois Lucas não estava tão presente como deveria e ela sabia que isso incomodava Alice. Ela era uma garota ainda, estava confusa com todos os problemas ocasionados pela gestação, não via mais as amigas como antes, não saia mais. Era uma situação difícil, mas ambas compreendiam o ponto de vista de Lucas, ele estava se esforçando para se dar bem como pai. 

Olhou-se novamente no espelho e se deu por satisfeita, sentia-se confortável no vestido que tinha um belo decote nas costas, deixando-o sensual. Pegou a máscara branca com cristais em toda a sua extensão e a colocou no rosto. Assim que amarrou, sorriu e percebeu que não tinha sido uma má ideia aceitar a sugestão de Maria Clara para a festa dela de quinze anos. Embora preferisse que ela comemorasse como mandava a tradição, a garota bateu o pé dizendo que seria daquela forma, ou comemorariam em um restaurante. Seus sonhos e o de Beatriz foram para o espaço, mas durante os preparativos, acabou se acostumando com a ideia e podia dizer, que era uma das festas mais lindas que já tinha visto em sua vida.

Sua casa foi decorada nos mínimos detalhes, a decoração em preto e vermelho, os lustres de cristais e as velas por todas as partes, deixaram o ambiente perfeito. E assim que desceu a escada, vendo já algumas pessoas de pé na sala, deu um sorriso. Queria apenas ver um lindo sorriso no rosto de Maria Clara. Aquela foi a maneira de agradecer sua filha por todos aqueles meses angustiantes que ela viveu ao seu lado.

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Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora