Capítulo 119 :

427 60 45
                                    


São Paulo estava tão lindo quanto Carla se lembrava. No carro junto de Sarah e Alice, via as paisagens passando e as ruas completamente iluminadas por fios luminosos. Era perfeito.

Passaram pela Avenida Paulista e Alice vibrou, tirando fotos. Ela estava encantada com sua primeira visita à São Paulo. Carla e Sarah sorriram e logo chegaram ao hotel, da onde das janelas de seus quartos, podiam ver o parque Ibirapuera e tinha uma ótima localização, o que iria ajudar em muito o deslocamento da equipe para o salão em que seria o desfile e no outro dia, a abertura da loja.

Entrou em seu quarto e deu uma gorjeta ao carregador das malas. Fechou a porta e foi até a janela, vendo a linda vista. Tudo aquilo, toda a paisagem romântica só ficaria melhor se tivesse alguém ao seu lado, alguém que estava em sua casa. Lamentando, foi tomar um banho e após ligar para seu marido, resolveu dormir, porque o dia de amanhã seria extremamente atribulado.

~~~~~~~

Carla acordou com o despertador tocando às sete da manhã, levantou, se arrumou com uma calça preta, uma bota de salto e um casaco pesado também preto, pelo frio que fazia lá fora.

Ligou para Sarah e ela já estava a esperando no restaurante do hotel. Pegou sua bolsa e saiu do quarto. Olhava para as paredes do hotel decoradas com quadros de pintores renomados quando sentiu um baque contra seu corpo e uma mulher lhe xingando. Ao olhar para frente, mal pode acreditar em quem estava na sua frente. A surpresa de Geovana ao ver Carla ali, também foi o bastante para ela se calar seus insultos à mulher que tinha esbarrado nela.

Carla: Ora, ora. Achei que você só vivesse correndo atrás de pilotos, meu amor. — debochou com um sorriso enorme no rosto.

Geovana: E eu achei que você fosse uma dona de casa patética que não faz mais nada do que buscar os filhos na escola e ficar no cabeleireiro a vida toda.

Carla: Não querida, está enganada. Vim a trabalho. Trabalho que eu faço com muito prazer e que me dá várias alegrias, ao contrário de outras que trabalham apenas para conseguir uma chance melhor de vida, entenda por arranjar um homem rico. — o elevador chegou e as duas entraram. Geovana sorria debochadamente enquanto Carla mexia em seu celular.

Geovana: E não foi isso o que você fez? Li em algum lugar que você era modelo e estava trabalhando como paddock girl quando conheceu o Arthur. Não foi o que você fez? Ficou lá até conseguir arrumar um homem rico, que patrocinasse todos seus caprichos. Para ver como todas nós mulheres somos iguais...

Carla: Se é o que você diz... — deu de ombros. — Mas acho que sou muito boa no que faço, para o meu marido ainda estar comigo após tantos anos, não acha? E sinto em lhe dizer, mas nunca foi Arthur que pagou minhas contas. Já tinha uma vida antes dele, sobrevivia antes dele. Não sou igual a você, que quer um homem rico para começar sua vidinha medíocre. Então meu amor, siga meu conselho, se quer ter alguma chance com algum piloto ou alguém da Fórmula 1, não seja interesseira, porque a única coisa que eles vão querer com você é te pagar para ser prostituta deles, não sua mulher, mas acho que é isso que você quer, não é? Prostituta de luxo, mas eu conheço melhores. — jogou seu cabelo para trás, assim que a porta do elevador abriu. — E ah, me desculpe te deixar sozinha, mas eu tenho que trabalhar, querida. Tenha um bom dia, mon amour. — soprou um beijo para ela e saiu caminhando com um sorriso no rosto pelo saguão do hotel.

Geovana cerrou os punhos e apertou os dentes. Carla conseguia tirá-la do sério de um modo que a deixava descontrolada. Ela achava que era melhor do que todas, quando na verdade não passava de um projeto de mulher. Saiu do elevador e foi até o carro que a esperava no meio fio. Precisava pensar em alguma coisa para que Carla caísse de seu salto, mas o que tinha que fazer por agora era trabalhar, gravando uma matéria de uma categoria francesa de corrida de carros.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora