Capítulo 163 :

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Carla: Subam, por favor. — pediu olhando para os três que rapidamente subiram a escada.

Ao ver que não havia mais ninguém na sala, Carla se aproximou de Thaís e a colocou deitada em suas pernas. Ela chorava como nunca tinha visto chorar em todo o tempo que a conhecia. O corpo dela tremia por inteiro e ela não conseguia falar nada.

Thaís: Eles... Eles estão certos sobre mim. — após muito tempo sentadas ali na sala, ela se acalmou e disse para Carla que fazia carinho nos cabelos dela. — Eu não sei mais quem eu sou. A Thaís de antes, não faria isso com ninguém.

Carla: Está na hora de voltar a ser ela, não acha? — disse e ela assentiu. — Mas antes, de uma vez por todas, tem que escolher quem você quer para sua vida. Não apenas se baseando no que as pessoas falam que vai ser bom para você e sim no que você quer.

Thaís: E quando você não sabe o que escolher?

Carla: Eu só te digo uma coisa Thaís, as aparências enganam. Uma linda maçã, quando a abrimos, pode ser completamente podre. Pensa nisso, meu anjo. — deu um beijo na testa dela .

Carla ficou com ela por mais um tempo, até convencer Thaís de subir e ir descansar no quarto. Aproveitou a distração dela para dar-lhe um calmante e logo ela estava dormindo tranquilamente sobre a cama.

Carla acabou ficando deitada o resto da tarde de domingo, descansando e lembrando de ontem. Seu corpo ainda queimava ao se lembrar das mãos de Arthur o percorrendo por inteiro. Fechou os olhos e começou a pensar em sua vida. Talvez a separação por este período trouxe benefícios ao menos para ela, com toda certeza, tinha amadurecido muito mais, repensou suas ideias e sabia quais eram suas prioridades agora. Por trabalho algum no mundo, deixaria de passar uma tarde ao lado de sua filha, ou de ajudar Lucas. Tinha aprendido que ela era forte o bastante para superar qualquer tipo de problemas e que não precisaria de ninguém que fizesse isso por ela. Mas sua principal conquista, foi saber que por mais que fosse a melhor mãe do mundo e a mulher mais forte, ela tinha que ter alguém que a amasse ao seu lado.

Entendia completamente a frase de que uma mulher precisava de duas coisas, um vestido preto e um homem que a ame. Ela tinha que ser mulher e agir como uma, mas só seria completa se alguém estivesse ao seu lado. E esse alguém era Arthur. Todos os problemas, de fato, ainda existiam. Mas lembrar do sorriso dele, dos olhos de gato dele que uma hora estava verde e outra amendoados e do sorriso provocante, fazia sua cabeça automaticamente deletar qualquer resquício de briga ou traição. Foi despertada de seus pensamentos, quando viu a porta sendo aberta e Maria Clara passando por ela, a garota estava com um sorriso e Carla sabia que havia algo errado, conhecia sua filha o bastante para saber que ela tinha algo a lhe falar.

Maria Clara: Tudo bem mãe? — sentou-se ao lado dela e Carla assentiu, abraçando a filha. — Queria dizer que eu adorei a festa de ontem e ela não teria existido se não fosse por você. Muito obrigada mãe.

Carla: Você merece isso e muito mais, meu amor. — acariciou os cabelos dela e Maria Clara se aconchegou no colo da mãe. — Você está bem meu amor?

Maria Clara: Quero colo de mãe. — ela sorriu e Carla a apertou ainda mais, dando beijos no rosto dela.

Carla: Estou a sua disposição. — as duas sorriram. — Você sumiu ontem no final da festa, estava com o Victor, não?

Maria Clara: Como sabe?

Carla: Ele também sumiu aquela hora. — deu de ombros e viu a filha ficando vermelha de um modo que ela, como mulher, só tinha ficado uma vez na vida. Sentiu um arrepio em sua costela e olhou mais atenta para a filha. — Vocês estão bem?

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora