Arthur: O Piloto II 🏁

Capítulo 179 :

No Brasil, as coisas pareciam finalmente irem de vento em polpa. Carla estava imensamente feliz, pois durante os dois meses que se passaram, se cansou muito na procura de um lugar para morar. Foi uma confusão apenas para decidir o local, pois ela dizia um, Arthur outro e Maria Clara um mais diferente ainda. Até entrarem em um consenso que existia um lugar perfeito e perto de tudo o que todos queriam, era Mônaco.

Sua paixão por Mônaco já vinha desde muito antes e ela ficou feliz por saber que moraria em um lugar tranquilo, perto de tudo e altamente seguro. Maria Clara poderia finalmente ter uma vida normal, como uma garota como ela deveria ter, coisa que não era muito possível no Brasil. As escolas eram boas e o ambiente era parecido com o do Rio de Janeiro. O problema veio para achar uma casa naquele micro estado. Fizeram duas viagens em menos de um mês à procura de uma nova residência e apenas na última que acertaram em cheio e arrematou uma linda casa em Monaco-Ville, próximo ao Palácio do Príncipe. Carla ao ver a casa que não fazia o estilo vitoriano presente em quase todas as construções de Mônaco que não a agradavam nem um pouco, decidiu que era ali a nova residência da família Picoli.

A casa era um caso a parte, era menor do que a atual onde moravam no Brasil, mas isso não importou nem um pouco, era três vezes mais linda e melhor decorada. Havia quatro suítes no segundo andar da casa, onde Maria Clara já fez a festa escolhendo o novo quarto dela. O andar térreo tinha duas salas, um longo corredor com o escritório e uma pequena biblioteca, Carla pensou no quanto Joana pularia de felicidade ao ver a cozinha enorme e já muito bem equipada. Mas sem dúvidas alguma, a melhor parte da casa era o jardim, que contava com uma piscina com vista para o mediterrâneo, bem a frente. Por ser no alto de Mônaco, logo em baixo ficava a pista de Fórmula 1 no bairro de Monte Carlo e Arthur sem dúvidas alguma, adorou aquilo. As árvores e as flores deixavam o jardim em um clima tipicamente europeu, que Carla adorou, sem dúvidas alguma, era a casa dos seus sonhos.

Assim que fecharam o contrato e começaram a conversar com o arquiteto e a decoradora, Carla se afastou e entrou em um dos quartos vazios, ali seria o quarto de Lucas e ela decoraria tudo sob o gosto do filho, mesmo que ele nunca fosse entrar ali. Ela pelo menos sentiria que seu filho ainda estava ali. A culpa de não ter Lucas mais com eles vivenciando aquele momento tão feliz, a perturbava. Sabia que era culpa dela ele não estar ali e por muitas vezes, tentou encontrá-lo, mas ninguém sabia de nada, a não ser Júnior que disse que o encontrou em Londres e que ele estava bem, trabalhando em uma loja de carros. Aquilo era a pior coisa que Carla ouviu, seu filho estava se virando sozinho em um país diferente sem o apoio de nenhuma família, mas ela preferia acreditar em Arthur e pensar que aquilo faria o garoto crescer e quando ele amadurecesse, com certeza voltaria a procurar a família. 

Quando achou a casa em Mônaco, ela começou a anunciar a mudança para todos. Inclusive para todos os funcionários da agência, que ficaram desolados com o abandono de Carla. Sarah ficou vendo a reunião sem dizer uma palavra, já tinha fechado a proposta da compra da agência, assim como as lojas que mesmo Carla não querendo vender, foi obrigada pela condição de Sarah, ou venderia tudo que tinham em comum ou continuaria com tudo e trabalhando com ela. Carla aceitou, triste com o fim de sua amizade com Sarah ter acontecido daquele modo. Mas teria que seguir com sua vida e foi o que fez, deixou tudo nas mãos de Sarah e dedicou seus últimos dias no Rio de Janeiro para acertar os últimos detalhes do desfile da ONG que ela e Maria Clara trabalhavam.

O desfile aconteceu em um sábado e foi um sucesso, Arthur estava lá aplaudindo de pé e Carla se orgulhou quando subiu na passarela para encerrar o desfile ao lado de Maria Clara. A menina, também estava imensamente feliz por encerrar tão bem uma fase de sua vida que lhe rendeu muitos frutos e por ver Victor sentado ao lado de Arthur, após passar a madrugada inteira voando da Itália para o Brasil, apenas para ver o desfile.