Capítulo 153 :

580 64 56
                                    


Maria Clara: Eu vivi a minha vida toda vendo vocês desperdiçando dinheiro com colares de diamantes e festas e quando vi que havia um mundo muito diferente de nós, eu me choquei e não hesitei nem um pouco em querer ajudar aquelas pessoas que não são como nós. Isso é para você, vó. Existe pessoas morrendo de fome, morrendo por dinheiro, pessoas que não sabem o que é ter um mínimo de condição de sobrevivência e ainda assim lutam para serem felizes com o pouco que tem. Enquanto você perde seu tempo criticando sua filha que é perfeita para todos nós. Tenho certeza que não está se importando que ela se case por amor, mas sim porque isso implicará na junção de duas famílias muito importantes, não é? Por que não paramos de ser tão mesquinhos uns com os outros? 

Thaís: Acho que quando mais de uma opinião é igual, a outra pessoa é que está errada. Você já ouviu muito mãe. — pegou a bolsa dela e saiu da sala, com Maria Clara atrás dela.

Carla olhou para Beatriz que ainda estava paralisada e ela não esboçou nenhuma reação. Carla acariciou a mão dela e saiu da sala atrás de Thaís e Maria Clara. Encontrou as duas sentadas logo mais a frente em muro baixo na frente de uma loja. Chegou ao lado das duas e olhou primeiramente para Thaís. Ela limpava as lágrimas e tentava se controlar.

Carla: Liga para o Júnior e conversa com ele. — pegou a mão dela e Thaís negou com a cabeça.

Thaís: Ele não vai me querer dessa maneira, Carla. Ele me conheceu forte, desafiadora e interessante, eu não sou mais nada disso. Para eu conseguir algo, tenho que resolver primeiro a minha vida.

Carla: O que pensa em fazer?

Thaís: Vou sumir por alguns dias com o Rafael, viajar e colocar minha cabeça no lugar. E lá, eu resolvo se quero continuar com o noivado. Isso vai me fazer bem.

Carla: Pode ser que dê certo. — sorriu e abraçou a amiga. — Estou com você para tudo.

Thaís: Eu sei... — olhou para o lado e sorriu para a sobrinha. — E você, nunca mude. Tem muito mais caráter do que multidões juntas. Nunca deixe que alguém tire isso de você.

Maria Clara: Sou inatingível. — ela sorriu e as duas se abraçaram. — Boa viagem tia.

Thaís: Obrigada. Eu amo vocês duas. — olhou para as duas que sorriram e ela logo entrou em seu carro, deixando apenas Carla e Maria Clara ali.

Carla: Minha pequena... — passou o ombro pelo pescoço da filha e lhe deu um beijo no topo da cabeça. — Quero que me leve até esse lugar que você vai. — ao dizer aquilo, Clara olhou assustada. — Por favor, faça isso por mim. — pediu e a filha assentiu, entrando em seguida no carro.

Durante o caminho, Carla viu as ruas mudando, as casas ficando mais feias e as pessoas cada vez mais simples. Quando achou que não ficaria pior, Maria Clara disse que ali era o bairro. Se preocupou em como sua filha chegava até ali todos os dias e temeu a segurança dela.

Maria Clara: Antes que fale algo, quero que saiba que nem tudo é como falam nos noticiários. Há pessoas muito boas por aqui, que trabalham, que querem cuidar de seus filhos e serem felizes. Só que os verdadeiros malvados, são aqueles que dizem que os protegem. Muitos deles são políticos e policiais. E com isso, mostram apenas as coisas ruins. — ela dizia enquanto Carla dirigia vendo os olhares curiosos para o carro luxuoso.

Maria Clara mandou ela estacionar próxima a ONG e as duas desceram. Carla olhava com curiosidade as casas e prédios mal acabadas e as pessoas que a encaravam na rua. Maria Clara entrou dentro de um prédio e ela seguiu atrás. Uma mulher as recepcionou, dando um abraço apertado em Maria Clara.

Arthur: O Piloto II 🏁Onde histórias criam vida. Descubra agora